quinta-feira, 8 de abril de 2010

3ºmal de alzheimer PORCENTAGEM NO MUNDO DE PESSOAS QUE SOFREM DESTE MAL

mar 9, '10 1:59 pm
para todos
Categoria: Outro
O mal de Alzheimer, ou doença de Alzheimer ou simplesmente Alzheimer é a forma mais comum de demência. Esta doença degenerativa, até o momento incurável e terminal, foi descrita pela primeira vez em 1906 pelo psiquiatra alemão Alois Alzheimer, de quem herdou o nome. Esta doença afecta geralmente pessoas acima dos 65 anos, embora seu diagnóstico seja possível também em pessoas mais novas.

Em 2006, o número de portadores de Alzheimer diagnosticados era de cerca de 26,6 milhões de pessoas no mundo inteiro.

Cada paciente de Alzheimer sofre a doença de forma única, mas existem pontos em comum, por exemplo, o sintoma primário mais comum é a perda de memória. Muitas vezes os primeiros sintomas são confundidos com problemas de idade ou de estresse. Quando a suspeita recai sobre o Mal de Alzheimer, o paciente é submetido a uma série de testes cognitivos. Com o avançar da doença vão aparecendo novos sintomas como confusão, irritabilidade e agressividade, alterações de humor, falhas na linguagem, perda de memória a longo prazo e o paciente começa a desligar-se da realidade. As suas funções motoras começam a perder-se e o paciente acaba por morrer.

Antes de se tornar totalmente aparente o Mal de Alzheimer vai-se desenvolvendo por um período indeterminado de tempo e pode manter-se não diagnosticado durante anos. Menos de três por cento dos diagnosticados vivem mais de 40 anos depois do diagnóstico.

Em 2009, cientistas do Reino Unido e França anunciaram a descoberta de três genes [clusterina (ou CLU), PICALM e CR1] que poderiam reduzir em até 20% seus índices de incidência na população.


Sintomas

A evolução da doença está dividida em quatro fases.
Primeira fase

Os primeiros sintomas são muitas vezes falsamente relacionados com o envelhecimento ou com o estresse. Alguns testes neuropsicológicos podem revelar muitas deficiências cognitivas até oito anos antes de se poder diagnosticar o Mal de Alzheimer por inteiro. O sintoma primário mais notável é a perda de memória a curto prazo (dificuldade em lembrar factos aprendidos recentemente); o paciente perde a capacidade de dar atenção a algo, perde a flexibilidade no pensamento e o pensamento abstrato; pode começar a perder a sua memória semântica. Nessa fase pode ainda ser notada apatia, como um sintoma bastante comum. É também notada uma certa desorientação de tempo e espaço. A pessoa não sabe em que ano está, em que mês, em que dia.
Segunda fase (demência inicial)

Uma pequena parte dos pacientes apresenta dificuldades na linguagem, com as funções principais, percepção (agnosia), ou na execução de movimentos (apraxia), mais marcantes do que a perda de memória. A memória do paciente não é afetada toda da mesma maneira. As memórias mais antigas, a memória semântica e a memória implícita (memória de como fazer as coisas) não são tão afectadas como a memória a curto prazo. Os problemas de linguagem implicam normalmente a diminuição do vocabulário e a maior dificuldade na fala, que levam a um empobrecimento geral da linguagem. Nessa fase, o paciente ainda consegue comunicar ideias básicas. O paciente pode parecer desleixado ao efetuar certas tarefas motoras simples (escrever, vestir-se, etc.), devido a dificuldades de coordenação.
Terceira fase

A degeneração progressiva dificulta a independência. A dificuldade na fala torna-se evidente devido à impossibilidade de se lembrar de vocabulário. Progressivamente, o paciente vai perdendo a capacidade de ler e de escrever e deixa de conseguir fazer as mais simples tarefas diárias. Durante essa fase, os problemas de memória pioram e o paciente pode deixar de reconhecer os seus parentes e conhecidos. A memória de longo prazo vai-se perdendo e alterações de comportamento vão-se agravando. As manifestações mais comuns são a apatia, irritabilidade e instabilidade emocional, chegando ao choro, ataques inesperados de agressividade ou resistência à caridade. Aproximadamente 30% dos pacientes desenvolvem ilusões e outros sintomas relacionados. Incontinência urinária pode aparecer.

Quarta fase

Durante a última fase do Mal de Alzheimer, o paciente está completamente dependente das pessoas que tomam conta dele. A linguagem está agora reduzida a simples frases ou até a palavras isoladas, acabando, eventualmente, em perda da fala. Apesar da perda da linguagem verbal, os pacientes podem compreender e responder com sinais emocionais. No entanto, a agressividade ainda pode estar presente, e a apatia extrema e o cansaço são resultados bastante comuns. Os pacientes vão acabar por não conseguir desempenhar as tarefas mais simples sem ajuda. A sua massa muscular e a sua mobilidade degeneram-se a tal ponto que o paciente tem de ficar deitado numa cama; perdem a capacidade de comer sozinhos. Por fim, vem a morte, que normalmente não é causada pelo Mal de Alzheimer, mas por outro fator externo (pneumonia, por exemplo).

Histopatologia

A base histopatológica da doença foi descrita pela primeira vez pelo neuropatologista alemão Alois Alzheimer em 1909, que verificou a existência juntamente com placas senis (hoje identificadas como agregados de proteína beta-amilóide), de emaranhados neurofibrilares (hoje associados a mutações e consequente hiperfosforilação da proteína tau, no interior dos microtúbulos do citoesqueleto dos neurónios). Estes dois achados patológicos, num doente com severas perturbações neurocognitivas, e na ausência de evidência de compromisso ou lesão intra-vascular, permitiram a Alois Alzheimer caracterizar este quadro clínico como distinto de outras patologias orgânicas do cérebro, vindo Emil Kraepelin a dar o nome de Alzheimer à doença por ele estudada pela primeira vez, combinando os resultados histológicos com a descrição clínica.
Fisiopatologia

Caracteriza-se clinicamente pela perda progressiva da memória. O cérebro de um paciente com a doença de Alzheimer, quando visto em necrópsia, apresenta uma atrofia generalizada, com perda neuronal específica em certas áreas do hipocampo, mas também em regiões parieto-occipitais e frontais.

A perda de memória causa a estes pacientes um grande desconforto em sua fase inicial e intermediária. Já na fase adiantada não apresentam mais condições de perceber-se doentes, por falha da auto-crítica. Não se trata de uma simples falha na memória, mas sim de uma progressiva incapacidade para o trabalho e convívio social, devido a dificuldades para reconhecer pessoas próximas e objetos. Mudanças de domicílio são mal recebidas, pois tornam os sintomas mais agudos. Um paciente com doença de Alzheimer pergunta a mesma coisa centenas de vezes, mostrando sua incapacidade de fixar algo novo. Palavras são esquecidas, frases são truncadas, muitas permanecendo sem finalização.
Evolução

A evolução da piora é em torno de 5 a 15% da cognição (consciência de si próprio e dos outros) por ano de doença, com um período em média de oito anos de seu início e seu último estágio. Com a progressão da doença passa a não reconhecer mais os familiares ou até mesmo a não realizar tarefas simples de higiene e vestir roupas. No estágio final necessita de ajuda para tudo. Os sintomas depressivos são comuns, com instabilidade emocional e choros. Delírios e outros sintomas de psicose são frequentes, embora difíceis de avaliar nas fases finais da doença, devido à total perda de noção de lugar e de tempo e da deterioração geral. Em geral a doença instala-se em pessoas com mais de 65 anos, mas existem pacientes com início aos quarenta anos, e relatos raros de início na infância, de provável cunho genético. Podem aparecer vários casos numa mesma família, e também pode acontecer casos únicos, sem nenhum outro parente afetado, ditos esporádicos.

