25 anos de luta contra Aids
O alerta continua: descuidar da proteção? Jamais!
Há alguns anos, receber o diagnóstico de Aids era quase uma sentença de morte. Hoje, com o avanço das terapias, ela pode ser controlada e o soro-positivo tem uma vida normal. Mas, o alerta permanece: Aids não tem cura. Por isso, descuidar da proteção, jamais! A camisinha ainda é a única maneira de evitar a contaminação pelo vírus.
No dia 12 de dezembro de 1977, morria aos 47 anos, a médica e pesquisadora dinamarquesa, Margarethe P. Rask. Ela havia estado na África, estudando sobre o vírus ebola e começou a apresentar diversos sintomas estranhos para a sua idade.
A autópsia revelou que os pulmões estavam repletos de microrganismos, responsáveis por um tipo de pneumonia fulminante que a levaria à morte por insuficiência respiratória. Assim foi detectada a primeira possível morte em razão de uma infecção associada ao vírus da imunodeficiência humana, ou HIV.
Do primeiro caso para os dias atuais já se passaram 26 anos. Durante todo este tempo a sociedade teve de aprender a lidar com uma das maiores epidemias de toda a raça humana, a Aids – ou SIDA – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.
Felizmente, hoje, programas de prevenção e de informação têm sido cada vez mais divulgados para evitar a propagação do vírus. No Brasil, o Ministério da Saúde faz campanhas para a divulgação maciça das maneiras de prevenção da Aids como o uso da camisinha (preservativo masculino) durante o ato sexual e o não compartilhamento de seringas e agulhas entre dependentes de drogas.
As medidas de prevenção contra a disseminação do vírus HIV entre os brasileiros também incluem as gestantes. Um programa especialmente criado para elas permite que todas recebam orientação para realizar o teste (gratuito) para detecção do vírus. Em caso de resultado positivo, a gestante é orientada sobre seus direitos e os de seu bebê, e sobre a importância de começar a receber, imediatamente, os cuidados recomendados pelo Ministério da Saúde, antes, durante e após o parto. O coquetel de medicamentos (ou terapia anti-retroviral) que a gestante recebe é capaz de controlar a evolução dadoença e prevenir a transmissão da Aids para o bebê.
As estatísticas da Unaids, programa conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids, mostram que, na América Latina, a epidemia atinge aproximadamente 1,7 milhões de pessoas e o número de novos casos está chegando a 140 mil por ano. No Brasil, já foram identificados cerca de 433 mil casos de Aids desde o primeiro diagnóstivo, em 1980, até junho de 2006.
Esper Kallas, médico infectologista há mais de 10 anos, afirma que situação da Aids do Brasil pode ser considerada como privilegiada em comparação a outros países, embora seja preciso encará-la com muita cautela, já que cerca de 11 mil pessoas morrem por complicações da doença todos os anos.
Segundo Kallas, “os pacientes brasileiros têm acesso aos melhores medicamentos disponíveis. O governo tem sido um exemplo mundial nas estratégias e na implementação de medidas de prevenção e tratamento, embora, é claro, tenha que se ter em mente que nenhum programa é 100% perfeito. Seguramente existem pontos que devem ser melhorados, mas acredito que o Brasil está no caminho certo nesses 25 anos de epidemia.”
Questionado especialmente para esta matéria, sobre o crescente numero de casos de HIV em mulheres, o especialista explica: “este quadro confirma a idéia de que hoje em dia não existe mais o chamado grupo de risco, ou seja, qualquer pessoa está sujeita à contaminação”. Kallas faz um sério alerta: “não devemos dar a impressão para a população de que ela não faz parte do chamado grupo de risco, dando a certeza de que está livre de se infectar. O aumento expressivo de casos entre as mulheres é um reflexo de que a doença vem se transmitindo entre os heterossexuais com mais facilidade.”
De acordo com o médico, quando um indivíduo é contaminado pelo HIV, o vírus demora em média de 5 a 7 anos para se multiplicar no organismo; assim, conseqüentemente esse aumento no número de mulheres infectadas pelo HIV, na verdade, reflete uma transmissão que aconteceu anos atrás.”
Por fim, Kallas conclui que o mais importante é sempre manter a Aids sob discussão. É preciso que as pessoas conheçam exatamente o problema, que tenham consciência que a doença não tem cura, que os vírus tornam-se mais resistentes aos tratamentos (mesmo os mais atuais) quando prescritos a longo prazo, e que não existem mais grupos de risco.
Na verdade, todas as informações sobre a doença precisam caminhar para um dado vital: a prevenção ainda é maneira mais eficiente e correta para prevenir a contaminação com o vírus. Não importa a idade, não importa o gênero, não importam as preferências sexuais, não importa raça ou cor: vida sexual ativa exige o uso da camisinha. Até o momento a única maneira eficaz de evitar a Aids, doença hoje crônica, mas fatal, infelizmente.
FONTE,Veículo: Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo
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