quarta-feira, 30 de junho de 2010

4º sindromes que afetam a humanidade

Artigo do Repórter SACI Voluntário Wiliam Machado debate questões que vão da demanda social aos entraves corporativistas.

Comentário SACI: Recebido em 10/01/2008

Wiliam C. A. Machado

Faz tempo que constato anseio de muitas pessoas com deficiência física severa, seus familiares e/ou pessoas significativas, além de perceber consenso entre profissionais de saúde que atuam na atenção básica e nos programas institucionalizados de reabilitação, sobre a incontestável necessidade de o poder público disponibilizar cuidadores domiciliares para atuar nas comunidades, Brasil afora. Imperativa para quem vivencia o cotidiano de pessoas que dependem de cuidado e ajuda de terceiros para as mínimas coisas, da mesma forma imprescindível no entendimento de profissionais de saúde diretamente envolvidos na reabilitação dessas pessoas, a presença do cuidador domiciliar pode ser comparada à necessidade diária de alimento para que qualquer ser humano sobreviva.

As necessidades de cuidados/ajudas dessas pessoas para com a presença sistemática do cuidador domiciliar são inúmeras, a começar pelo seu acentuado grau de comprometimento funcional para o provimento do autocuidado corporal, necessidades em graus variados da ajuda de outros para o desempenho das atividades da vida diária, como o vestir-se, calçar-se, banhar-se, alimentar-se, sozinho. Uma listagem de aspectos próprios das necessidades humanas básicas, sem as quais o bem-estar, a auto-estima, a apresentação, convivência e inclusão social dessas pessoas seriam inviáveis.

Com o acentuado envelhecimento da população brasileira nas últimas décadas, aumentou-se significativamente a demanda de cuidadores domiciliares para idosos, porém, cursos de formação para cuidadores de idosos não foram oferecidos no mesmo ritmo, obrigando quem deles precise recorrer ao mercado de trabalho informal e pessoas desqualificadas para tal atividade. Ressalta-se que o grupo de idosos é também composto por pessoas com doenças neurológicas degenerativas, como, Alzheimer, Parkinson, entre outras que, a depender do estágio da doença, se enquadram na categoria deficiência física severa. Condições humanas que requerem cuidados e ajuda profissional especializados para acesso ao direito de sobreviver com dignidade, evidentemente.

Pautado na experiência profissional ao longo de três décadas na área assistencial de enfermagem hospitalar e como docente de cursos de graduação e pós na área de ciências da saúde, além de pesquisador da qualidade de vida e saúde das pessoas com deficiência, reconheço a pertinência/premência da oferta de cursos para formação de cuidadores, mas não posso negar que alguns entraves de caráter corporativistas na defesa de mercado de trabalho, remetem ao exercício profissional do auxiliar e do técnico de enfermagem. Então, questiono: Não seria o caso de se criar cursos de especialização em cuidados domiciliários de pessoas com deficiência física severa para auxiliares e técnicos de enfermagem? Tal iniciativa contemplaria tanto a demanda crescente de cuidadores domiciliares quanto preservaria intactos espaços no mercado de trabalho, fruto das especulações corporativistas da enfermagem.

Da mesma forma parece-nos imperativa a oferta de cursos de difusão cultural para formação de cuidadores domiciliares, inclusive de pessoas com deficiência física severa, abertos para a comunidade em geral, considerando a realidade da desigualdade social/educacional e singularidades dos 5.564 municípios brasileiros. Em especial no pleno reconhecimento de que, em algumas centenas deles, inexistem ofertas de cursos para formação de auxiliares e técnicos de enfermagem, mesmo assim existe clientela para tal demanda em todos os municípios brasileiros, conforme dados do censo do IBGE 2000 e da contagem populacional de 2007. Para os casos dos municípios que não dispõem da oferta de cursos para formação de auxiliares e técnicos de enfermagem, havemos de atentar para o fato de que todos possuem em sua estrutura de Governo Municipal, uma Secretaria de Saúde, a qual deveria designar enfermeiro do seu quadro para se responsabilizar pela disponibilização de tais cursos, em atendimento a demanda local.

Vale ressaltar que na maioria dos casos, seja nas regiões mais desenvolvidas, seja naquelas carentes de tudo, em todo o território nacional, são os próprios membros das famílias, predominantemente incansáveis mães/pais, alguns já desgastados pelo peso do cotidiano e/ou idosos, que se encarregam do cuidado dessas pessoas, sem que tenham recebido menor orientação profissional específica. Mais uma questão surge: Por que negligenciar uma demanda social em nome da preservação de interesses fundamentalmente corporativistas? E o cuidado da saúde do ser humano, onde ficaria?

Finalmente, cabe enfatizar a premência de se transpor quaisquer barreiras para criação e implementação de cursos de difusão para cuidadores de pessoas com deficiência física severa, em todo o Brasil, sobretudo, sob sistemático processo de avaliação e acompanhamento de seus pares com formação, qualificação e/ou experiência de usuários de tais serviços. Afinal, não devemos perder de sintonia a máxima: "Nada sobre nós sem nós".

Prof. Dr. Wiliam César Alves Machado
Presidente do CMPDE

3º sindromes que afetam a humanidade

O Processo de Romantização das Deficiências

Revista Benjamin Constant
22/01/2008

Um olhar diferente sobre as deficiências

Comentário SACI: Artigo publicado na Revista Benjamin Constant de Dezembro de 2007 Ano 13 Número 38

Lucia Maria Filgueiras da Silva Monteiro

RESUMO

Este artigo tem por objetivo principal apontar e discutir algumas questões recentes no cotidiano de associações, escolas, universidades e ONGs, as quais, num processo chamado negação da deficiência, abordam assuntos específicos das pessoas deficientes, com uma visão romântica, distorcida e assistencialista, advinda de um paradigma (normalização) que não deixou saudades em termos de contribuição a esta causa. Volta-se a um período já vencido de uma luta árdua das pessoas deficientes pelo reconhecimento das deficiências como são, de suas necessidades e das reais possibilidades que se construíram em períodos nos quais o realismo somou e contribuiu para avanços, abrindo espaços antes impeditivos aos deficientes em diversos setores da sociedade.

Introdução

O termo comunidades tem hoje um aspecto abrangente no qual se inserem categorias que, em busca de direitos, tentam se fortalecer com a utilização do mesmo. A procura por garantias constitucionais específicas, além de espaços nos campos econômico (pensões e isenção de impostos), acadêmico (cotas), social e territorial (demarcação de terras) __ e por que não religioso? __ tem-se configurado como realidade na pós-modernidade. Alguns autores, como Bourdieu, Champagne, Morin, remetem esta questão ao processo de globalização, o qual detonaria a formação de guetos e de comunidades que lutariam por manter suas características étnicas e garantir benefícios sociais e culturais. Isto seria benéfico se fossem apenas estas as intenções daqueles que organizam, dirigem e mantêm estas comunidades. Todavia, os ganhos políticos e as intenções em termos de ganhos secundários (GOFFMAN, 1975) percebidos com práticas extremamente discriminatórias, cada vez mais ocupam espaço, e cada vez mais discriminam seres humanos, classificados de forma muito semelhante ao que em outras culturas recebe o nome de castas. Hoje, ser negro é ser afro-descendente, mesmo que sua negritude origine-se em outro continente que não o africano. Ser cego é ser deficiente visual, ser homossexual é pertencer à comunidade "gay". Aqueles que não aceitam estas terminologias passam a não mais pertencer a qualquer categoria amparada pelas entidades.

Nosso foco principal neste trabalho estará voltado para os "deficientes visuais" __ indivíduos cegos e de baixa visão __ que também vêm sofrendo o mesmo processo de categorização e, sobretudo, de um processo aqui denominado de romantização da deficiência e do que é ser cego. Quando apenas a teoria e pesquisas momentâneas e circunstanciais disseminam um saber baseado em uma rápida investigação de alguns meses, forma-se um falso pensamento sobre o grupo pesquisado e constrói-se um saber apartado da prática e do cotidiano. Torna-se importante ressaltar que o que foi dito não se refere à pesquisa como um mal, e sim, que a pesquisa bem feita agrega valor ao conhecimento e traz avanços ao campo de saber específico. O que se quer ressaltar aqui é o distanciamento, que nem sempre o pesquisador consegue ter, quando lida com um campo onde a alteridade interroga, faz pensar e afeta-o, como ser humano, antes de tudo. O encontro com a deficiência traz à tona sentimentos que merecem atenção para que a pesquisa não seja contaminada por suas questões internas, fazendo aflorar sentimentos que vamos denominar de "românticos". Como nos diz Goffman (1975, p. 23), "Quando normais e estigmatizados realmente se encontram na presença imediata uns dos outros, especialmente quando tentam manter uma conversação, ocorre uma das cenas fundamentais da sociologia ... o indivíduo estigmatizado pode descobrir que se sente inseguro em relação à maneira como os normais o identificarão e o receberão."

Percebe-se que tal fato não ocorre somente com o estigmatizado; os sentimentos do pesquisador ao aproximar-se de um campo novo, onde não há identificação imediata, tendo em vista o estigma, às vezes forma um pensamento eivado de falsas premissas e conclusões apressadas, advindas de alguns meses de estudo num campo onde há muitas diferenças a serem consideradas. A imersão no campo de pesquisa afeta, faz pensar, impele a reconsiderar conceitos, e isso é bom para ambos: pesquisador e pesquisado. Entretanto, o desconhecimento deste ato afetivo, muitas vezes, compromete seus resultados e conclusões.

Aproximação e Rejeição à Pesquisa, uma Atitude Motivada ou um Processo a Ser Construído?

Inicio este tópico revelando ao leitor deste artigo como surgiram os questionamentos acima descritos. Desde 2006 coordeno o Centro de Estudos do Instituto Benjamin Constant, IBCentro, coordenação da Divisão de Pesquisa Documentação e Informação deste centro de referência nacional para as questões da deficiência visual. Aproximei-me então de algo que jamais tinha chegado a meu conhecimento, mesmo trabalhando na Instituição há pelo menos vinte anos. O volume de pesquisas que utilizavam o Instituto Benjamin Constant (IBC) como campo era considerável, todavia a divulgação de seus resultados, aos profissionais, técnicos ou mesmo alunos do estabelecimento, raramente se efetivava, bem como os trabalhos acadêmicos, frutos das mesmas, também não eram entregues para fazerem parte do Acervo Bibliográfico Especializado. Algo previsto em legislação dos Comitês de Ética não era respeitado ou mesmo exigido pela Instituição. No IBC foram criados mecanismos de controle de pesquisa (ficha do pesquisador, termo de compromisso etc.), no entanto os mesmos não eram de todo respeitados. Algumas vezes, pesquisadores sequer preenchiam estes documentos e utilizavam o campo de pesquisa oficiosamente. Este quadro apontava para pelo menos duas situações que mereceriam análise por parte da Instituição: a facilidade com que esta acolhia o pesquisador, não exigindo dele a autorização para sua pesquisa (ato praticado, muitas vezes, até mesmo por funcionários da Instituição, que desconheciam as regras para pesquisa), e a banalização dos resultados obtidos, os quais se tornavam muitas vezes artigos científicos, livros ou mesmo um "certo tipo de senso comum" na área, ao serem levados para as comunidades de origem do pesquisador. Freqüentemente, os resultados lidos em outras comunidades científicas tornavam-se verdades sobre os deficientes visuais, mas não se sustentariam caso fossem analisados à luz da práxis e do conhecimento agregado pelos profissionais da Instituição ou de outras que tratassem do assunto.Esta situação levava os profissionais do IBC, em alguns casos, a rejeitarem novas pesquisas ou mesmo a não mais acreditarem que estas devessem continuar a ser permitidas, fato que fecharia um campo riquíssimo para o avanço das técnicas e de ações positivas para o grupo social enfocado. A análise destas e de outras situações vividas ao longo deste primeiro ano à frente da coordenação levou-me a uma estratégia de aproximação entre os pesquisadores e seu campo de pesquisa. Foram então agendadas palestras para que o corpo docente e técnico da casa pudesse ter contato com os pesquisadores, num espaço de troca e de diálogo entre a prática e a teoria, uma proposta que certamente passou a enriquecer ambos os grupos.