Todos os estudos de medidas para prevenir ou atrasar os efeitos do Alzheimer são frequentemente infrutíferos. Hoje em dia, não parecem existir provas para acreditar que qualquer medida de prevenção é definitivamente bem sucedida contra o Alzheimer. No entanto, estudos indicam relações entre factores alteráveis como dietas, risco cardiovascular, uso de produtos farmacêuticos ou atividades intelectuais e a probabilidade de desenvolvimento de Alzheimer da população. Mas só mais pesquisa, incluídos testes clínicos, revelarão se, de facto, esses factores podem ajudar a prevenir o Alzheimer.

A inclusão de fruta e vegetais, pão, trigo e outros cereais, azeite, peixe, e vinho tinto, podem reduzir o risco de Alzheimer. Algumas vitaminas como a B12, B3, C ou a B9 foram relacionadas em estudos ao menor risco de Alzheimer, embora outros estudos indiquem que essas não têm nenhum efeito significativo no início ou desenvolvimento da doença e podem ter efeitos secundários. Algumas especiarias como a curcumina e o açafrão mostraram sucesso na prevenção da degeneração cerebral em ratos de laboratório.

O risco cardiovascular, derivado de colesterol alto, hipertensão, diabetes e o tabaco, está associado com maior risco de desenvolvimento da doença, e as estatinas (fármacos para fazer descer o colesterol) não tiveram sucesso em prevenir ou melhorar as condições do paciente durante o desenvolvimento da doença. No entanto, o uso a longo prazo de anti-inflamatórios não-esteroides (AINEs) está também associado à menor probabilidade de desenvolvimento de Alzheimer em alguns indivíduos. Já não se acredita que outros tratamentos farmacêuticos, como substituição de hormonas femininas, previnam a doença. Em 2007, estudo aprofundado concluiu que havia provas inconsistentes e pouco convincentes de que o ginkgo tenha algum efeito positivo em reduzir a probabilidade de ocorrência do Mal de Alzheimer.

Atividades intelectuais como ler (ao contrário), escrever com a mão esquerda, disputar jogos de tabuleiro (xadrez, damas, etc.), completar palavras cruzadas, tocar instrumentos musicais, ou socialização regular também podem atrasar o início ou a gravidade do Alzheimer. Outros estudos mostraram que muita exposição a campos magnéticos e trabalho com metais, especialmente alumínio, aumenta o risco de Alzheimer. A credibilidade de alguns desses estudos tem sido posta em causa até porque outros estudos não encontraram a mínima relação entre as questões ambientais e o desenvolvimento de Alzheimer. Muitas vezes não é possível discernir todas as fases da doença. Pois um paciente que ainda está na primeira fase já pode apresentar dificuldades de locomoção por exemplo, e outro paciente que já se encontra em fase terminal ainda fala com fluencia (embora sejam frases sem sentido nenhum e até mesmo chingamentos)

Tratamento

O tratamento visa a confortar o paciente e retardar o máximo possível a evolução da doença. Algumas drogas são úteis no início da doença, e sua dose deve ser personalizada. São os inibidores da acetil-colinesterase, medicações que inibem a enzima responsável pela degradação da acetilcolina produzida e liberada por um núcleo na base do cérebro (núcleo basal de Meynert). A deficiência de acetilcolina é considerada epifenômeno da doença de Alzheimer, mas não é o único evento bioquímico/fisiopatológico que ocorre. Mais recentemente, um grupo de medicações conhecido por inibidores dos receptores do tipo NMDA (N-Metil-D-Aspartato) do glutamato entrou no mercado brasileiro, já existindo no europeu há mais de uma década. A memantina é tal droga, e sua ação dá-se pela inibição da ligação do glutamato, neurotransmissor excitatório do sistema nervoso central a seus receptores. O glutamato é responsável por reações de excitotoxicidade com liberação de radicais livres e lesão tecidual e neuronal. Há uma máxima na medicina que diz que uma doença pode ser intratável, mas o paciente não.


Cuidados a se ter com o doente:

Com sintomas que vão desde a perda de memória, perturbações de sono, confusão, agitação, incapacidade de comunicar, incontinência, depressão, comportamentos agressivos e perigosos, há vários cuidados a ter em conta quando se lida diariamente com um doente com Alzheimer.

* A maior parte dos doentes com Alzheimer passa a viver no passado, uma vez que já não se conseguem lembrar do que fizeram ontem, dos nomes das pessoas com quem habitualmente lidam, números de telefone ou conversas recentes. Por norma, a memória de longa duração não é afectada, ou só o é já em fases adiantadas da doença, o que significa que o passado do doente passa a ser o seu presente, sendo que os eventos recentes são pura e simplesmente esquecidos. Será mais fácil, para todos, adaptar-se ao doente e não ao contrário, ou seja, fazer um esforço para viver a realidade actual da pessoa, mesmo que seja uma época da sua vida de há 20 anos atrás. Pelo menos assim há a possibilidade de recordar e conversar, aproveitando o facto do doente continuar atento e comunicativo.

* Sem querer tornar a sua casa numa prisão e o doente num prisioneiro, promova um ambiente seguro: retire da casa de banho pequenos electrodomésticos como secadores ou máquinas de barbear; feche à chave armários com produtos perigosos ou quartos onde o doente corre algum risco de se magoar; coloque barreiras de segurança nas escadas; muitos doentes já não reconhecem o seu próprio reflexo e, por isso, os espelhos ou vidros podem confundir ou assustar uma pessoa com Alzheimer – se isso acontecer, opte por arruma-los ou cobri-los. Disponibilize um espaço amplo, limpo e tranquilo onde ele possa estar à vontade; rodei-o de objectos familiares, como fotografias ou outras lembranças pessoais.

* O que deve evitar? Ambientes muito barulhentos ou com muita gente (podem agitar o doente, levando-o à “fuga”); apressá-lo com seja o que for (as rotinas diárias como tomar banho, vestir e comer tornam-se difíceis e até perigosas para executarem sozinhos, por isso, ajude-o a manter a sua dignidade); não fale sobre a pessoa e as dificuldades da doença à sua frente (se possível, é fundamental continuar a promover a independência do doente e as suas relações sociais).

* Pelo menos 60% de todos os doentes com Alzheimer acabam por vaguear e não conseguem voltar ao seu ponto de partida. Não deixe portas e/ou janelas abertas; evite pedidos para ir levar o lixo ou levantar o correio sozinho; retire-lhe as chaves do carro se achar que a sua condução possa representar um perigo para ele ou para os outros.

* A comunicação ou falta dela pode ser um grande desafio. Muitos doentes têm dificuldade em formular frases completas, outros deixam de falar por completo. Fique atento à linguagem corporal e às suas expressões faciais e não se esqueça que conhece bem esta pessoa. Se sempre gostou de música clássica, ponha um CD a tocar; se é um apaixonado por futebol, ligue a televisão na altura de um jogo; mime o doente com carinhos e afectos, um forte abraço ou apenas a sua companhia podem fazer maravilhas.

* Não é o Alzheimer em si que provoca a morte, mas sim as infecções e doenças que podem surgir em sequência desta. Há que ser rigoroso: estabeleça e cumpra os horários da toma da medicação e de ir à casa de banho; certifique-se que o doente beba muita água; se verificar alterações nos hábitos alimentares ou de sono vá ao médico; as mudanças de comportamento e de estado de espírito – como ansiedade, querer estar sozinho ou tristeza – também devem ser vigiadas.

* Manter a mente e o corpo activos é fundamental. Tarefas de reduzida dificuldade, como apanhar ou dobrar a roupa, mantêm as pessoas ocupadas, sem as frustrar ou aborrecer. Existem muitas actividades que podem e devem realizar-se com um doente de Alzheimer, até para estimular os sentidos: dançar, cantar, jardinar, pintar, caminhar, conviver com crianças, cozinhar, fazer a manicure ou tratar do seu cabelo, são apenas alguns exemplos.