Ballet Clássico, Desenhos, Fotografias e Outras Práticas para Deficientes Visuais

Chegamos aqui ao cerne deste texto. A partir destes encontros, começou a surgir no IBC algo que nem mesmo eu suspeitara. Pesquisadores com algum trânsito na comunidade científica, doutores, pós-doutores, vindos de outras instituições, traziam os resultados de suas pesquisas para serem comentados na casa. Um espaço de reflexão foi criado e a discussão trouxe uma saudável aproximação entre o discurso acadêmico e o saber advindo do cotidiano vivido no IBC.

A vinda dos pesquisadores aos encontros científicos, trazendo os resultados de suas investigações, na verdade, iniciou-se bem antes da criação do IBCentro, com o envio de trabalhos acadêmicos (teses e dissertações) ao Acervo Bibliográfico Especializado e à revista científica da Instituição, Benjamin Constant (de cuja Comissão Editorial a autora deste texto participou). Nestes trabalhos, eventualmente, notava-se o que chamamos de viés romântico no trato com questões da deficiência visual.

O primeiro que irá ser comentado é o que trata do ensino do ballet clássico para este grupo. Aquele que tem algum conhecimento desta prática sabe, por experiência, que sua técnica é algo extremamente difícil, que exige observação visual constante do praticante para que este possa apreender detalhes, os quais são fundamentais para a sua execução e o aprimoramento inicial de suas técnicas. O tato infelizmente não é capaz de substituir a visão neste caso, pois os movimentos são de tal forma complexos que exigem para sua execução o caráter globalizador da visão, que apreende não só o movimento do corpo como um todo, bem como deste em relação ao espaço. O que se está dizendo não é fruto de simples observação e sim de uma tentativa de ensino desta técnica de dança (uma das muitas existentes) às alunas do IBC na década de oitenta. Nesta época, a autora deste artigo tentou experimentar o ensino de ballet clássico, uma vez que tomou conhecimento de que as alunas da Instituição haviam freqüentado aulas de dança sem fazer uso desta técnica, sob a coordenação da Prof. Yara Vaz¹ . Desta experiência resultou uma conclusão semelhante à da professora anterior: as meninas cegas poderiam, sim, dançar, mas o ballet clássico, em princípio, não era a técnica mais adequada a elas. Os porquês desta conclusão não caberiam neste texto, mas talvez um possa ser aqui descrito: o ballet clássico, por si só, é uma técnica onde o corpo está em permanente contração do tônus muscular, e esta rigidez é vista como condição para que os passos sejam executados. O corpo está sempre em estado de alerta para que força e equilíbrio se conjuguem no intuito de realizar os passos, mas esta contração muscular não deve ser perceptível ao observador, daí o caráter artístico agregado aos movimentos. Para esta execução o corpo está em tensão. Esta tensão permanente não seria, em princípio, benéfica ao corpo do cego, que pelas dificuldades de locomoção já se encontra em permanente estado de alerta, o que causa um tônus já por demais retesado. Esta tonicidade acontece por ter que caminhar sem poder ver o caminho e seu corpo se encontra nesta espécie de "alerta". Percebeu-se que as práticas mais adequadas seriam aquelas que trariam certo "relaxamento" ao corpo. O que decididamente não é o caso do ballet clássico. Foi talvez por isso que a professora Yara Vaz tenha optado por práticas de ginástica natural e a autora deste artigo, por práticas de dança moderna, contemporânea e uma aproximação com a ginástica rítmica.

Levando em conta esta experiência, sentimo-nos à vontade para analisar, de forma colaborativa, outras que elejam o ensino de ballet clássico para meninas cegas. Não se está aqui querendo traçar limites para qualquer prática, apenas há que se considerar que algumas nem sempre beneficiam seus praticantes. Nada impede que seja oferecida esta modalidade de dança. Em alguns casos, pode-se dizer que é possível a prática desta técnica, mas mesmo para pessoas que enxergam ela é extremamente elitista; são necessárias facilidades em termos de flexibilidade, equilíbrio e controle muscular. Portanto é uma prática extremamente difícil de ser executada, mesmo por pessoas que enxergam. É nesse ponto que, mesmo percebendo como são importantes iniciativas inovadoras, alertamos para a adequação das mesmas, evitando um certo romantismo associado a determinadas práticas. É importante que se divulgue que essas são tentativas de incluir o deficiente visual, mas que ele tem que ser informado que nem sempre executa as técnicas como as pessoas que enxergam. Ele precisa ter consciência de suas limitações, para que também não forme uma falsa idéia sobre si mesmo. Não esclarecer esse ponto seria criar uma condição na qual a cegueira seria vista como um "poder" e que, apesar dela, o cego poderia "dançar na ponta do pé". O importante é perceber que validade tem para o outro, que significado para ele tem esta prática e até mesmo que prejuízos pode causar-lhe², entre outras considerações. Todavia caberá sempre ao indivíduo a escolha.

Passemos a outra questão: o ensino de desenhos para cegos. Este é um tema que abre diversas discussões. A primeira delas é o significado que o desenho tem para a criança deficiente visual, já que esta não se beneficiaria da visão de seu próprio desenho. Outras questões surgem, tais como a imposição do desejo do vidente em ver o cego fazer algo que não fazia parte de seu cotidiano até então. O desenho tem características bidimensionais que não podem ser apreciadas pelo tato. Hatwel (2003) trata destas e de outras situações em seu trabalho, quando estuda a compreensão de desenhos, por pessoas cegas, através do tato.

Um outro ponto merece consideração e um amadurecimento com respeito a essas representações gráficas. Quando um cego desenha um rio como sendo um círculo com pedrinhas no seu interior, ele está expressando a sua representação desta experiência tátil. É dessa maneira que para ele o rio se reveste de forma. Nós que enxergamos tenderíamos a identificar esta forma como um lago. Temos pois que cuidar para não impormos nossa representação, advinda do sentido da visão sobre o tato, uma clara ocorrência do paradigma visuocêntrico. A criança cega pode e deve ser informada de que um rio não é redondo, mas que ela pode assim representá-lo, pois é a sua visão do rio. Cabe ao professor informar e esclarecer como os videntes percebem o rio, até porque, mais tarde, nas aulas de Geografia, a criança perceberá que o rio percorre vários caminhos e que não se limita a um círculo. Como pensar sobre esta questão? Existem dois aspectos: o primeiro seria a interferência na criatividade da criança quando se expressa; o segundo, a imposição de uma representação advinda do olhar sobre uma interpretação advinda do tato. Para o cego, que desenhou um rio como sendo um círculo, estava claro que esta era a sua "visão" daquele espaço, percebida através de seu tato e representada por ele corretamente.


Neste ponto, pode-se questionar se a informação do professor não seria uma interferência da percepção visual sobre a tátil. Por outro lado, sabemos que as pessoas cegas perguntam sobre a forma de objetos que não podem tatear integralmente. Sob este aspecto, a descrição tem lugar, mas não como limitadora da expressão artística da criança.

A questão dos desenhos para deficientes visuais merece ser investigada mais profundamente, pois ela é citada em alguns textos como apropriada para este grupo. Em MEC (2001, p.162) encontramos a seguinte citação: "A criança deficiente visual também necessita expressar seus sentimentos, pensamentos e fantasias através do desenho."

A discussão sobre imposições de padrões dos videntes sobre os deficientes visuais fez-nos pensar sobre uma outra questão: a fotografia. Desta feita, avançamos significativamente em nossas elucubrações, quando nos lembramos do comentário de uma professora sobre seu aluno. O menino perguntou sobre suas possibilidades de fotografar. Ela, pensando sobre o assunto, questionou-se: "O que direi a meu aluno quando este me perguntar: Já que o cego pode tirar fotografias, também poderá dirigir automóvel?"

A pergunta levantava a discussão sobre as reais possibilidades da pessoa cega. Bavcar (2001, p. 25) provoca-nos falando que: "a fotografia é sua maneira de perverter o método de percepção estabelecido entre as pessoas que enxergam e as pessoas cegas."

A fotografia e o desenho não poderiam ser vistos pelo deficiente visual e atenderiam apenas ao desejo daqueles que enxergam sobre aqueles que não podem ver. Então qual seria o sentido destas práticas para os deficientes visuais? Seria então uma romantização da deficiência? Uma negação da mesma? Passemos a esta questão.

Uma Questão Filosófica: A Percepção do Desejo dos que Vêem na Tentativa de Aproximar os Cegos da Visão

O que estamos chamando aqui de romantização das deficiências é um certo modo de fazer com que o deficiente aproxime-se o mais possível de práticas que pessoas sem deficiência possam desempenhar. Seria um retorno ao paradigma de normalização, vigente há décadas atrás, um retrocesso a um período onde o deficiente tinha que parecer o mais "normal" possível. Seria uma forma velada de negação da deficiência, pois se práticas que são eminentemente visuais podem ser realizadas por pessoas cegas, quais então são as limitações da cegueira? O que seria importante saber: é tão relevante para o cego realizar desenhos que não pode ver? Tirar fotos que, da mesma forma, não pode apreciar? Analisando a questão de forma contrária, ou seja, do ponto de vista do indivíduo "vidente": será que por saber braille teríamos que lê-lo com a ponta dos dedos? Estas aproximações são, a nosso ver, formas realmente românticas de se observarem os impedimentos de todos os seres humanos para a realização de determinadas tarefas. Todavia a discussão remonta aos escritos de Diderot ao referir-se à recuperação da visão.

Recentemente a fotografia foi alvo de discussão e curiosidade a partir do pensamento do filósofo esloveno Evgen Bavcar. Ele perdeu a visão por volta dos dez anos e encara a fotografia como modo de apropriação de imagens e de expressão, segundo uma ótica perpassada pela filosofia. Mas nem mesmo ele descarta que para fotografar necessita da ajuda de pessoas que enxergam. Então a função de fotógrafo é limitada. Está claramente definido aí até quanto ele é incapaz para esta função. Lembremo-nos ainda que Bavcar não é cego congênito e menciona a lembrança de imagens com as quais conviveu. Em visita ao Instituto Benjamin Constant em 2001, estes e outros questionamentos foram feitos ao filósofo por deficientes visuais presentes ao encontro. Foi perguntado o porquê de Bavcar intitular-se fotógrafo cego, e não apenas fotógrafo. Quando usa a denominação "fotógrafo cego", onde estaria o destaque, na fotografia ou na cegueira? Na potência como artista plástico ou na deficiência do fotógrafo cego?

Existem diversas práticas onde o deficiente visual notabiliza-se por sua competência e excelência. Em muitas delas supera as pessoas que enxergam, em função de seus canais perceptivos estarem voltados para a tarefa sem a dispersão causada pela visão. Parece-nos, no mínimo, romântica e, por que não dizer, quixotesca a realização de tarefas possíveis sim, mas onde o foco está voltado não para o valor do realizado e sim para o feito extraordinário envolto na deficiência!

Mais uma vez lembramos, ao encerrar este artigo, que não se está aqui apontando limites para o ser humano, no caso, aquele que não vê, mas sim tentando abrir uma discussão sobre o que se está percebendo como um retorno ao paradigma de normalização, o qual fixou suas metas na aproximação dos deficientes de pessoas ditas "normais", desconsiderando o que a sociedade necessitava fazer para dar condições àqueles de nela viver. O intuito do artigo é abrir espaços para a reflexão dessas questões e de fomentar pesquisas que revelem a adequação, ou não, de determinadas práticas eleitas para os deficientes visuais.

Conclusão

Espera-se que, após a leitura deste texto, outros profissionais dialoguem acerca do que foi dito. Que surjam novas discussões e respostas ao que ora foi exposto, e que se possa futuramente obter conclusões sobre estas e outras questões, advindas de pesquisas e estudos nos quais os pesquisadores tratem a deficiência de forma realista. Sobretudo, que elejam seu universo de sujeitos contemplando-os na pesquisa de forma participativa e não somente como pessoas a serem observadas. Pesquisas que interroguem este grupo social acerca de suas preferências, de suas aspirações, bem como de suas impossibilidades e limites. Espera-se ainda que as instituições voltadas para estas questões abram cada vez mais centros de pesquisa para que, à luz da ciência, possa-se avançar nos estudos e, de forma dialética, desmistificar algumas falsas premissas divulgadas sobre os deficientes, no caso aqui, pessoas cegas ou com baixa visão. A ampliação do campo para pesquisas nesta área necessita do aporte teórico e prático das instituições e de seus técnicos, para que no futuro não haja uma apropriação indevida da imagem e das possibilidades deste grupo. Ainda hoje, as representações sociais da cegueira estão relacionadas à invalidez e aos impedimentos, mas certamente não será através da colocação do indivíduo cego em pé de igualdade com os videntes na realização de determinadas tarefas que esta representação mudará. Observar o impedimento como limite é algo que a todos afeta, pois quem não os tem? Então propomos uma questão para reflexão dos leitores desta publicação técnico-científica: ao lerem este artigo, interroguem-se sobre suas próprias impossibilidades e limites e imaginem-se num ambiente onde sejam forçados a atuarem desconsiderando-os. Será esta a melhor forma de se conviver com as diferenças?

NOTAS DE RODAPÉ

1Yara Vaz: Conhecida professora de Educação Física que foi funcionária do IBC na década de sessenta.
2 Sabemos que certas patologias oculares, tais como o glaucoma, carecem de cuidados específicos como evitar colisões, quedas ou movimentos bruscos que podem causar piora do quadro patológico.


REFERÊNCIAS

BAVCAR, Evgen. A Luz e o cego, Benjamin Constant, Rio de Janeiro, v. 7, n. 19, 2001.
BOURDIEU, Pierre; CHAMPAGNE, Patrick . Os excluídos do interior. In: NOGUEIRA, M. A.; CATANI, A. (Orgs.). Escritos de Educação. Petrópolis: Vozes, 1998.
HATWEL, I. Psychologie cognitive de lac cecité précoce. Paris: Dunot, 2003.
GOFFMAN, Erving. Estigma – Notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. Rio de Janeiro: Zahar, 1975.
MEC, SEESP. Programa de capacitação de recursos Humanos do ensino Fundamental – Deficiência Visual, v. 1, Brasília, 2001.
MORIN, Edgar. O método 5 __ a humanidade da humanidade: a identidade humana, Tradução de Juremir Machado da Silva, Porto Alegre: Sulina, 200

2ºsindromes que afetam a humanidade

Perguntas gerais

Questões amplas sobre a deficiência em geral

O que é inclusão social?


"Inclusão é uma consciência de comunidade, uma aceitação das diferenças e uma co-resposabilização para obviar às necessidades de outros" (Stainback e Stainback, 1990). Pois "A deficiência não é simplesmente a conseqüência de uma incapacidade; é também, em parte, uma situação imposta pela sociedade. Por outro lado, a definição de deficiência varia de acordo com a cultura, as tradições e o nível de desenvolvimento do país." Leia também o texto
"Terminologia sobre deficiência na era da inclusão"
de Romeu Sassaki

Quantas pessoas são portadoras de deficiência no Brasil?


Segundo dados estimados pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para países em desenvolvimento em tempos de paz, 10 % da população é formada por pessoas portadoras de deficiência sendo que, dessas, 50% é portador de Deficiência Mental, 20% de Deficiência Física, 15% de Deficiência
Auditiva, 10% de Deficiência Múltipla e 5% de Deficiência Visual. Os dados mais recentes sobre a população brasileira foram colhidos no Censo do IBGE em 2000. De acordo com esse documento, existem cerca de 24,5 milhões de pessoas no Brasil, ou 14,5% da população total.
Desses, 8,3% possuem deficiência mental, 4,1% deficiência física, 22,9% deficiência motora, 48,1% deficiência visual e 16,7% deficiência auditiva.

Quais são as principais causas da ocorrência de deficiências?


Segundo estimativas publicadas no site do MEC, 30% das deficiências são causadas por doenças em geral, 20% por problemas congênitos, 20% por desnutrição, 7% por acidentes domésticos, 5,5% por acidentes de trânsito, 2,5% devido a acidentes de trabalho e15% por outras causas.

Calcula-se que só 2% das pessoas portadoras de deficiência são atendidas pelo poder público e que, com ações de prevenção, sete em cada dez casos de deficiência poderiam ser evitados. Para um conhecimento mais aprofundado desse quadro, consulte a Planilha de População Residente do censo demográfico de 1991, por Tipo de Deficiência segundo a Situação do Domicílio e os Grupos de Idade no Brasil, disponível no endereço http://www.mec.gov.br/seesp/plan9.shtm


Conheça os dados obtidos com o Censo Demográfico realizado pelo IBGE em 2000.


Quais são as principais causas de incapacidade por doença?


Segundo a OMS (1977), as principais causas de incapacidade por doença no mundo são: transtorno do humor, perda da audição, filaríase linfática, bócio, retardo mental, afecções cretinóides, transtornos esquizofrênicos, cegueira devido a catarata, demência adquirida (como nos casos de Alzheimer e Parkinson), cretinismo e poliomielite aguda.

O que é AVC?


É a sigla usada para "Acidente Vascular Cerebral". Ele é responsável pela paralisia total ou parcial do corpo, alterações da fala, da visão e da memória, devido à falta de irrigação sangüínea em um determinado território cerebral. Acomete principalmente pessoas acima dos 45 anos com quadro de diabete, pressão alta, doenças cardíacas e taxas elevadas de colesterol. A demora no diagnóstico pode agravar as consequências do problema.

O que é AVCI e AVCH?


AVCH é a sigla usada para acidente vascular cerebral hemorrágico e AVCI é a sigla usada para acidente vascular cerebral isquêmico, também conhecido como "derrame".

O que é derrame?


Tecnicamente, derrame é o termo usado para um acúmulo anormal de líquido em qualquer cavidade ou órgão (derrame pleural, derrame pericárdico, derrame cerebral).

O que é diplopia?


É uma espécie de visão dupla que caracteriza diversas deficiências como a esclerose múltipla.

O que é anemia falciforme?


A Anemia Falciforme é uma doença genética e hereditária, causada por anormalidade da hemoglobina dos glóbulos vermelhos do sangue, responsáveis pela retirada do oxigênio dos pulmões, transportando-os para os tecidos. Esses glóbulos vermelhos perdem a forma discóide, enrijecem-se e deformam-se, tomando o formato de "foice". Os glóbulos deformados, alongados, nem sempre conseguem passar através de pequenos vasos, bloqueando-os e impedindo a circulação do sangue nas áreas ao redor. Como resultado causa dano ao tecido circunvizinho e provoca dor.
O curso da doença é variável. Há doentes que apresentam problemas sérios com mais freqüência e outros têm problemas esporádicos de saúde.
Geralmente é durante a Segunda metade do primeiro ano de vida de uma criança que apareceram os primeiros sintomas da doença. Exceção é feita nos casos onde o exame de sangue para detecção da doença foi realizado já no nascimento ou no berçário. Até atingir a idade escolar é comum a doença se manifestar; é raro isso não ocorrer.
A Anemia Falciforme não deve ser confundida com o traço falciforme. Traço falciforme significa que a pessoa é tão somente portadora da doença, com vida social normal.

Traço falciforme é doença?


Estas pessoas não são doentes, o fato de possuírem traço falciforme significa que herdaram de um dos pais o gene da anemia falciforme. Como são assintomáticos, a única forma de saberem é realizando um exame de sangue chamado eletroforese da hemoglobina. Se o resultado for positivo, esta pessoa deverá receber orientação genética e o exame será estendido ao companheiro (a) e filhos. O exame é de grande importância, pois, quando duas pessoas com esta condição genética se unem elas têm possibilidades de gerar filhos com anemia falciforme, que é uma doença clinicamente grave, incurável, autolimitante e com alto índice de morbimortalidade.

Existe alguma lei que proteja os portadores de doença falciforme?


A Lei 12.352/97 institui o programa de atenção e assistência aos portadores de traço e doença falciforme no Município de São Paulo, sendo esta apresentada e sancionada em várias cidades e Estados brasileiros. Dentro destas políticas, temos como norteador o Programa Nacional de Anemia
Falciforme.

O que é malformação?


É qualquer anomalia morfológica de um órgão ou parte dele que resulte em uma perturbação do curso normal de desenvolvimento do organismo.

O que são condutas típicas?


Estas podem ser definidas como manifestações de comportamento típicas de portadores de síndromes e quadros psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos, que ocasionam atrasos no desenvolvimento e prejuízos no relacionamento social, em grau que requeira atendimento educacional especializado.
Vale a pena mencionar como exemplo o autismo, que é uma síndrome definida por alterações presentes, em geral, por volta do 3º ano de vida e que se
caracteriza pela presença de desvios nas relações interpessoais, linguagem/comunicação, jogos e comportamentos.

O que é anemia?


A anemia por deficiência de ferro produz alterações no sistema nervoso central como irritabilidade e apatia, além de perturbações gastrointestinais. Existem outros dois tipos da doença que causam deficiência, a falsiforme (ou drepanocítica) e a eritroblástica, conhecida como talassemia.

O que são doenças congênitas?


São as doenças que já existem na ocasião do nascimento. Embora a maioria delas seja de origem genética, outras podem ter origem distinta, como a toxoplasmose e a sífilis congênitas, que são de natureza infecciosa, mas adquiridas durante a vida intra-uterina. Por outro lado, nem todas as doenças hereditárias são congênitas, podendo manifestar-se só na vida adulta, como acontece com a doença de Huntington, cujos sintomas surgem na terceira ou quarta década da vida.

O que são doenças genéticas ou anomalias congênitas?


Doenças genéticas são doenças causadas por genes presentes no DNA do indivíduo e não pela ação de um agente externo, como uma bactéria ou vírus. Algumas doenças genéticas ainda não têm cura, como a hemofilia, mas novas técnicas vêm sendo desenvolvidas para que a ação de bactérias auxilie na substituição dos genes defeituosos de forma a não permitir que a doença atinja as gerações posteriores.

O que são doenças perinatais?


São doenças relacionadas ao pré-natal, ao parto e aos momentos imediatamente posteriores ao nascimento da criança.