* Pode surgir a altura em que os cuidados que o doente necessita já não possam ser administrados em casa. Quando assim for, procure um lar ou casa de repouso com experiência no tratamento de doentes com Alzheimer.

FONTE,http://multiply.com/

2º"VIVER CADA MOMENTO COMO SE FOSSE O ÚLTIMO

Autor Desconhecido

"VIVER CADA MOMENTO COMO SE FOSSE O ÚLTIMO"


Naquela manhã, sentiu vontade de dormir mais um pouco. Estava cansado porque na noite anterior fora deitar muito tarde. Também não havia dormido bem.

Tinha tido um sono agitado. Mas logo abandonou a idéia de ficar um pouco mais na cama e se levantou, pensando na montanha de coisas que precisava fazer na empresa.

Lavou o rosto e fez a barba correndo, automaticamente.

Não prestou atenção no rosto cansado nem nas olheiras escuras, resultado das noites mal dormidas. Nem sequer percebeu um aglomerado de pelos teimosos que escaparam da lâmina de barbear. "A vida é uma seqüência de dias vazios que precisamos preencher", pensou enquanto jogava a roupa por cima do corpo.

Engoliu o café e saiu resmungando baixinho um "bom dia", sem convicção.

Desprezou os lábios da esposa, que se ofereciam para um beijo de despedida.

Não notou que os olhos dela ainda guardavam a doçura de mulher apaixonada, mesmo depois de tantos anos de casamento. Não entendia por que ela se queixava tanto da ausência dele e vivia reivindicando mais tempo para ficarem juntos. Ele estava conseguindo manter o elevado padrão de vida da família, não estava? Isso não bastava?

Claro que não teve tempo para esquentar o carro nem sorrir quando o cachorro, alegre, abanou o rabo. Deu a partida e acelerou. Ligou o rádio, que tocava uma canção antiga do Roberto Carlos, "detalhes tão pequenos de nós dois...

" Pensou que não tinha mais tempo para curtir detalhes tão pequenos da vida. Anos atrás, gostava de assistir ao programa de Roberto Carlos nas tardes de domingo. Mas isso fazia parte de outra época, quando podia se divertir mais.

Pegou o telefone celular e ligou para sua filha. Sorriu quando soube que o netinho havia dado os primeiros passos. Ficou sério quando a filha lembrou-o de que há tempos ele não aparecia para ver o neto e o convidou para almoçar.

Ele relutou bastante: sabia que iria gostar muito de estar com o neto, mas não podia, naquele dia, dar-se ao luxo de sair da empresa. Agradeceu o convite, mas respondeu que seria impossível. Quem sabe no próximo final de semana?

Ela insistiu, disse que sentia muita saudade e que gostaria de poder estar com ele na hora do almoço. Mas ele foi irredutível: realmente, era impossível.

Chegou à empresa e mal cumprimentou as pessoas. A agenda estava totalmente lotada, e era muito importante começar logo a atender seus compromissos, pois tinha plena convicção de que pessoas de valor não desperdiçam seu tempo com conversa fiada.

No que seria sua hora do almoço, pediu para a secretária trazer um sanduíche e um refrigerante diet. O colesterol estava alto, precisava fazer um check-up, mas isso ficaria para o mês seguinte.. Começou a comer enquanto lia alguns papéis que usaria na reunião da tarde. Nem observou que tipo de lanche estava mastigando. Enquanto engolia relacionava os telefones que deveria dar, sentiu um pouco de tontura, a vista embaçou. Lembrou-se do médico advertindo-o, alguns dias antes, quando tivera os mesmos sintomas, de que estava na hora de fazer um check-up. Mas ele logo concluiu que era um mal-estar passageiro, que seria resolvido com um café forte, sem açúcar.

Terminado o "almoço", escovou os dentes e voltou à sua mesa. "A vida continua", pensou. Mais papéis para ler, mais decisões a tomar, mais compromissos a cumprir. Nem tudo saía como ele queria. Começou a gritar com o gerente, exigindo que este cumprisse o prometido. Afinal, ele estava sendo pressionado pela diretoria. Tinha de mostrar resultados. Será que o gerente não conseguia entender isso?

Saiu para a reunião já meio atrasado. Não esperou o elevador. Desceu as escadas pulando de dois em dois degraus. Parecia que a garagem estava a quilômetros de distância, encravada no miolo da terra, e não no subsolo do prédio.

Entrou no carro, deu partida e, quando ia engatar a primeira marcha, sentiu de novo o mal-estar. Agora havia uma dor forte no peito. O ar começou a faltar... a dor foi aumentando... o carro desapareceu... os outros carros também... Os pilares, as paredes, a porta, a claridade da rua, as luzes do teto, tudo foi sumindo diante de seus olhos, ao mesmo tempo em que surgiam cenas de um filme que ele conhecia bem. Era como se o videocassete estivesse rodando em câmara lenta. Quadro a quadro, ele via esposa, o netinho, a filha e, uma após outra, todas as pessoas que mais gostava.

Por que mesmo não tinha ido almoçar com a filha e o neto?

O que a esposa tinha dito à porta de casa quando ele estava saindo, hoje de manhã? Por que não foi pescar com os amigos no último feriado? A dor no peito persistia, mas agora outra dor começava a perturbá-lo: a do arrependimento. Ele não conseguia distinguir qual era a mais forte, a da coronária entupida ou a de sua alma rasgando.

Escutou o barulho de alguma coisa quebrando dentro de seu coração, e de seus olhos escorreram lágrimas silenciosas. Queria viver, queria ter mais uma chance, queria voltar para casa e beijar a esposa, abraçar a filha, brincar com o neto... queria... queria... mas não deu tempo...

Para entender o valor de um ano: pergunte a um estudante que não passou nos exames finais.

Para entender o valor de um mês: pergunte a uma mãe que teve um filho prematuro.

Para entender o valor de uma semana: pergunte ao editor de uma revista semanal.

Para entender o valor de uma hora: pergunte aos apaixonados que estão esperando o momento do encontro.

Para entender o valor de um minuto: pergunte a uma pessoa que perdeu o trem, ônibus ou avião.

Para entender o valor de um segundo: pergunte a uma pessoa que sobreviveu a um acidente.

Para entender o valor de um milisegundo: pergunte a uma pessoa que ganhou uma medalha de prata nas Olimpíadas.

O tempo não espera por ninguém.

Valorize cada momento de sua vida.

Você irá apreciá-los ainda mais se puder dividí-los com alguém especial.

FONTE,http://www.alzheimermed.com.br/

1ºO QUE É Mal de Alzheimer

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A doença conhecida como Mal de Alzheimer é um tipo específico de demência, comumente conhecida pelo público como "esclerose", que é um distúrbio que acarreta a perda progressiva das funções intelectuais, como, por exemplo, a memória e também as funções físicas.

Em 1907 o médico alemão Dr. Alois Alzheimer descreveu esta desordem. As causas do Mal de Alzheimer estão relacionadas com certas mudanças nas terminações nervosas e células cerebrais que interferem nas funções cognitivas. Algumas teorias tentam estabelecer quais seriam essas causas, indicando influência genética, vírus lento, proteínas anormais, desequilíbrio bioquímico, intoxicação por alumínio, perda na quantidade de sangue e de oxigênio e outras.

O Mal de Alzheimer apresenta sintomas que podem variar de pessoa para pessoa. Afeta mais freqüentemente pessoas com cerca de 65 anos de idade, embora seja também encontrado em faixas etárias menos adiantadas. É uma doença progressiva e degenerativa. Ainda não há cura nem prevenção para esse Mal.