O que é lesão medular?


A lesão medular é um trauma que, dependendo do local atingido, pode levar à perda parcial ou total dos movimentos, caracterizando a paraplegia e ou a tetraplegia. A lesão pode ser completa, quando atinge a medula de forma que nenhuma mensagem passa pelos nervos, ou incompleta, caracterizada pela existência parcial ou recuperação dos movimentos e sensações. Quanto mais alta, ou seja, quanto mais próxima do pescoço for a lesão, mais movimentos se perdem.

O que é esclerose múltipla?


É uma doença neurológica inflamatória crônica que acomete mais freqüentemente adultos jovens, entre os 20 e 40 anos. É mais comum em mulheres (proporção de 2 para 1) e em indivíduos de cor branca. Acredita-se que a esclerose múltipla seja uma doença autoimune em que o próprio sistema
imunológico do organismo ataca a mielina (desmielinização) do sistema nervoso central. Embora não seja herdada diretamente, a esclerose múltipla acomete pessoas geneticamente susceptíveis, as quais são aparentemente mais reativas a determinados estímulos ou agentes.

O que é poliomielite?


A poliomielite é uma doença causada por um enterovírus, denominado poliovírus (sorotipos 1, 2 e 3). É mais comum em crianças ("paralisia infantil"), mas também ocorre em adultos (ver também síndrome do pós-polio. A transmissão do poliovírus "selvagem" pode se dar de pessoa a pessoa através de contato fecal-oral, o que acontece onde as condições sanitárias e de higiene são inadequadas.
Uma pessoa que se infecta com o poliovírus pode ou não desenvolver a doença. Quando apresenta a doença, pode desenvolver paralisia flácida (permanente ou transitória) ou, eventualmente, evoluir para o óbito. A doença não tem tratamento específico. O último caso de poliomielite paralítica no continente americano ocorreu no Peru em agosto de 1991. Em 1994, uma Comissão Internacional atestou a eliminação da transmissão do poliovírus selvagem no continente, o primeiro a eliminar a poliomielite. No Brasil, o último caso de poliomielite com o vírus selvagem ocorreu em 1989, e o país recebeu o Certificado de Eliminação da Poliomielite em 12 de dezembro de 1994, mas ainda precisamos estar atentos à síndrome do pós-pólio.

O que é síndrome pós-pólio?


A síndrome pós-pólio (SPP) desenvolve-se entre 30 a 40 anos depois da recuperação funcional da poliomielite, atingindo entre 20% e 40% daqueles que tiveram tal doença. Os sintomas mais comuns são exaustão, dores e fadiga muscular. Os pacientes verificam o declínio súbito da resistência a atividades da vida diária. A fraqueza associada à SPP ocorre, freqüentes vezes, em músculos que foram afetados pelo ataque primitivo de poliomielite. A dor é sentida em músculos e em articulações, manifestando-se como uma irritação que surge na seqüência de uma atividade ligeira, recuperando-se desta sintomatologia após o repouso.Outros sintomas, menos freqüentes, associados à SPP, incluem novas atrofias musculares, insuficiência respiratória, disartria (distúrbios na fala), disfagia (dificuldades na deglutição), cãibras, intolerância ao frio, contrações musculares e deformidades nas articulações.

O que é mielite?


Doença caracterizada pela inflamação infecciosa ou imunológica da medula espinhal, que se caracteriza pelo surgimento de déficits de força ou sensibilidade de diferentes territórios do corpo dependendo da região da medula que está comprometida. Pode causar deficiência física.

O que é mielite transversa?


Uma doença neurológica rara, apenas 1, 2 pessoas em 1 milhão são afetadas. Causada por um vírus, inflama a baía de mielina, que envolve a medula, podendo matar os neurônios e provocar até a morte caso não seja tratada a tempo. Segundo o médico Rogério Guedir, existe prevenção contra este tipo de vírus, que fica no ar. "Não há grupo de risco, nem prevenção", afirma,
também não se trata de uma doença contagiosa, mas pode causar deficiência física.

O que é síndrome da rubéola congênita?


A rubéola é uma infeção causado pelo vírus Rubivirus Rubella que é exclusivamente humano e propaga-se por via aérea. Os sintomas da doença são febre e marcas na pele.
Nos adultos (mulheres geralmente), podem ocorrer complicações como artrite, meningite, encefalite e meningoencefalite. A vacina de prevenção deve ser aplicada em crianças e em mulheres soronegativas (não infectadas). Já a rubéola congênita é causada pela transmissão do vírus por via transplacentária, geralmente no primeiro trimestre da estação. Essa síndrome foi descrita no ano de 1941 pelo oftalmologista australiano
Sir Norman Gregg. Se a rubéola materna acontecer no primeiro trimestre da gravidez, 20 a 25% das crianças serão afetadas, caindo a proporção nos meses seguintes.

Quais são as possíveis consequências da rubéola congênita?


Retardo do crescimento físico e mental, malformações cardíacas, microcefalia, encefalite, defeitos oculares (como catarata e glaucoma) ou auditivos e alterações ósseas.

O que é sarampo?


Doença viral aguda caracterizada por aparecimento de um exantema de coloração vermelho-acastanhada que se localiza na face, tronco e parte proximal das extremidades.
O período de incubação é de 7 a 15 dias e pode complicar-se com pneumonia ou raramente com encefalite. Quanto mais velho o paciente, mais grave é a manifestação da doença. Gestantes precisam de especial atenção com a doença para prevenir o nascimento de bebês portadores de deficiência.

O que é sífilis?


A sífilis é uma infecção causada pela bactéria Treponema Pallidum. Seu primeiro sintoma é um cancro duro que aparece de 12 a 30 dias depois do contágio que se dá, geralmente, através de relações sexuais. Três formas clínicas da doença já foram descritas: sífilis adquirida, não-venérea e congênita. Essa última é responsável pelo surgimento de deficiências auditivas, físicas e visuais.

O que é sífilis congênita?


A sífilis congênita ocorre em crianças em conseguência de uma infecção intra-uterina do feto. Durante a gravidez, o Treponema Palidum pode atravessar a placenta depois da vigésima semana de gestação causando malformações e natimortalidade em 25% dos casos.
As manifestações precoces da doença são surdez congênita, hidrocefalia, anomalias dentárias e ósseas, anemia hemolítica e icterícia.

O que é hidroterapia?


A Hidroterapia é uma técnica simples, barata e eficiente. Foi utilizada há milhares de anos desde as civilizações antigas da humanidade. Entretanto, foi somente a partir dos trabalhos do Monsenhor Sebastian Kneipp, no século XIX, que a Hidroterapia começou a alcançar caráter científico e tornar-se conhecida no mundo inteiro. O seu livro A MINHA CURA D'ÁGUA de 1886 foi traduzido para várias línguas e tem passado por dezenas de edições. Na Hidroterapia, a água é o instrumento principal, exerce efeitos mecânicos hidrostáticos e efeitos termoreguladores. Entretanto, a hidroterapia
aproveita principalmente dos efeitos termoreguladores, e por isso, ela no fundo, é uma termoterapia. Das centenas de aplicações hidroterápicas, a grande maioria utiliza a água fria (14 a 18ºC) por períodos curtíssimos (15 a 60s). A água fria provoca fenômenos locais e distantes. No local atingido pela baixa temperatura ocorrem vasoconstrição da pele e vasodilatação muscular. À distância, por ativação do Sistema Nervoso Autônomo, aumenta a circulação nos órgãos e diminui a freqüência cardíaca. Entretanto, o organismo reage e assim, após o estímulo frio, ocorre vasodilatação reativa, aquecimento da pele, e a freqüência cardíaca mantém-se baixa durante longo período. Tudo isto representa uma saudável reação do corpo para obter o equilíbrio das funções orgânicas. Nos métodos hidroterápicos, temos que alcançar sempre esta fase de vasodilatação reativa, de forma natural, estimulando as energias do corpo e assim obter os efeitos benéficos. A fase reativa pode ser atingida e apressada com roupas, meias e cobertores.
Para conhecer melhor o assunto, leia em http://www.unicamp.br/anuario/97/biomedicas/
P.F.de Araujo, "A Utilizacao da Hidroterapia no Trabalho com o Portador de
Deficiencia Fisica e seus Efeitos no Terapeuta", II Congresso da Sociedade
Brasileira de Atividade Motora Adaptada , 56, (1997).

Como me informar sobre telefones adaptados?


Existem aparelhos adaptados para portadores de deficiência física (usuários de cadeiras de rodas) e para deficientes auditivos. Para informações sobre o local exato em que encontram-se os aparelhos, contatar a assessoria da Telefônica (11)3549-7469, falar com Fábio Hippolyto.

O que é doença de Huntington?


A doença de Huntington é uma doença hereditária (que passa de pais para filhos).É causada pela alteração num gene e pode afetar tanto homens quanto mulheres. A doença afeta a capacidade individual de se movimentar e também as capacidades mentais e emocionais devido à deterioração das respectivas áreas dentro do sistema nervoso central no cérebro. A doença caracteriza-se
por descoordenação na marcha, na fala e alterações no olhar. Com a continuidade da doença, as pessoas têm dificuldadespara executar atividades cotidianas, como por exemplo impossibilidade de controlar os músculos, andar a pé, engolir os alimentos e perda da fala.

O que é tetania?


É uma síndrome decorrente de um quadro avançado de tétano, caracterizada por hiperexcitabilidade dos nervos e dos músculos, determinando crises de contratura muscular e cãibras, sobretudo nas extremidades dos membros. Está relacionada com distúrbios no metabolismo do cálcio e deficiência
nutricional de vitamina D. Pode ter como conseqüência deformidades musculo-esqueléticas capazes de causar uma deficiência física.

1ºsindromes que afetam a humanidade

Síndrome de Down - Trissomia do par 21

Em 1958 o geneticista Jérôme Lejeune conseguiu identificar o cromossomo excedente e percebeu que este se ligava ao par 21, dai o termo Trissomia do 21 . Até então, os portadores da Trissomia do 21 , eram conhecidos por mongolian idiots , pra nós, mongolóide. Essa denominação começou a ser usada a partir de 1866, quando o médico John Longdon Down, descreveu as características do portador da Trissomia do 21 . Naqueles tempos acreditava-se em diferença entre raças no sentido evolutivo, segundo o dr. John, os mongóis eram considerados seres inferiores. Como forma de homenagear o dr. John, o dr. Jérôme batizou a anomalia com o nome de Síndrome de Down.

A trissomia do número 21 resulta da não-disjunção primária que ocorre na divisão reducional da meiose à formação do gameta materno. Os cromossomos pareados não se separam normalmente para os pólos no final da anãfase, e como resultado um óvulo recebe dois cromossomos 21, não recebendo o primeiro corpúsculo polar nenhum cromossomo 21.
< A síndrome de Down ocorre em 1 de cerca de 700 nascimentos na população européia.
Cerca de 40% das vítimas da síndrome de Down nascem de mulheres com mais de 40 anos de idade.
Alguns pacientes com a síndrome têm um total de apenas 46 cromossomos em vez de 47, mas nesses casos um translocação uniu o cromossomo 21 com outro cromossomo do mesmo complemento.


Mão de uma criança com síndrome de Down: prega símea na plama e uma só dobra no dedo mínimo.

- Nomenclatura = 47, + 21 = 45 A + XY
- Fórmula cromossômica = 2n + 1
- Freqüência = 1/700
- Características:mãos largas e pequenas, com linhas simiesca palmear, pequena estatura, hiperflexibilidade das juntas, retardo mental, cabeça pequena com a face achatada ou face redonda,
- boca aberta com a língua grande e olhos oblíquos
- Disfunção da tireóide.

Estima-se que a incidência da Síndrome de Down seja de um em cada 660 nascimentos, o que torna esta deficiência uma das mais comuns de nível genético. A idade da mãe influencia bastante o risco de concepção de bebé com esta síndrome: em idades compreendidas entre os 20-24 anos é de apenas 1/1490, enquanto que aos 40 anos é de 1/106 e aos 49 de 1/11. As grávidas com risco elevado de ter um filho afectado por esta síndrome.



Síndrome de Williams

É uma microdeleção no cromossomo nº 7 que ocorre em, aproximadamente, 1 a cada 20.000 nascimentos, causando basicamente a falta da proteína elastina nos indivíduos portadores.
Características:
Baixo peso ano nascer / Baixo ganho de peso
Dificuldade em sugar e em alimentar-se nos primeiros meses de vida
Hipotonia (podendo ocasionar atraso no engatinhar, no andar etc)
Problemas cardiovasculares, especialmente estenose aórtica supravalvular e/ou estenose de artéria pulmonar
Cólicas severas nos primeiros seis meses de vida (irritabilidade)
Problemas na estrutura / função renal
Atrasos no desenvolvimento mental / Problemas de aprendizagem (desde retardos severos a moderados)
Hipercalcemia (alto teor de cálcio no sangue)
Hiperacusia (audição sensível)
Dentes pequenos ou ausentes (Maloclusão)
Personalidade excessivamente sociável / demasiadamente amistosos
Tamanho pequeno para sua idade
Timbre de voz baixo

Traços faciais distintos: nariz pequeno e arrebitado, inchaços sob os olhos, bochechas flácidas, lábio superior comprido, boca grande, lábios carnudos, queixo pequeno. Pode ocorrer irís "estrelada" em indivíduos de olhos claros.
As características faciais tornam-se mais aparentes com a idade.



Patau - Trissomia do 13

A trissomia do 13 é clinicamente grave e letal em quase todos os casos que sobrevivem até 6 meses de idade. O cromossomo extra provém de não-disjunção da meiose I materna e cerca de 20% dos casos resultam de uma translocação não-balanceada.


O fenótipo inclui malformações graves do sistema nervoso central como arrinencefalia. Um retardamento mental acentuado está presente. Em geral há defeitos cardíacos congênitos e defeitos urigenitais. Com frequência encontram-se fendas labial e palatina, anormalidades oculares, polidactilia, punhos cerrados e as plantas arqueadas.
Geralmente são surdos e cegos. Sobrevivem, geralmente até os 3 anos. Sua fequência é de 1 para cada 5000 nascimentos


A síndrome de Turner - Monossomia do par sexual

A Síndrome de Turner é uma anomalia sexual cromossômica, cujo cariótipo é 45, X, sendo portanto, encontrada em meninas.
A Síndrome de Turner, ao contrário de outras aneuploidias dos cromossomos sexuais, é identificada ao nascimento ou antes da puberdade por suas características fenotípicas distintivas.
A incidência do fenótipo da Síndrome é de cerca de 1 em 5000 meninas nativivas.
A constituição cromossômica mais constante é 45, X sem um segundo cromossomo sexual, X ou Y. Contudo, 50% dos casos possuem outros cariótipos. Um quarto dos casos envolve cariótipos em mosaico, nos quais apenas uma parte das células é 45, X.

Fenótipo

baixa estatura;
disgenesia gonadal;
pescoço alado;
fácies incomum típica;
linha posterior de implntação dos cabelos baixa;
tórax largo com mamilos amplamente espaçados;
freqüencia elevada de anomalias renais e cardiovasculares.

Na idade adulta, muitas pacientes com Síndrome de Turner se afligem por sua infertilidade e baixa estatura. Embora a terapia com estrogênios possa levar ao desenvolvimento dos órgãos genitais internos e externos, caracteres sexuais secundários e menstruações, não corrige a infertilidade, que é uma característica quase constante, reultado da atresia das células germinativas iniciais.
Atualmente, se estuda o possível valor de baixas doses de estrogênio, androgênio e hormônio do crescimento na terapia da baixa estatura na Síndrome de Turner. Até agora, poucos estudos envolvendo grandes números de pacientes forneceram dados sobre o impacto desses agentes na estatura adulta final, mas está claro que cada droga pode afetar a taxa de crescimento a curto prazo.

A Síndrome de Turner é uma anomalia cromossômica que afeta aproximadamente 1:2000 nascimentos com fenótipo feminino.



Síndrome do Pânico

A Síndrome do Pânico ou Distúrbio do Pânico ou ainda Transtorno do Pânico, e suas manifestações, foi carinhosamente chamado por alguns amigos de REX.
O que é a Síndrome do Pânico? A Síndrome do Pânico, Disturbio do Pânico ou ainda Transtorno do Pânico é um transtorno de ansiedade com características muito peculiares. Os ataques de pânico começam inesperadamente e trazem consigo os seguintes sintomas: palpitações ou ritmo cardíaco acelerado, sudorese, tremores ou abalos, sensações de falta de ar ou sufocamento, sensações de asfixia, dor ou desconforto torácico, náusea ou desconforto abdominal, sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou desmaio, desrealização ou despersonalização, medo de perder o controle ou enlouquecer, medo de morrer, formigamentos, calafrios ou ondas de calor.
Tais sintomas desenvolvem-se abruptamente e alcançam um pico em 10 minutos.
Muitas vezes essa síndrome é acompanhada pela agorafobia. A agorafobia é a ansiedade ou esquiva a locais ou situações das quais poderia ser difícil ou embaraçoso escapar, ou nas quais o auxílio podería não estar disponível, no caso de ter um ataque de pânico ou alguns dos sintomas.
Ter alguns desses sintomas não quer dizer que você tem Síndrome do Pânico(SP). Para saber se realmente se trata desse distúrbio é preciso que um psiquiatra seja consultado. Tem-se um certo critério para esse diagnóstico. Além disso as pesquisas sobre essa síndrome estão apenas no começo, isso quer dizer que as causas ainda são desconhecidas. Algumas das informações que se tem na literatura atual são:
1 A SP é relativamente mais comum em mulheres do que em homens. (Cerca de três vezes mais do que os homens.)
2. Ataques de pânico são comuns em adolescentes, embora a SP seja menos freqüente.
3. A idade média para o aparecimento da SP é a média-adolescência, especificamente depois dos 14 anos de idade.
4. Jovens com SP desenvolvem significativamente mais diagnóstico de depressão do que jovens sem SP e distúrbios de ansiedade.
Lembrem-se que esses dados são apenas estatísticos e são apenas algumas dicas, que ainda não foram totalmente comprovadas, já que o DSM ( Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais ) não os especifica. Mostro essas informações com o intuito de demonstrar que estudos estão sendo feitos para se tentar descobrir o que é e como se tratar a SP.
Aqui no Brasil as pesquisas sobre SP são feitas principalmente pelos pós-graduandos da PUCSP e USP.

Mas como saber que se tem a Síndrome do Pânico?

Segundo as normas do DSM ( Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais ) só se tem Síndrome do Pânico quando se tem mais de uma vez o ataque do Pânico num intervalo de um mês, ou seja, ter mais de uma vez os ataques no decorrer de um mês.
Além disso esses ataques de pânico são seguidos das seguintes características:
1. Excessiva preocupação acerca de ter ataques adicionais;
2. Preocupação a cerca das implicações do ataque ou suas conseqüências (por exemplo: perder o controle, ter ataque cardíaco, ficar louco);
3. Uma alteração significativa no comportamento relacionada aos ataques (por exemplo: não querer ir a um determinado lugar, pois se tem medo).

O QUE CAUSA A SÍNDROME DO PÂNICO ?

Sabemos hoje que a Síndrome do Pânico está associada a uma disfunção dos neurotransmissores . Diz-se que nosso sistema de "alerta" tende a ser desencadeado desnecessariamente durante uma crise do pânico, sem haver perigo iminente ou real.
Essas disfunções estimulam certas regiões do cérebro a produzirem maiores quantidades de hormônios, entre os quais adrenalina, noradrenalina e serotonina.
É como se a mente fizesse uma leitura errada da realidade, interpretando como perigosa uma situação segura. Alguns especialistas afirmam existir também componente psíquicos na origem do pânico.

QUAL O TRATAMENTO PARA SÍNDROME DO PÂNICO

A psicoterapia aliada a medicamentos é uma boa forma para tratar o problema. Enquanto a psicoterapia auxilia na compreensão dos motivos do pânico e estimula a mudança de atitudes necessárias para eliminá-los, o medicamento garante a pessoa o equilíbrio para se beneficiar da psicoterapia.
Alguns pacientes conseguiram bons resultados com tratamento a base de terapia comportamental, inclusive sem uso de medicamentos em casos onde as crises não eram tão severas.
Os medicamentos são à base de antidepressivos, pois a droga atua nos neurotransmissores, regulando-os. Alguns pacientes necessitam associar drogas ansiolíticas ao tratamento, pois além do pânico estar relacionado a ansiedade, todo paciente se torna um ansioso em potencial.
Os resultados dependem também da adesão do paciente ao tratamento, que pode demorar até 40 dias para começar a fazer efeito.



A síndrome do x-frágil

É a causa mais freqüente de comprometimento mental com caráter hereditário, afetando o desenvolvimento intelectual e o comportamento de homens e mulheres.
A expressão "X-Frágil" deve-se a uma anomalia causada por um gene defeituoso localizado no cromossomo X , que, por sua vez, passa a apresentar uma falha numa de suas partes. O X está presente no par de cromossomos que determinam o sexo ( X Y nos homens e X X nas mulheres). Essa falha ou "fragilidade do X" causa um conjunto de sinais e sintomas clínicos (ou uma síndrome). Daí o nome de Síndrome do X-Frágil (SXF).
A principal manifestação dos problemas da SXF revela-se no comprometimento da área intelectiva ou cognitiva: desde dificuldades de aprendizagem até graus leve, moderado, severo ou profundo de retardo mental.
Como causa geral de retardo mental, é a segunda causa mais freqüente, sendo suplantada somente pela Síndrome de Down. Diferentemente desta, porém, apresenta um caráter de herança e pode atingir vários membros de uma mesma família, sem revelar características físicas marcantes.
Os sinais e sintomas da SXF, por serem semelhantes a outros casos de atrasos e distúrbios gerais de desenvolvimento, necessitam de confirmação através de exame genético com técnicas especiais. A precisão dessa prova pode orientar ou redirecionar tratamentos, visando a torná-los mais específicos. Possibilita, igualmente, aconselhar as famílias afetadas sobre os riscos de recorrência e as possíveis opções reprodutivas.

Quem pode ser afetado pela SXF ?

Famílias de todas raças e grupos étnicos podem ser atingidas pela síndrome, que afeta mais intensa e freqüentemente os homens do que as mulheres.

A SXF é rara ou freqüente ?