Sintomas Iniciais:
- Falta de memória
- Diminuição do tempo de atenção
- Problemas com matemática simples
- Dificuldade em expressar pensamentos
- Humor inconstante, variável e imprevisível
- Menos desejo de fazer as coisas ou de conhecer pessoas

Sintomas Posteriores:
- Grande perda de memória, inclusive de lembrar dos nomes dos membros da família
- Dificuldades para se vestir e para comer
- Mudança de humor e de personalidade
- Explosões de ira, de insatisfação e de desconfiança
- Perda total de julgamento e de concentração
- Incapacidade de completar tarefas caseiras rotineiras
- Perda da habilidade de se ocupar com higiene pessoal
- Complicações variadas

Atenção a Pacientes em Estágios Avançados

Quando o cuidador doméstico tiver dificuldade ou não conseguir mais controlar os problemas causados por estágios mais adiantados do Mal de Alzheimer, é necessário a família preparar-se para ajudas extraordinárias, incluindo a eventual internação para o provimento de cuidados mais adequados.
Diversas clínicas ou organizações de socorro existem espalhadas por muitos pontos do Brasil, muitas delas cuidando apenas de anciãos em avançado estado de dependência.

Saiba Mais
Para garantir outras fontes de informação ou para saber mais a respeito do Mal de Alzheimer, acesse o seguinte site na Internet:

Núcleo de Informações sobre o Mal de Alzheimer
Trata-se de um núcleo destinado a reunir as mais variadas informações sobre o mal de Alzheimer.

Mal de Alzheimer deixa intactas certas áreas da memória

As pessoas afetadas pelo mal de Alzheimer conservam uma parte da memória intacta, a usada pelo aprendizado, mesmo que se apaguem as lembranças e a memória em relação às pessoas próximas. Esta descoberta pode ser uma nova pista na luta contra a perda de funções cognitivas, afirmaram os cientistas do Instituto Médico Howard Hughes, em Saint-Louis, nos Estados Unidos. "Parece que um certo número de sistemas cerebrais mantêm-se em melhor estado do que havíamos antecipado", declarou Randy Buckner, que conduziu os trabalhos. "Os resultados sugerem que, se nós podemos ajudar as pessoas a utilizar de forma otimizada certos sistemas cerebrais, poderemos melhorar suas funções cognitivas", acrescentou Buckner. "Nossa esperança é traduzir esta descoberta em programas de treinamento para as pessoas idosas de boa saúde e aquelas afetadas por certas formas de deficiência mental (como o mal de Alzheimer)", concluiu Buckner.

'Exame pode detectar chance de se ter Alzheimer'

O escaneamento de um cérebro ainda saudável pode indicar se a pessoa tem chances de desenvolver o mal de Alzheimer, de acordo com um estudo feito pelo Centro Médico da Universidade de Nova York.
Segundo os pesquisadores, o exame permite prever com 90% de precisão se uma pessoa tem tendência a sofrer da doença que causa a degeneração do cérebro e perda de funções como a memória.
Com a ajuda do scanner, os cientistas medem o módulo temporal médio, a região do cérebro na qual aparecem os primeiros sinais da doença. Nos pacientes de Alzheimer, esta região é atrofiada.
Ao repetir os escaneamentos com intervalos regulares, os pesquisadores observaram que o volume do módulo temporal médio diminuiu 0,7% por ano.

Ética

Embora não haja tratamentos que curem o Mal de Alzheimer - apenas formas de retardá-lo - os médicos da Universidade de Nova York acreditam que um diagnóstico precoce dê mais chances de recuperação ao paciente.
"É apenas a primeira demonstração de que um diagnóstico extremamente precoce é possível, e essa técnica ainda precisa ser mais trabalhada antes de estar pronta para o uso clínico", afirmou Henry Rusinek, responsável pelo estudo, que foi publicado no jornal científico Radiology.
Exatamente porque há pouco a fazer por um paciente de Alzheimer, a ética médica não recomenda a realização de testes em pessoas saudáveis.
No entanto, o professor John Hodges, do Centro de Pesquisas Médicas em Ciências de Cognição e do Cérebro, da Universidade de Cambridge, diz que acha possível que, em breve, esses exames sejam feitos em pessoas que correm maior risco de desenvolver a doença.
"Nós poderíamos talvez oferecer (o exame) a pessoas com um forte histórico de Alzheimer na família, desde que consigamos fazer algo para ajudar àqueles que forem diagnosticados."
Hodges está trabalhando com testes de memória a fim de identificar mudanças nas partes do cérebro afetadas pela doença.
Para a diretora-executiva da Fundação de Pesquisas de Alzheimer, Rebecca Wood, quanto mais se sabe sobre o mal de Alzheimer, mais importantes se tornam os testes que podem detectá-lo mais cedo.
" Nós esperamos que um dia existirá uma vacina que poderá ser dada às pessoas que estão no estágio inicial da doença. Se isso acontecer, é vital que tenhamos uma forma de identificar essas pessoas tão logo possível."
Com o envelhecimento da população, os casos de Alzheimer estão aumentado, com a doença sendo considerada a principal forma de demência nos Estados Unidos.

FONTE,FASTER

11ºSOROLOGIA PARA HIV / AIDS. COMO E QUANDO TESTAR ?

Saiba em quanto tempo o teste para HIV (VIH) fica positivo após a exposição ao vírus

Uma das dúvidas mais frequentes da população é em relação ao tempo entre a a contaminação pelo HIV (em português VIH ou vírus da imunodeficiência humana) e a positivação dos testes laboratoriais.

Vamos entender então como é feito esse diagnóstico.

O teste que realizamos para avaliar a infecção pelo HIV não detecta o vírus em si, mas sim a presença de anticorpos contra o mesmo.

Os anticorpos são proteínas produzidas para combater agentes infecciosos específicos. Uma vez que o HIV entra no nosso organismo, ele é capturado pelas células de defesa e sua estrutura é analisada. A partir desse momento, produzimos anticorpos que são específicos contra o vírus.

Nosso organismo tem várias células encarregadas de nos defender contra invasores, como os linfócitos, neutrófilos, macrófagos etc... Essas células atacam tudo que for estranho ao organismo.

Os anticorpos são armas mais específicas. Um anticorpo contra o HIV só ataca o vírus do HIV. Ele é inócuo para outras infecções, como por exemplo, gripe ou varicela (catapora), mas é muito mais potente contra o HIV. Cada infecção tem seu próprio anticorpo. Se nunca tivermos contato com um determinado micróbio, nunca teremos anticorpos específicos contra ele.

Quando entramos em contato com algum germe pela primeira vez, o corpo demora algum tempo para analisar a estrutura e produzir anticorpos específicos. Quando algum micróbio já conhecido pelo organismo nos infecta novamente, imediatamente os anticorpos produzidos na infecção anterior são recrutados para atacar o invasor. Esse é o princípio da vacina. Estimular a produção de anticorpos específicos para que, quando entrarmos em contato com o agente infeccioso este impeça a doença de se desenvolver.

Leia DOENÇA AUTO-IMUNE para um melhor entendimento sobre o nosso sistema imune.

Portanto, no caso do HIV, o que procuramos é a presença ou não do anticorpo específico. A essa pesquisa damos o nome de sorologia.

A sorologia do HIV tem uma acurácia superior a 99%. Um teste quando positivo é sempre repetido pelo menos mais 2 vezes. Isso praticamente elimina a possibilidade de erros. Estes quando ocorrem são normalmente por erro humano e não por falha do exame.

Os testes mais novos conseguem detectar a presença de anticorpos até 6 semanas após a exposição ao vírus. Para se ter total certeza da infecção ou não, o teste deve ser repetido com 12 e 24 semanas quando o primeiro é negativo. Não adianta fazer o teste antes desse período que é chamado de janela imunológica.

Já existe o ELISA de 4º geração, que além de ser uma sorologia (pesquisar anticorpos), ela também pesquisa o antígeno P24, uma proteína do HIV. É portanto, um teste duplo que procura por anticorpos e pelo próprio vírus. Deste modo, o teste pode ser feito com apenas 4 semanas (95% de acurácia). Se negativo, deve-se repeti-lo com 6 ou 8 semanas. Se novamente negativo, caso encerrado.