De acordo com dados de pesquisas e estudos epidemiológicos realizados em países desenvolvidos, estima-se que, na população em geral, 1 em cada 2000 pessoas seriam afetadas pela SXF, manifestando seus problemas. Uma em cada 259 mulheres seria portadora ou carregaria o gene com o defeito que causa a síndrome. Com comprometimento intelectual significativo, isto é, com algum grau de retardo mental, ela atinge aproximadamente 1 em cada 1 250 homens e 1 em cada 2 500 mulheres. Pesquisas indicam que 80 a 90% das famílias portadoras ainda não foram diagnosticadas (dados recentes da Espanha).
No Brasil não há estatísticas formais. Constata-se, porém, um freqüente desconhecimento dessa causa de comprometimento mental, tanto por parte de profissionais da área da saúde como da educação e, conseqüentemente, por parte da população em geral. Portanto,não é rara. É pouco conhecida e diagnosticada, já que sua investigação, comprovação e descrição científicas são recentes.

Características físicas:

Recém-nascidos não apresentam indícios de aparência física que antecipem uma suspeita precoce da SXF. De forma semelhante a outros quadros clínicos, apresentam macrocefalia (perímetro da cabeça maior que o normal) e hipotonia (baixo tônus muscular), podendo esta revelar-se, por exemplo, na falta de força para sugar na mamada.

Crianças maiores evidenciam:
• Atrasos no desenvolvimento psicomotor, com aquisição tardia de posturas (sentar-se, por-se em pé, andar); dificuldades na coordenação de movimentos amplos e finos, inclusive nos requeridas pela motricidade oral para articular a fala.
• Otites médias freqüentes e recorrentes, podendo produzir alterações que dificultam a percepção dos sons na aquisição da fala. • Pálato ogival ("céu da boca muito alto").
• Má oclusão dentária.
• Transtornos oculares (estrabismo, miopia).
• Alterações em estruturas e funções cerebrais.
• Convulsões e epilepsia.
• Outros sintomas: alterações no aparelho osteoarticular (hiperextensibilidade dos dedos, especialmente das mãos; escolioses; pés planos ou "chatos"; peito escavado); alterações no aparelho cardiovascular (prolapso da válvula mitral; leve dilatação da aorta ascendente); pele fina e suave nas mãos.

Jovens e adultos podem apresentar:
• Rosto alongado e estreito com leve projeção da mandíbula para a frente.
• Orelhas proeminentes ou de tamanho maior que o normal, com implantação mais baixa.
• Macroorquidismo (aumento do tamanho dos testículos por transtornos endocrinológicos) após a puberdade

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O mal de Parkinson

Quase duzentos anos depois, a sociedade ainda sabe muito pouco sobre a doença de Parkinson. O que não é de causar espanto, pois até entre os parkinsonianos existem aqueles que não sabem que são portadores da doença.
A doença de Parkinson é uma enfermidade que foi descrita pela primeira vez em 1817, pelo médico inglês James Parkinson. É uma doença neurológica, que afeta os movimentos da pessoa. Causa tremores, lentidão de movimentos, rigidez muscular, desequilíbrio, e alterações na fala e na escrita. Não é uma doença fatal, nem contagiosa, não afeta a memória ou a capacidade intelectual do parkinsoniano.
Também não há evidências de que seja hereditária. Apesar dos avanços científicos, ainda continua incurável, é progressiva (variável em cada paciente) e a sua causa ainda continuadesconhecida até hoje.
A Doença de Parkinson é devida à degeneração das células situadas numa região do cérebro chamada substância negra. Essas células produzem uma substância chamada dopamina, que conduz as correntes nervosas (neurotransmissores) ao corpo. A falta ou diminuição da dopamina afeta os movimentos do paciente, provocando os sintomas acima indicados.
Quem é que contrai a doença ?

A doença pode afetar qualquer pessoa, independentemente de sexo, raça, cor ou classe social. A doença de Parkinson tende a afetar pessoas mais idosas. A grande maioria das pessoas tem os primeiros sintomas geralmente a partir dos 50 anos de idade. Mas pode também acontecer nas idades mais jovens, embora os casos sejam mais raros.
Um por cento das pessoas com mais de 65 anos têm a doença de Parkinson.

Como é que se sabe se tem a Doença de Parkinson ? Existe algum exame para diagnosticá-la ?

O diagnóstico da doença de Parkinson é feito por exclusão. Às vezes os médicos recomendam exames como eletroencefalograma, tomografia computadorizada, ressonância magnética, análise do líquido espinhal, etc., para terem a certeza de que o paciente não possui nenhuma outra doença no cérebro. O diagnóstico da doença faz-se baseada na história clínica do doente e no exame neurológico. Não há nenhum teste específico para fazer o diagnóstico da doença de Parkinson, nem para a sua prevenção.
A história usual de quem é acometido pela doença de Parkinson consiste num aumento gradual dos tremores, maior lentidão de movimentos, caminhar arrastando os pés, postura inclinada para a frente.
O tremor típico afeta os dedos ou as mãos, mas pode também afetar o queixo, a cabeça ou os pés. Pode ocorrer num lado ou nos dois, e pode ser mais intenso num lado que no outro. O tremor ocorre quando nenhum movimento está sendo executado, e por isso é chamado de tremor de repouso. Por razões que ainda são desconhecidas, o tremor pode variar durante o dia. Torna-se mais intenso quando a pessoa fica nervosa, mas pode desaparecer quando está completamente descontraída. O tremor é mais notado quando a pessoa segura com as mãos um objeto leve como um jornal. Os tremores desaparecem durante o sono.
A lentidão de movimentos é, talvez, o maior problema para o parkinsoniano, embora esse sintoma não seja notado por outras pessoas. Uma das primeiras coisas que os membros da família notam é que o doente demora mais tempo para fazer as coisas que antes fazia com mais desenvoltura. Banhar-se, vestir-se, cozinhar, preencher cheques. Tudo isso leva cada vez mais tempo.
Quando a pessoa fica mais idosa, é comum colocarem a culpa na sua velhice. "Claro que o avô é mais vagaroso, pois ele está ficando velho", costuma-se dizer. Mas a lentidão de movimentos torna-se mais acentuada, e evolui mais rapidamente do que a pessoa envelhece normalmente.
A diferença é que o parkinsoniano perde uma certa automação dos movimentos, comparado com as pessoas normais. Para uma pessoa normal abotoar a camisa é muito simples: abotoa-a, e pronto ! O parkinsoniano tem que guiar os dedos para o conseguir, como se fosse um robô a guiar uma máquina. "Quando eu uso a minha mão boa, ela faz tudo por si. Quando uso a outra mão, tenho que conscientemente controlá-la e dizer-lhe o que deve fazer". Esta perda automática ou não consciente controle dos movimentos, explica porque é que os parkinsonianos piscam muito menos que as pessoas normais e por isso parecem que sempre estão a nos olhar fixamente.
Quando se sentam, mantêm-se na mesma posição, enquanto outras mudam de posição: cruzam as pernas, coçam a face ou fazem outros pequenos movimentos. A rigidez muscular é outra característica da doença. O afetado pela doença pode ou não senti-la, mas o médico pode verificar no consultório se ela existe nos braços, nas pernas e até no pescoço. A face torna-se rígida e parece que está congelada. Não se sabe se é a rigidez que causa a postura anormal do parkinsoniano. Quando se sentam têm também a tendência de inclinar a cabeça e encolher os ombros.

O caminhar do parkinsoniano se parece com o de uma pessoa idosa. Os ombros estão encolhidos e inclinados para a frente, os braços caem paralelos ao corpo e quase não balançam. Os calcanhares arrastam-se no chão causando um caminhar bastante típico.
O médico neurologista é o profissional indicado para diagnosticar e tratar da doença de Parkinson.
Qual a rapidez que a doença progride?

A progressão é muito variável e desigual entre os pacientes. Para alguns até parece que a doença está estabilizada, porque a evolução é muito lenta. Na maior parte dos casos a lentidão causada pela enfermidade altera a qualidade de vida do paciente. É impossível predizer o futuro. A doença de Parkinson não piora rapidamente. Em contraste com outras enfermidades, possui um curso vagaroso, regular e sem rápidas ou dramáticas mudanças.

Que tratamentos existem para a Doença de Parkinson ?

É importante lembrar e compreender que atualmente não existe cura para a doença. Porém, ela pode e deve ser tratada, não apenas combatendo os sintomas, como também retardando o seu progresso. A grande barreira para se curar a doença está na própria genética humana. No cérebro, ao contrário do restante do organismo, as células não se renovam. Por isso, nada há a fazer diante da morte das células produtoras da dopamina na substância negra. A grande arma da medicina para combater o Parkinson são os remédios e cirurgias, além da fisioterapia e a terapia ocupacional. Todas elas combatem apenas os sintomas. A fonoaudiologia também é muito importante para os que têm problemas com a fala e a voz.



Síndrome de Pallister-Killian - PKS

Síndrome do Mosaico de Pallister, Tetrassomia 12p)

Teschler Nicola e Killian descreveram uma paciente com 3 anos de idade com esse distúrbio, em 1981. Um segundo caso foi relatado por Schroer e Stevenson, em 1983. Subsequentemente foi reconhecido que dois adultos com um fenótipo similar e mosaicismo para um cromossomo marcados descrito por Pallister et al., em 1976, apresentavam a mesma condição. Recentemente, a tetrassomia 12p, seja em mosaico ou total, foi documentada em fibroblastos da pele de indivíduos afetados, mas não no sangue periférico.


ANORMALIDADES

Crescimento.
Estatura, peso e circunferência cefálica normais ou aumentados ao nascimento com desaceleração do crescimento pós-natal da estatura e da circunferência cefálica, Frequentemente há o desenvolvimento de obesidade.

<> Desempenho.
Deficiência mental profunda com desenvolvimento mínimo da linguagem. Convulsões. Hipotononia com desenvolvimento de contraturas com o avançar da idade. Surdez.

Craniofaciais.
Cabelos esparsos na região anterior, sobretudo nas regiões temporais na infância, com sombrancelhas e cílios ralos. Fronte proeminente. A face se torna mais grosseira no decorrer do tempo. Fissuras palpebrais direcionadas para cima. Hipertelorismo ocular. Ptose palpebral. Estrabismo. Epicanto. Base nasal larga e achatada e nariz curto com narinas antevertidas. bochechas rechonchudas. Filtro longo com lábio superior fino e formato de "arco de cupido". Lábio inferior protruso. Erupção dentária retardada. Orelhas largas com lóbulos espessos protrusos. Pescoço curto.

Outras.
Faixas de hiper ou hipopigmentação. Mãos largas com dedos curtos. Encurtamento desproporcional de braços e pernas.

ANORMALIDADES OCASIONAIS

Microcefalia. Catarata. Estenose do conduto auditivo externo. Macroglossia. Cristas palatinas laterais proeminentes. Fenda palatina. Úvula bífida. Micrognatia. Hérnia umbilical e inguinal. Hipermobilidade articular. Cifoescoliose. Clinodactilia do quinto quirodáctilo. Hipoplasia digital distal. Polidactilia pós-axial das mãos e pés. Luxação congênita do quadril. Prega simiesca. Anormalidades da transpiração. Linfedema. Defeito cardíaco. Agenesia pericárdica. Hérnia diafragmática. Persistência do seio urogenital/cloaca. Má rotação do intestino. Ânus imperfurado. Hipospadia. Apêncice sacral. Defeito renal. Onfalocele.

HISTÓRIA NATURAL

Um número significativo de pacientes afetados são natimortos ou morrem no período neonatal. As convulsões comumente se apresentam na infância. Os sobreviventes normalmente são limitados ao leito. A maioria nunca fala. As características físicas alteram com a idade. Os cabelos, inicialmente esparsos na região, crescem dos 2 aos 5 anos, a língua de tamanho normal passa a se tornar volumos; a micrognatia inicial progride para o prognatismo e as contraturas se desenvolvem entre os 5 e 10 anos de idade após a hipotonia inicial. A face dos adolescentes e adultos é grosseira com lábios espessos, lábio inferior evertido, base nasal larga e fronte alta. O paciente mais velho descrito possuía 45 anos com profundo retardo mental e múltiplas contraturas.