O procedimento atual após uma situação de risco, tipo relação sexual não protegida ou acidente com material biológico, é colher uma sorologia o mais rápido possível. Isso serve para diferenciar pessoas já infectadas previamente. Imagine que você teve uma relação não protegida e 2 dias depois resolve fazer o teste para o HIV. Se este der positivo significa que você já tinha o vírus, uma vez que não houve tempo hábil para produção e detecção dos anticorpos. Se você só fizesse o teste 6 semanas depois, ficaria com a idéia de ter contraído a doença nesta relação desprotegida, quando na verdade a infecção é anterior.

Há uns 3 anos eu atendi um paciente que vinha solicitar a sorologia do HIV porque , segundo ele, havia sido atacado com uma agulha por um drogado. O suposto ataque havia ocorrido há 2 ou 3 dias ele estava assustado com a possibilidade de ter contraído o HIV. Realizada a sorologia, esta veio positiva. Obviamente não foi o ataque do drogado que o contaminou. Na verdade o doente já imaginava ser portador do vírus e queria arranjar uma desculpa para poder contar a esposa sem ter que expor os seus casos extra-conjugais.

É sempre bom salientar que um exame negativo para HIV reflete o estado do paciente há pelo menos 6 semanas. Se o seu parceiro apresentar um exame negativo para HIV, mas tiver tido alguma relação não protegida nas últimas 6 semanas, esse teste de nada vale.

Toda relação sexual deve ser feita com preservativos. Mesmo para pessoas casadas. Isto pode parecer exagero, mas a quantidade de mulheres casadas que contraem o vírus do marido é imensa. Na verdade este é o grupo que mais cresce entre os infectados. É triste, mas é a realidade.
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Leia também:
- SAIBA COMO SE PEGA E TRANSMITE HIV E AIDS (SIDA)
- SINTOMAS DO HIV E AIDS (SIDA)
- DOENÇA AUTO-IMUNE
- AS DIFERENÇAS ENTRE AS HEPATITES
- DST - GONORRÉIA E CLAMÍDIA
- DST - HERPES LABIAL E GENITAL
- DST - SÍFILIS
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fonte,http://www.mdsaude.com/

10ºSINTOMAS DO HIV E AIDS (SIDA)

Saiba quais são os sintomas iniciais da infecção pelo HIV e quais doenças definem a AIDS (SIDA)

Ao contrário do que muita gente pensa, ser portador do HIV não é igual a ter AIDS (SIDA). Para o diagnóstico de AIDS é preciso além da presença do vírus, a coexistência de doenças pela imunossupressão. Algumas pessoas podem ter HIV durante anos e não desenvolver AIDS.

Logo após a contaminação pelo vírus, pode ocorrer um quadro chamado de infecção aguda pelo HIV, que nada tem a ver com AIDS.

Neste texto vou falar sobre 2 quadros clínicos causados pelo HIV: a.) Infecção primária ou aguda pelo HIV e b.) AIDS

a.) INFECÇÃO AGUDA PELO HIV

Uma grande quantidade de sinais e sintomas podem estar associados a infecção aguda pelo HIV. Muitos deles sintomas inespecíficos que ocorrem comumente em uma gama de outros quadros infecciosos, como pode-se ver na figura abaixo



O sintoma mais comum é a febre (38ºC a 40ºC), que ocorre em mais de 80% dos casos.

Também muito comuns são:

Faringite sem aumento da amígdalas e sem presença de pus ( leia: DOR DE GARGANTA - FARINGITE E AMIGDALITE )
Lesões de pele (rash) que ocorrem 48 a 72h após o início da febre e costumam durar entre 5 e 8 dias. Este rash costuma se apresentar como lesões arredondadas, menores que 1 cm, avermelhadas, com discreto relevo e distribuídas pelo corpo, principalmente no tórax, pescoço e face. Também podem acometer solas dos pés e palmas das mãos.
Aumento de linfonodos (inguas) principalmente em axilas e pescoço.
Dores articulares, musculares e cefaléia (leia: DOR DE CABEÇA - ENXAQUECA, CEFALÉIA TENSIONAL E SINAIS DE GRAVIDADE)

Em 10% dos casos pode-se ter também aumento de fígado e/ou baço, úlceras orais, anais e genitais, diarréia e vômitos (podendo levar ao emagrecimento de até 5 kg).

A úlceras parecem estar relacionadas ao ponto de entrada do vírus nas mucosas, semelhante ao que ocorre na sífilis (leia: SINTOMAS DA SÍFILIS). Úlceras orais indicam contaminação por sexo oral ativo e a úlceras anais por sexo anal passivo. Do mesmo modo, também pode haver úlceras vaginais e penianas.

Existem também casos descritos de hepatite, pneumonia e pancreatite (leia: PANCREATITE CRÔNICA E PANCREATITE AGUDA) causados pela infecção aguda do HIV.

Em raros casos também pode ocorrer candidíase oral ou vaginal.

Tipicamente os sintomas de infecção aguda pelo HIV iniciam-se entre 2 e 4 semanas após a exposição. Porém, já foram descritos casos com até 10 meses de intervalo.

Como se pode notar, são todos sintomas inespecíficos e nenhum deles consegue definir o diagnóstico de infecção aguda pelo HIV. Mais importante que os sintomas em si, é o tempo de intervalo entre o comportamento de risco (sexo sem preservativos ou compartilhamento de agulhas) e o aparecimento dos mesmos.

De qualquer modo, o diagnóstico não é clínico já que várias doenças têm o mesmo quadro, sendo necessário a realização das sorologias ou da pesquisa do vírus para confirmação (leia: SOROLOGIA PARA HIV / AIDS. COMO E QUANDO TESTAR ?).

Os pacientes na fase aguda do HIV apresentam carga viral elevadíssima estando portanto altamente contagiosos neste momento(leia: SAIBA COMO SE PEGA E TRANSMITE HIV E AIDS (SIDA)).

O quadro de infecção aguda pode durar até 2 semanas.

b.) SINTOMAS DA AIDS (SIDA)

O término da infecção aguda costuma coincidir com a positivação da sorologia pela produção de anticorpos específicos contra o HIV. Nesta fase a carga viral cai e se estabiliza em níveis baixos durante muitos anos.

O HIV ataca principalmente as células de defesa chamadas de linfócitos CD4. A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA ou AIDS) é um quadro de imunossupressão e infecções oportunístas devido aos níveis baixos de linfócitos CD4.

Chamamos de infecção oportunista aquelas que ocorrem aproveitando-se da queda no nosso sistema imunológico. Infecções oportunistas existem não só na AIDS, mas também em doentes transplantados, em quimioterapia, com câncer, ou qualquer outra condição que leve a imunossupressão.

Para se estabelecer o diagnóstico de AIDS é preciso estar infectado pelo HIV e:
1.) ter uma contagem de linfócitos CD4 menor que 200 células/mm3; ou
2.) apresentar uma das doenças definidoras de AIDS, que são:

Candidíase pulmonar ou traqueal
Candidíase de esôfago (leia: O QUE É A CANDIDÍASE ?)
Câncer de colo uterino invasivo
Coccidioidomicose disseminada (uma infecção fúngica)
Criptococose extra-pulmonar (também infecção fúngica)
Criptosporíase intestinal (doença parasitária)
Citomegalovirus (doença viral)
Encefalopatia do HIV
Herpes simples crônica (mais de 1 mês de duração) ou disseminada (leia: DST - HERPES LABIAL E GENITAL)
Histoplasmose disseminada (infecção fúngica)
Isosporiase intestinal crônica (doença parasitária)
Sarcoma de Kaposi's (neoplasia típica da AIDS)
Linfoma de Burkitt
Linfoma do sistem nervoso central (leia: O QUE É UM LINFOMA ? )
Infecção disseminada por Mycobacterium avium complex (infecção bacteriana)
Tuberculose disseminada (leia: SINTOMAS DE TUBERCULOSE )
Pneumonia pelo fungo Pneumocystis carinii (também chamado Pneumocystis jirovecii)
Pneumonia recorrente (leia: QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA PNEUMONIA ? )
Leucoencefalopatia multifocal recorrente (doença viral)
Sepse por salmonella (leia: O QUE É SEPSE / SEPSIS E CHOQUE SÉPTICO ?)
Toxoplasmose cerebral
Síndrome consuptiva (emagrecimento) do HIV

As doenças listadas acima são típicas de pacientes com imunossupressão, não necessariamente por AIDS, mas a sua presença indica obrigatoriamente a investigação do HIV.

Não existe um quadro clínico único da AIDS. O quadro clínico vai depender do tipo de doença que se desenvolver e os órgãos afetados. Se você me perguntar qual os sintomas da AIDS, eu vou responder, depende.

A imunossupressão além de facilitar o surgimento de infecções, também aumenta a frequência de neoplasias malignas. Cânceres como o de colo uterino (leia: SINTOMAS DO HPV E CÂNCER DO COLO DO UTERO) se tornam extremamente agressivos e linfomas são muito mais frequêntes na AIDS que em pessoas sadias. Outros como o Sarcoma de Kaposi são típicos de imunossuprimidos, principalmente em homossexuais. (leia: CÂNCER (CANCRO) - SINTOMAS E DEFINIÇÕES)

Aquela imagem do paciente com AIDS, caquético, cheio de lesões de pele e candidíase oral, já não é mais tão comum. O tratamento avançou muito nos últimos anos e boa parte dos doentes mantém seus níveis de CD4 elevados, impedindo a ocorrência de infecções oportunistas.

Mas o HIV ainda não tem cura e ainda mata. Na verdade, quem leva ao óbito não é o HIV, mas sim as infecções oportunísticas e neoplasias secundárias a imunossupressão.
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Leia também:
- SOROLOGIA PARA HIV / AIDS. COMO E QUANDO TESTAR ?
- SAIBA COMO SE PEGA E TRANSMITE HIV E AIDS (SIDA)
- ENTENDA O QUE ACONTECE COM PACIENTES NO CTI (UTI)
- O QUE É ANEMIA ?
- SINTOMAS DA SÍFILIS
- DST - GONORRÉIA E CLAMÍDIA
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fonte,http://www.mdsaude.com/

9ºSAIBA COMO SE PEGA E TRANSMITE HIV E AIDS

Antes de descrever como se transmite/contrai o HIV (AIDS ou SIDA), é preciso uma rápida explicação sobre a doença. O que vou escrever nas próximas linhas pode parecer banal para a maioria, mas são informações que muitas pessoas ainda não tem.

SIDA é a sigla em português para AIDS que significa Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. HIV é a sigla em inglês para Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH). Todos os países de língua latina usam o termo SIDA e VIH, exceto no Brasil, onde a imprensa popularizou os termos em inglês AIDS e HIV. Vou usar os 2 ao longo do texto.

A SIDA é uma doença infecciosa, transmitida por um vírus chamado HIV. Só se contrai o vírus de uma pessoa infectada pelo mesmo. Ou seja, não se pega AIDS tendo relações sexuais com alguém que não tenha o vírus, não se pega AIDS se masturbando e não se pega AIDS através de transfusão de sangue não contaminado.

É importante diferenciar o HIV da AIDS. O HIV é o vírus, enquanto que a SIDA é a doença causada pelo vírus. É possível ter o HIV e não ter AIDS. Algumas pessoas são carreadoras assintomáticas do vírus. Na verdade, a maioria das pessoas passa vários anos tendo o HIV, mas sem desenvolver a SIDA. A média de tempo entre a contaminação com o vírus e o desenvolvimento da doença é de 10 anos.

Atenção: A AIDS AINDA NÃO TEM CURA. Os tratamentos avançaram muito nas últimas décadas, mas ainda não existe cura para a doença.

Para se desenvolver a doença, o vírus precisa tem contacto com a circulação sanguínea. Portanto, o simples contato com a pele não é suficiente para a transmissão da doença. Como já expliquei em outros textos, a pele é o nosso principal organismo de defesa, impedindo que germes do ambiente tenham acesso ao nosso organismo. Leia TRATAMENTO DE FERIDAS E MACHUCADOS .

Porém, alguns locais da nossa pele não são barreiras tão eficientes. A glande do pênis, o ânus e a mucosa da vagina apresentam poros que possibilitam a invasão do HIV para dentro do organismo. A mucosa oral também não é tão eficiente porque frequentemente apresenta feridas.

O contato da pele ferida com os órgãos sexuais também pode levar a transmissão, como no caso de feridas nos dedos e introdução do mesmo na vaginal ou ânus.

O sexo oral pode transmitir HIV, principalmente se houver lesões na cavidade oral como gengivites, aftas, feridas etc... Algumas dessas lesões podem ser pequenas o suficiente para passarem despercebidas para a maioria das pessoas, mas não o suficiente para impedir a penetração do vírus.

O HIV é transmitido através de fluidos contaminados. Quanto maior for a concentração do vírus, maior é o risco de transmissão. Por esse motivo, o sangue é o principal meio de contágio, uma vez que é o que apresenta maior contagem do vírus.

Outros fluidos que contém o vírus são as secreções vaginais, o sêmem e o liquido pré-seminal (aquele transparente que sai do pênis antes da ejaculação).

O sexo anal costuma ser o que apresenta maior risco de contaminação. A mucosa do ânus/reto, é mais fina que a vaginal e por não apresentar lubrificação natural, está mais sujeita a pequenas lesões durante o ato sexual. Tudo isso favorece a entrada do vírus através da mucosa.

O risco de transmissão é maior quando a pessoa contaminada não se trata e apresenta uma carga viral elevada no sangue. Porém, mesmo aqueles que fazem o tratamento anti-retroviral de modo correto e apresentam carga viral indetectável, podem transmitir o vírus.

O melhor modo de prevenir o HIV é através de relações sexuais com preservativos. A camisinha é eficiente, sim. Não é verdade que o vírus consegue atravessar o látex dos preservativos.

A presença concomitante de outra DST, como sífilis, herpes, gonorréia aumenta muito o risco de transmissão e contágio pelo HIV.

Além da via sexual, existem outros meios de se contrair o HIV:

- Usuários de drogas injetáveis que compartilham agulhas
- Tatuagem e piercing apresentam risco pequeno, mas podem ser vias de transmissão caso haja uso de material contaminado.
- Transfusão de sangue (atenção: o perigo está em receber e não em doar sangue)
- Transmissão da mãe para o feto durante a gravidez

Os seguintes fluidos corporais NÃO transmitem o HIV (ao não ser que haja sangue misturado)

- Saliva
- Suor
- Lágrima
- Vômitos
- Fezes
- Secreções nasais

Também NÃO se contrai AIDS através de:

- Talheres ou pratos
- Picadas de inseto
- Abraços ou aperto de mão
- Vasos sanitários ou banheiro público
- Piscina pública
- Praia
- Doação de sangue
- Beijo. Existe um risco pequeno no caso de beijo na boca se ambos possuírem lesões sangrantes na mucosa oral. Situação que convenhamos, é pouco provável. Beijos na bochecha ou nos seios não transmite HIV
- Masturbação ativa ou passiva
- Sexo oral passivo (no sexo oral ativo há risco pelo contato da boca com as secreções vaginais e do pênis)

O HIV sobrevive muito pouco tempo no ambiente, por isso histórias sobre pessoas que colocam sangue contaminado no Ketchup, agulhas em telefones públicos e cadeiras de cinema são apenas mitos que circulam pela internet. Além disso, o vírus quando exposto a sabão ou outros produtos químicos, também morre.

Infecção aguda pelo HIV
(Um texto mais específico encontra-se aqui: SINTOMAS DO HIV E AIDS (SIDA) )

Chamamos de infecção aguda pelo HIV o quadro que ocorre entre 2 a 4 semanas após a contaminação com o vírus.