ETIOLOGIA

Tetrassomia 12p, seja em mosaico ou total, nos fibroblastos da pele. Uma influência da idade avançada maerna foi sugerida, Embora a maioria dos pacientes analisados apresentassem um cariótipo normal nos linfócitos periféricos, pelo menos cinco paciente apresentavam mosaicismo dos linfócitos para um isocromossomo do 12p. a hibridização fluorescente in situ utilizando sondas específicas para o DNA do cromossomo 12 foi utilizada com sucesso 12p nos fibroblastos. O diagnóstico pré-natal é possível através da amniocentese e amostra do vilo coriônico.

http://www.nicholas.yemal.nom.br



Paralisia Cerebral

O termo Paralisia Cerebral descreve uma condição de ser, um estado de saúde com implicações que decorrem de danos ao Sistema Nervoso. Paralisias Cerebrais não são doenças, mas sim uma condição especial que, uma vez estabelecida, não progride, podendo apresentar regressão com melhora do quadro clínico geral.
Suas causas são quase sempre decorrentes da falta de oxigenação cerebral e podem acontecer durante a gravidez, no momento do parto ou durante o período do desenvolvimento neuro motor.
A freqüência de Paralisias Cerebrais em países desenvolvidos é de cerca de 2/1000 nascidos vivos, segundo Paneth & Killy. No Brasil, de acordo com Diament & Cypel, os números aumentam para 7/1000 nascidos vivos. O fato decorre da precariedade do atendimento e acompanhamento pré-natal na maioria dos países em desenvolvimento, assim como as condições sócio-econômicas da maioria da população destas localidades.
* Autores divergem sobre o "tempo de maturação estrutural e funcional do SN". Alguns consideram até 3 anos de idade, outros até a primeira infância. Sabe-se, entretanto, que algumas estruturas só completam sua maturação aos 18 anos ou mais. (DIAMENT & CYPEL, 1996).



Síndrome de Apert

Conheça aqui as características principais e secundárias da Síndrome de Apert


Descrita por Apert em 1906, esta síndrome de rara incidência apresenta acrocefalosindactilia de caráter autossômico dominante. As alterações no esqueleto e crânio incluem disostose craniofacial, fusão dos dedos das mãos e pés ( sindactilismo ) com "mãos em colher", proptose bilateral, nariz em sela, orelhas de implantação baixa, palato alto e arcado, ancilose das juntas, hipertelorismo, braquicefalia, frontal proeminente e achatado com crânio "tipo torre" e perda auditiva. (Northern&Downs, 1989)

Maiores características da Síndrome de Apert
* Fusão prematura das estruturas cranianas
* Recuo do terço médio da face
* Fusão de dedos das mãos e dos pés

A Síndrome de Apert é um defeito genético e faz parte das quase 6000 síndromes genéticas conhecidas. Pode ser herdada de um dos pais ou pode ser uma mutação nova. Ocorre em aproximadamente 1 para 160.000 a 200.000 nascidos vivos. Sua causa se encontra em uma mutação durante o período de gestação, nos fatores de crescimento dos fibroblastos (FGFR2) que ocorre durante o processo de formação dos gametas. Se desconhecem as causas que produzem esta mutação.

A Síndrome de Apert é caracterizada por má formação específica do crânio, terço médio da face, mãos e pés, além de diversas alterações funcionais que variam muito de um indivíduo a outro. O crânio tem fusão prematura e é incapaz de desenvolver-se normalmente; o terço médio da face ( área da face que vai da órbita do olho até o maxilar superior ) parece retraída ou afundada; os dedos das mãos e dos pés têm fusão em variados graus. A Síndrome de Apert foi nomeada pelo físico francês que primeiro a descreveu, E. Apert, em 1906, e se classifica como uma anomalia craniofacial, denominada Acrocefalosindactilia Tipo I.
Em uma criança sem alterações , o crânio é feito de diversas placas, as quais ficam soltas, ligadas umas às outras, desenvolvendo-se juntas, gradualmente para formar o crânio adulto. O crânio da criança com Síndrome de Apert, ao contrário, tem uma fusão prematura dessas placas, restringindo o crescimento do cérebro e causando aumento de pressão no cérebro. Isto é conhecido como craniocinostose. Uma cirurgia, realizada antes de 1 ano de vida, atenua a pressão, permitindo às placas estarem destacadas umas das outras. Durante esta cirurgia podem ser feitas algumas remodelagens cranianas para dar à criança uma aparência menos característica.

A fusão dos dedos das mãos e dos pés, simultaneamente com os problemas craniofaciais, são o que realmente caracterizam a Síndrome de Apert e a distingue de outras síndromes similares. Esta condição de fusão é chamada sindactilia. Ela sempre envolve fusão de tecidos moles do primeiro, médio e dedo anular e ,freqüentemente, existe fusão de seus ossos. O polegar pode estar em fusão dentro da mão ou pode estar livre.

Existem 3 tipos de configurações de mãos associadas com a Síndrome de Apert:
Classe I - envolve fusão dos dedos 2, 3 e 4 estando os dedos 1 e 5 separados;
Classe II - envolve fusão dos dedos 2, 3, 4 e 5 com o dedo 1 separado;
Classe III - envolve completa fusão de todos os dedos.

A cirurgia é usada para separar os dedos e obter o mais alto grau de funcionalidade e pode ou não resultar em 5 dedos em cada mão. Isto varia de acordo com o grau de má formação. Os dedos dos pés são afetados de modo igual, mas a cirurgia só é recomendada em casos em que a habilidade de andar esteja prejudicada.
O ideal é que o tratamento se inicie logo após o nascimento, através de um diagnóstico correto, identificando as necessidades individuais da criança. Uma aproximação multidisciplinar é adequada envolvendo geneticista, cirurgia buco-maxilo-facial, neurologia, fonoaudiologia, ortodontia, psicólogo, fisioterapia. A equipe é usada pelos médicos para determinar o melhor plano de correção das deficiências da criança.,p>
http://moisesapertbr.tripod.com.br



Síndrome de Sjögren

A Síndrome de Sjögren ( SS )é uma doença autoimune crônica, em que o sistema imunológico do próprio corpo do paciente erroneamente ataca as glândulas produtoras de lágrimas e saliva. Linfócitos, um tipo de célula branca do sangue , infiltram-se por estas glândulas provocando diminuição da produção de saliva e lágrimas. Assim, as características principais da Síndrome de Sjögren são secura nos olhos e na boca .

A Síndrome de Sjögren pode também causar secura de pele, nariz e vagina e pode afetar outros orgãos do corpo, inclusive os rins, vasos sangüíneos, pulmões, fígado, pâncreas e cérebro. Fadiga e dor nas articulações que podem comprometer de forma significativa a qualidade de vida do paciente.

Estima-se que 4 milhões de americanos tenham a Síndrome de Sjögren, muitos deles sem diagnóstico. Nove entre dez pessoas com Sjögren são mulheres. Embora a maioria das mulheres diagnosticadas costumem estar na menopausa ou ainda mais velhas, Sjögren pode ocorrer também em crianças, adolescentes e adultos jovens. Mulheres jovens com Sjögren podem apresentar complicações na gravidez. No Brasil, não se dispõe de uma base de dados confiável para se saber o número exato de portadores da Síndrome Sjögren. Esperamos que este site sirva de base no futuro para estudos estatísticos.

A causa ou causas específicas da Síndrome de Sjögren não são conhecidas, mas múltiplos fatores provavelmente estão envolvidos, dentre os quais os genéticos, viróticos, hormonais ou suas interações.

SÍNDROME DE SJÖGREN PRIMÁRIA OU SECUNDÁRIA

Quando a Síndrome de Sjögren ocorre de forma isolada, sem a presença de outra doença de tecido conjuntivo, é chamada de Sjögren Primária. Quando os sintomas de Sjögren são acompanhados de uma doença do tecido conjuntivo como artrite reumatóide, lupus ou esclerodermia, caracterizam Sjögren Secundária.
Alguns estudos mostram que indivíduos com a Síndrome de Sjögren Primária tem problemas mais sérios de secura nos olhos e boca . O aumento das glândulas ao redor da face, mandíbulas e pescoço também podem ser mais freqüentes. Conquanto estas duas formas se caracterizam por diferentes sinais e sintomas os componentes são basicamente similares nas duas síndromes.
Embora alguém com Sjögren Primário possa vir a desenvolver uma doença do tecido conjuntivo no futuro, é mais comum o inverso, isto é, alguém acometido com uma das doenças crônicas do tecido conjuntivo, como a artrite reumatóide ou lupus, vir a desenvolver a Síndrome de Sjögren .
O envelhecimento normal pode resultar na atrofia das glândulas lacrimais e diminuição na produção de lágrimas. Entretanto, pesquisas recentes indicam que o envelhecimento não causa uma diminuição na produção de saliva em glândulas salivares normais.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS ?

Os sintomas da Síndrome de Sjögren são muito variados.

Duas pessoas com a Síndrome de Sjögren nunca têm exatamente os mesmos grupos de sintomas ou história médica.
< Os sintomas podem estabilizar, piorar ou mesmo regredir. Para alguns, os sintomas de olhos secos e boca seca são manifestações proeminentes, enquanto outros passam por ciclos de bem estar completo seguidos de doença grave.
Se muitas das respostas ao questionário abaixo forem positivas, você deveria ser avaliado para a Síndrome de Sjögren :
Você tem os olhos demasiadamente secos, ou com a sensação de corpo estranho, areia ou queimação ? Seus olhos são sensíveis á luz ?
Você tem dificuldade de engolir alimentos ? Você bebe água freqüentemente quando está falando ?A sua voz é rouca ?
Sua língua é dolorida ou rachada ? Você tem úlcera na boca ou costuma ter infecções na cavidade oral ? Suas glândulas abaixo e ao redor de suas mandíbulas e ouvido costumam estar inchadas ?

Você nota um aumento súbito de cáries dentárias e / ou perda de dentes ?
Você percebe que seu nariz está produzindo um muco espesso, pegajoseo e mal cheiroso?
Você nota que houve mudança no seu paladar ou olfato ?
Você se sente cansado todo tempo ? Esta fadiga afeta a sua vida ?
Você tem alguma doença de tecido conjuntivo como artrite reumatóide, lupus ou esclerodermia ?

DIAGNÓSTICO,p> O diagnóstico freqüentemente não é uma tarefa fácil uma vez que os sintomas da Síndrome de Sjögren podem se assemelhar aos de outras doenças como o lupus, a artrite reumatóide, a síndrome da fadiga crônica, a fibromialgia, a esclerose múltipla e a doença de Alzheimer. Devido à variedades de sintomas, o paciente pode ser encaminhado a diversos especialistas ( Reumatologista, Dentista ou Oftalmologista ),e o diagnóstico muitas vezes não é definido.

Entretanto, nem todo ressecamento pode resultar de Síndrome de Sjögren. Muitos medicamentos, inclusive os usados para o tratamento da hipertensão arterial, depressão, resfriados, alergias e problemas gastrointestinais podem causar secura nos olhos e na boca. Quando apresentar a sua histórica ao médico, não deixe de mencionar todos os medicamentos que você está tomando, inclusive os que não necessitam de receita para serem adquiridos.