Os sintomas são semelhantes à uma síndrome de mononucleose (leia: MONONUCLEOSE - DOENÇA DO BEIJO) com febre, dor de garaganta, pequenas manchas de 1 cm e avermelhadas espalhadas pelo corpo, aumento dos linfonodos (inguas) e dor de cabeça O aparecimento de pequeans úlceras no pênis, ânus ou na cavidade oral são bem característicos da lesão priméria pelo HIV.

Nem todo mundo que se contamina com HIV vai desenvolver sintomas da infecção aguda, e em alguns casos, os sintomas são tão discretos que passam despercebidos pelo paciente.

fonte,http://www.mdsaude.com/

sexta-feira, 2 de abril de 2010

12ºEntendendo a Síndrome de Down

Entendendo a Síndrome de Down
O que é
Um acidente genético que se expressa na concepção. O Down tem um cromossomo extra: chama-se trissomia 21. Isso provoca no organismo um excesso de 329 genes por célula
Gradações da síndrome ao nascer
Não existem. Ou o bebê é Down ou não é. Seu desenvolvimento intelectual e motor vai depender da herança genética dos pais, do estímulo precoce e de sua aceitação na família, em casa, na escola e na sociedade. Nenhum bebê é igual ao outro, seja Down ou não
Causa
Não existe uma causa. Mas a idade da mulher aumenta geometricamente as chances de ter um filho Down. Mães de 24 anos têm um filho Down para cada 1.752 nascidos vivos. Com 42 anos, essa relação é 56 vezes maior: 1 Down para 33 nascidos vivos. A média mundial é de 1 Down para cada 600 nascidos vivos Conseqüências Em diferentes momentos da vida, risco mais alto de doença cardíaca, deficiência visual, tônus muscular menor. Um terço dos fetos não chega a nascer. Um terço, ao nascer, não tem problema cardíaco, apenas características físicas como os olhos puxados, a boca um pouco menor. Os restantes nascem com cardiopatia congênita.
Fonte: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca

11ºMas o que a lei diz sobre os Portadores de Síndrome de Down?

Mas o que a lei diz sobre os Portadores de Síndrome de Down?

O Brasil tem um conjunto de normas que garantem proteção absoluta para quem tem Síndrome de Down: direito à educação e oportunidades de desenvolvimento iguais. Confira alguns pontos da legislação.


Constituição
O artigo 208 determina que 'o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino'.


Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Estabelece a divisão do ensino regular e especial, admitindo a possibilidade de substituição do regular pelo especial.


Conselho Nacional de Educação
A Resolução nº 2 do conselho, de dezembro de 2001, defende que as escolas comuns acolham alunos com deficiências para promover a inclusão social. Admite ainda salas especiais, em caráter temporário, para crianças e adolescentes.
Postado por Marilia às 20:06

FONTE,http://sindromedownpuc.blogspot.com/

10ºMitos e verdades

Mitos e verdades
As crianças com Down são mais boazinhas.
Não é verdade. Muitas são incentivadas a sorrir e a abraçar de forma exagerada, e se encaixam no estereótipo.

Parecem mais sinceras.
Sim. Costumam ter uma franqueza desconcertante para pessoas preocupadas com alguns códigos sociais. A censura é menor, porque são menos enquadradas.

A síndrome de Down é uma doença.
Não. As pessoas que nascem com a trissomia 21 não são doentes, elas têm SD ou são Down.

Quem nasce com Down morre muito jovem.
Não. Cardiopatias congênitas não diagnosticadas no passado, e que afetam um em cada três bebês Down, aliadas à baixa imunidade não tratada, provocavam a morte aos 15, 16 anos. Hoje, graças à medicina moderna e a atenção dos pais, 80% dos Down passam dos 35 anos, e muitos passam dos 50.

O Down é incapaz de andar, comer e se vestir sozinho?
Não. Mas ainda há médicos que dizem isso para os pais na maternidade.

Relacionamentos de amizade, amor e sexo são possíveis?
Sim, claro. Também sentem antipatia e ódio.

Têm uma sexualidade exacerbada.
Não. Adolescentes Down gostam de sexo como qualquer adolescente. Mas, por serem mais reprimidos pela sociedade, tendem a falar mais sobre sexo, como forma de reagir à repressão e se impor.

Down é mais comum entre brancos?
Não. A incidência é igual entre brancos, negros e asiáticos.

Homens e mulheres Down podem ter filhos?
Mulheres costumam ter o aparelho reprodutor apto a ter filhos. Homens, até prova em contrário, são estéreis.

Todos os Down vão desenvolver o mal de Alzheimer?
Não. Muitos apresentam sinais de demência a partir dos 40 anos, mas não é inevitável. Estudos sugerem que o índice de demência é igual ao do resto da população, mas acontece 20 ou 30 anos mais cedo.

Fonte: Zildo Borgonovi - Revista Época - edição 435

9ºSíndrome de Down e a História

Há indícios de que síndrome de Down existe há milhares de anos
As evidências históricas indicam que é provável que sempre tenha havido pessoas com síndrome de Down na humanidade.
Os registros mais antigos mostram pessoas com as características físicas da síndrome em um altar na cidade de Aachen, na Alemanha, de 1505.
Segundo alguns pesquisadores, como Siegfried M. Pueschel, autor de livros como A Parent´s Guide to Down Syndrome - Toward a Brighter Future, muitos artistas da Idade Média e do Renascimento usaram pessoas que nasceram com a síndrome de down na hora de pintar figuras angelicais e o menino Jesus.
O uso de pessoas com síndrome de Down como modelos de seres celestiais teria sido um hábito tão comum como usar rapazes na hora de retratar figuras femininas, como fez, por exemplo, Leonardo Da Vinci.
Civilização Olmeca
Entre as obras de arte que mostrariam anjos e o menino Jesus com traços da síndrome de Down estão, por exemplo, a Virgin with Child, do artista italiano Andrea Mantegna (1431-1506, quadro exposto no Fine Arts Museum, em Boston.
Nesta pintura, o menino Jesus apresenta traços comuns entre as pessoas que nasceram com a síndrome de Down como o formato dos olhos, o tamanho do pescoço, a posição das orelhas e, principalmente, a distância maior entre o dedão do pé dos demais dedos.
Pueschel volta mais ainda no tempo na hora de coletar evidências sobre a existência de pessoas com Down na humanidade.
Alguns pesquisadores, mencionados por Pueschel, acham similaridades entre certos traços faciais de figuras da civilização Olmeca, que viveu há 3 mil anos na América Central, com a do rosto dos portadores da síndrome de Down.
Fonte:http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/story/2003/08/000000_indiciosdownlmp.shtml
Postado por Marilia às 18:32
2 comentários:

Natalia disse...
ola a todos que lerao este comentario.

gosto muito do tema sindrome de down, estou relizando um trabalho da faculdade sobre esse tema. é um assunto que me cahmou muita atencao sempre. luto contra a discriminacao e por uma inclusao destes na sociedade sem os preconceitos, os estereotipos estipulados pela pripria historia da sociedade.
se puderem me ajudar no trabalho aceito, com falas, fotos imagens. obrigada.
um beijo para todos.

13 de junho de 2008 12:48
Natalia disse...
ola a todos que lerao este comentario.

gosto muito do tema sindrome de down, estou relizando um trabalho da faculdade sobre esse tema. é um assunto que me cahmou muita atencao sempre. luto contra a discriminacao e por uma inclusao destes na sociedade sem os preconceitos, os estereotipos estipulados pela pripria historia da sociedade.
se puderem me ajudar no trabalho aceito, com falas, fotos imagens. obrigada.
um beijo para todos.

13 de junho de 2008 12:48

fonte;http://sindromedownpuc.blogspot.com/

quinta-feira, 1 de abril de 2010

8ºO que realmente sabemos sobre AIDS?