Alguns exames podem ser úteis para o diagnóstico de Síndrome de Sjögren(SS), dentre os quais :
Teste de Schirmer para medir a produção de lágrima e teste do corante Rosa Bengala com observação através de lâmpada especial para avaliar o filme de lágrima do olho ( estes exames são feitos por um Oftalmologista );
A medida da produção de saliva, exame das glândulas salivares e/ou biópsia das glândulas salivares secundárias localizadas nos lábios com o objetivo de determinar a presença de linfócitos ( exame realizado por Cirurgião Dentista );
Exame de sangue para marcadores específicos ou autoanticorpos indicativos da Síndrome de Sjögren ( SS-A ou SS-B ). Estes testes não são definitivos, porque nem todas as pessoas com Sjögren apresentam resultados positivos para estes auto- anticorpos (este exame é solicitado por um Reumatologista)

TRATAMENTO

Enquanto não se chega à cura para a Síndrome de Sjögren, o diagnóstico e a intervenção precoce podem afetar o curso da doença. O tratamento depende dos sintomas e do seu grau de severidade. A Síndrome de Sjögren pode não representar risco iminente de vida, mas certamente provoca profundas alterações na vida do paciente. Com uma conduta terapêutica apropriada, a qualidade de vida pode em muito ser melhorada.
Lágrimas artificiais e substitutos de saliva podem amenizar os sintomas de ressecamento. Um número incontável de produtos está disponível nas farmácias e drogarias. Medicamentos para o tratamento da secura de boca associada à Síndrome de Sjögren também estão disponíveis nas farmácias.
Drogas anti-inflamatórias não esteróides (DAINS), drogas esteróides, e os imuno-supressores são freqüentemente usadas no tratamento da Síndrome de Sjögren. Para indivíduos com quadros mais graves um tratamento mais agressivo é necessário.
http://www.lagrima-brasil.org.br



Síndrome Cri du chat

Cri du chat ( grito do gato - francês ) é uma desordem genética causa pela perda de material genético do braço curto do cromossoma 5 . Foi estudada primeiramente pelo Prof. Lejeune , em Paris em 1963 . Este cientista foi o mesmo que também identificou a Síndrome de Down . Ele descreveu a síndrome a partir do choro característico que muitos bebês ou crianças têm que é muito parecido com o miado de um gatinho . É uma síndrome que atinge 1 em 50.000 crianças no mundo e se origina no momento da concepção devido a quebra do braço pequeno do cromossomo 5


Isabela - 5 anos

NOMES DA SÍNDROME

- Miado do gato , pois o choro característico dos bebês portadores da síndrome é muito parecido com o miado de um gatinho .
- ( 5 p - ) devido a quebra do braço curto do cromossomo 5
- Cri du Chat - Tradução em Francês - Esse é o nome mais utilizado pelos profissionais e familiares relacionados com os portadores de CDC .
GENÉTICA Esta síndrome na maioria das vezes não é herdada pelos pais , somente em 20% dos casos . Esses casos são causados por translocação equilibrada nos cromossomos de um dos pais ( material genético de um cromossoma que se uniu a outro . As pessoas com translocações equilibradas são perfeitamente normais porque nenhum material genético foi perdido , assim sendo , provavelmente não saberão que são portadores até que tenham uma criança afetada com CDC na família . http://www.criduchat.com.br



Síndrome de Prader Willi

A síndrome de Prader Willi é uma doença de origem genética, com origem no cromossoma 15 e ocorre no momento da concepção. Afeta meninos e meninas em um complexo quadro de deficiências, durante todas suas vidas. Um diagnóstico precoce, clinico e depois através de exames genéticos, antes da manifestação dos sintomas tem trazido uma melhora na qualidade de vida dos portadores nos últimos anos.
Bebês com Síndrome de Prader Willi (SPW) apresentam baixo APGAR, dificuldade de sucção, choro fraco e são muito pouco ativos, dormindo a maior parte do tempo. Raramente conseguem ser amamentados. Seu desenvolvimento neuromotor é lento, tardam a sentar, gatinhar, caminhar. A síndrome, em seus sintomas sempre existiu mas foi classificada/descoberta em 1956.
É uma síndrome pouco comum e desconhecida na sociedade, poucos profissionais da saúde sabem sobre ela. A incidência é em torno de 1:15000 no mundo e acredita-se que muitos portadores não estão dagnosticados. Os sintomas da síndrome variam em intensidade de individuo para individuo e estão também associadas ao ambiente em que este vive e ao acompanhamento terapeutico/educacional que recebe, os principais sintomas são: - hiperfagia - obsessão com comida, que pode surgir entre os 2 e 5 anos de idade, podendo levar a obesidade ainda na infância
- hipotonia - fraco tônus muscular, dificuldades com movimentos
- dificuldades de aprendizagem e fala
- instabililidade emocional e imaturidade nas trocas socias
- alterações hormonais - atraso no desenvolvimento sexual
A obesidade manifestada por muitos portadores é causada por um excessivo apetite. Esta fome contínua é provavelmente causada por uma desordem do hipotálamo, no cérebro: durante uma refeição, a "mensagem" de saciedade não chega e se não controlado esse acesso a quantidade/composição da comida, o ganho de peso é rápido.
Obesidade é tratada com muito preconceito na sociedade, como um desleixo do individuo, dos hábitos alimentares.. Por isso esse sintoma da síndrome de Prader Willi não é compreendido e aceito como uma deficiência, trazendo muitas dificuldades para os individuos e suas familias na vida social, na educação, no dia-a-dia.
Muitos dos efeitos adversos de todos os sintomas podem ser amenizados, pelo conhecimento e compreensão da síndrome pela familia - que com seu trabalho e estímulo promove um espaco para o individuo se desenvolver - e por um atendimento de saúde adequado, que envolve profissionais como pediatra, fisioterapeuta, psicologo,pedagogo, fonoaudiologo, dieticista, e outros. Diagnóstico é fundamental. Não existe cura para PWS.

http://geocities.yahoo.com.br/prader_willi_br



Síndrome de Edwards - Trissomia no par 18

Esta síndrome caracteríza-se pela presença de um cromossomo a mais no par de número 18 ( 47, + 18). Tem uma proporção de 1 a cada 18.000 nascimentos.
O portador dessa síndrome apresenta os seguintes sintomas:
- Múltioplas formações congênicas de muitos órgãos
- Orelhas mal formadas e situadas abaixo da posição normal
- mandíbula retraída, queixo pequeno e nariz com apar~encia de duende
- Deficiência mental
- Rim em forma de ferradura ou duplo
- Osso esterno pequeno
- Morrem nos primeiros seis meses



Síndrome de Klinefelter

Esta síndrome caracteríza-se pela trissomia no par cromossomial sexual masculino
Os portadores dessa síndrome apresentam:
- Macho sub-fértil com pequenos testículos
- Seios desenvolvidos
- Voz feminilizada
- Deficiência mental
- Membros longos
- Protuberância no joelho e andar cambaleante
- Morte frequentemente precoce
- Frequência de 1 para cada 500 nascimento



Síndrome de Peter Pan

Genética facilita 'síndrome de Peter Pan'
Cientistas já sabem qual proteína do cérebro desencadeia adolescência.
Descoberta pode impedir adolescência precoce, mas levanta questões éticas.

A intervenção médica radical sofrida pela menina americana Ashley, que deteve seu desenvolvimento normal e, na prática, a tornou fisicamente uma espécie de Peter Pan, é só o lado mais extremo de uma possibilidade cada vez mais presente. Avanços recentes na genética e na endocrinologia estão trazendo para mais perto da realidade um controle fino do momento em que a adolescência começa. Resta saber, no entanto, se controlar esse evento fundamental da biologia humana é desejável, e quais são as conseqüências disso.
A discussão no meio científico está sendo impulsionada pela descoberta da kisspeptina, uma proteína do cérebro que parece estar na origem dos processos que desencadeiam a puberdade. Pesquisadores britânicos da empresa Paradigm Therapeutics, ao lado de americanos da Universidade Harvard, identificaram a ação da kisspeptina, ao estudar camundongos e membros de uma família da Arábia Saudita que pareciam sofrer da “síndrome de Peter Pan”.
Tanto os camundongos quanto os sauditas nasceram com um defeito genético que lhes tirou a “fechadura” química onde se encaixa a kisspeptina no hipotálamo (uma área da base do cérebro). Sem isso, a proteína não tem como agir e não desencadeia a produção dos hormônios responsáveis pelas características sexuais dos mamíferos adultos, a testosterona (masculina) e o estrogênio (feminino).

No caso dos humanos, o resultado é a doença conhecida como IHH. Pessoas do sexo masculino não têm desejo sexual, barba ou voz grave. As mulheres não desenvolvem seios nem menstruam. Ambos os sexos são estéreis.
Com exceção desses casos patológicos, porém, há circunstâncias em que pode ser desejável para os pais retardar a transformação de seus filhos em adolescentes. Para começar, tudo indica que a idade em que se alcança a puberdade nos países ocidentais vem caindo vertiginosamente desde o começo do século 20.


Precocidade preocupante

Para se ter uma idéia, as meninas européias do século 18 costumavam menstruar, em média, por volta dos 17 anos; hoje, a média caiu para 13. Há, porém, casos muito precoces cada vez mais comuns, como meninos que desenvolvem pêlos pubianos aos nove anos de idade ou meninas que menstruam por volta dos sete ou oito anos.
Ninguém sabe muito bem porque esse processo vem acontecendo. Há indícios de que a kisspeptina responde ao estresse e ao excesso ou falta de alimentos: uma alimentação excessivamente calórica, como a das populações urbanas de hoje, tenderia a incentivar uma puberdade precoce. Alguns pesquisadores, como Peter Gluckman, da Universidade de Auckland, acham que a puberdade aos 12 anos é apenas um retorno aos padrões comuns na espécie humana antes que o desenvolvimento da agricultura e a revolução industrial tornassem a desnutrição comum entre nossos ancestrais.
De qualquer maneira, a diferença é que a maturidade emocional e psicológica para lidar com a adolescência é muito menor hoje do que já foi no passado, e o fato tende a ficar a pior quanto mais cedo a puberdade chegar. Atrasar a adolescência poderia diminuir o risco do uso precoce de drogas e álcool, a gravidez indesejada entre meninas e o comportamento violento entre meninos.
Na prática, os pais que gostariam de colocar mais controle nesse aspecto da vida dos filhos já podem fazê-lo. Drogas que afetam o hormônio GnRH (o segundo passo da cadeia bioquímica da adolescência, que vem logo depois da kisspeptina) e conseguem deter o processo já estão disponíveis. No entanto, vêm só na forma injetável e são custosos.
Existe, claro, o medo em relação a efeitos colaterais, em especial os de longo prazo. As injeções de GnRH, fora episódios de dor ocasional, não parecem causar nenhum problema. Mesmo assim, a adolescência é um período crucial para o desenvolvimento do cérebro, e alterações no processo poderiam interferir numa série de processos, como o desejo sexual ou até o raciocínio espacial.
Os pesquisadores da área sugerem que a kisspeptina pode ser um alvo mais seguro para a manipulação da puberdade, uma vez que está na origem do processo. Por outro lado, sempre há a possibilidade de que os pais abusem desse potencial, talvez mantendo os filhos como “Peter Pans” por razões estéticas ou de comodidade.

Artigo publicado no site da globo.com, canal G1 (canal de notícias) em 06/01/2007.


Pesquisa feitas no sites indicado no final de cada artigo.

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