O que realmente sabemos sobre AIDS?
Christine Maggiore

A autora é fundadora e diretora da organização Alive & Well AIDS Alternatives, uma rede sem fins lucrativos para educação, apoio e pesquisa, em Studio City, Califórnia. É também autora do livro "E se tudo que você ouviu sobre a AIDS estiver errado?", traduzido para cinco línguas. Christine é mãe soropositiva saudável e não usa medicamentos.
Estou profundamente desapontada com pessoas progressistas, de pensamento crítico que param de pensar criticamente quando o assunto é AIDS. As mesmas pessoas que tomam cuidado com relatos da mídia e relatórios do governo aceitam, sem questionar, todos os relatos e relatórios sobre AIDS. Os mesmos ativistas que protestam contra o trabalho de empresas químicas multinacionais aceitam seus métodos característicos e seus produtos tóxicos como corretíssimos quando se trata de AIDS. No rádio, em jornais alternativos e entre as pessoas com enorme preocupação e compaixão, só há um lado da AIDS e pouca tolerância com qualquer pessoa que pense diferente. Parece que a AIDS é imune ao cepticismo saudável e é capaz de tornar liberais ardentes em convencionais ferozes e fazer seguidores submissos os nossos líderes mais inovadores.
Como mãe soropositiva e saudável, percebo que minha decisão de recusar medicamentos tóxicos para mim e para meu filho provoca profundas críticas em pessoas que — em outras situações — apóiam o pensamento independente, uma vida natural e o direito de escolha. Como diretora de uma organização alternativa de AIDS, gostaria que pessoas inteligentes e interessadas saíssem do paradigma vigente e estudassem um outro lado da AIDS. Com essa finalidade, gostaria de oferecer aos leitores a pontinha de um imenso iceberg de informações.
A AIDS não é uma nova doença. AIDS é um novo nome para uma lista — que cresce cada vez mais — de doenças antes conhecidas, não relacionadas, que incluem infecções por fungos, diarréia, tuberculose, salmonelose, algumas formas de pneumonia e de câncer. Essas doenças são chamadas de AIDS somente quando uma pessoa é soropositiva, mas todas elas também ocorrem em pessoas soronegativas. Todas têm causas bem conhecidas e seus tratamentos não tem nada a ver com o HIV.
A AIDS varia de país para país e de ano para ano. Em janeiro de 1993, autoridades do governo norte-americano que lidam com AIDS declararam que pessoas com teste HIV positivo e contagem baixa de células T – mas sem sintoma de doença – têm AIDS. Essa definição de AIDS "sem doença" fez com que o número de casos de AIDS duplicasse da noite para o dia. Desde então, mais da metade de norte-americanos diagnosticados com AIDS não têm nenhuma doença. Apesar dessa definição ampliada e dos gritos da mídia afirmando o contrário, os casos de AIDS nos Estados Unidos vêm constantemente declinando desde o segundo trimestre de 1993. É interessante que a definição de AIDS no Canadá não inclui o critério "sem doença" dos Estados Unidos. Isso significa que mais de 200.000 americanos, diagnosticados com AIDS com base na contagem das células T, não teriam AIDS se mudassem para Toronto. Também é interessante que os pesquisadores da AIDS reconhecem que apenas 3% das células T humanas estão no sangue, onde podem ser contatas por testes.
Na África, onde dizem que a AIDS prevalece, não se exige testes do HIV para o diagnóstico e a AIDS é determinada por quatro sintomas clínicos — febre, tosse, perda de peso e diarréia — sintomas indistinguíveis de desnutrição, fome, tuberculose, malária e infecções parasitárias que resultam da pobreza e da falta de água potável. Contrário aos Estados Unidos — onde oito de cada dez diagnósticos de AIDS são atribuídos a homens e 88% dos casos pertencem às categorias oficiais de "usuários de drogas injetáveis" e "homens que fazem sexo com homens" — na África se diz que as mulheres e as crianças são as principais vítimas.
Ao notar as diferenças entre a AIDS americana e a africana e outras anomalias preocupantes na hipótese "HIV = AIDS", o presidente da África do Sul, Thabo Mbeki, convidou no ano passado um grupo de peritos internacionais a participar de uma mesa-redonda sobre AIDS. Para obter um diálogo dinâmico e produtivo, Mbeki estendeu seu convite a médicos e cientistas que questionam a visão convencional da AIDS. Sua tentativa de abrir o debate sobre AIDS provocou desprezíveis e inflexíveis ataques da mídia, acusando Mbeki de tudo — de louco a assassino.
Relatórios da mídia sobre a África preferem estimativas angustiantes a números concretos. Por exemplo, estima-se que de quatro a cinco milhões de sul-africanos são HIV positivos, ao passo que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, o total acumulado de casos de AIDS registrados nos últimos 20 anos naquele país está abaixo de 15.000. Alguns ativistas da AIDS argumentam que os números reais nada significam porque — devido ao estigma de um diagnóstico de AIDS — "AIDS" é muita vezes omitida nas certidões de óbito africanas. Entretanto, apesar dessas omissões, as supostas mortes por AIDS não estão aumentando o número de óbitos que aparecem em outras categorias, como seria esperado. De fato, o coeficiente geral anual de óbitos por todas as causas (inclusive AIDS) para os dois sexos é menos de 1% na África do Sul — um coeficiente louvavelmente baixo para um país em desenvolvimento e quase igual àquele dos Estados Unidos. Enquanto jornalistas proclamam estimativas de morte e devastação por AIDS, a população da África do Sul continua crescendo de maneira saudável 3% ao ano e a mortalidade infantil não aumentou durante a epidemia da AIDS.
As novas declarações da mídia sobre "níveis africanos" de infecção por HIV em São Francisco também são baseadas em estimativas. Esses números foram adotados em reuniões privadas de funcionários do governo e provêm de dados indefensáveis como pesquisas por telefone e pesquisas de rua. Enquanto as estimativas de HIV sobem, de acordo com o setor de epidemiologia do próprio Serviço de Saúde Pública de São Francisco, os casos de AIDS nessa cidade declinaram de forma constante desde 1993 e os índices de HIV atingiram seu apogeu há mais de dez anos.
Apesar das previsões alarmantes, 94% dos casos de AIDS americanos ainda são encontrados nos grupos de risco originais. Câncer, acidentes de carro, gripe e suicídios, cada um leva mais vidas a cada ano do que a AIDS. Embora a mídia nos alerte que a AIDS está aumentando nas minorias étnicas americanas, de acordo com o Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (U.S. Centers for Disease Control), os casos de AIDS entre as pessoas de cor vêm declinando a cada ano desde 1996.
Apesar de não existir um teste real de AIDS — testar positivo para HIV não é equivalente a ter AIDS — o termo errôneo "Teste de AIDS" se tornou parte do nosso vocabulário moderno. Como mencionei, nos Estados Unidos não é necessário estar doente para um diagnóstico de AIDS, e os testes de HIV não estão realmente mostrando o HIV. Os testes de HIV não mostram o vírus nem anticorpos do HIV. Os testes de anticorpos detectam certas proteínas que não são exclusivas ou específicas do HIV e podem ser anticorpos produzidos em resposta a mais de 60 condições, que incluem resfriado, gripe, vacinas, herpes, hepatite, transfusão de sangue, parasitas, tuberculose, malária e até gravidez. O teste mais novo — de "carga viral" — que pretende medir o HIV, não detecta nem quantifica vírus infecciosos. Na verdade, o FDA, Federal Drugs Administration (agência norte-americana de controle de alimentos e remédios), exige que os fabricantes do teste declarem que o teste de carga viral "não se destina a ser usado para fazer um diagnóstico que confirme a presença do HIV".
Além disso, os medicamentos contra o HIV podem causar a maioria dos sintomas relacionados à AIDS. O AZT e outros produtos químicos usados nos diversos "coquetéis para AIDS" podem provocar cinco das doenças oficiais da AIDS (diarréia, demência, enfraquecimento muscular, diminuição de células T e linfoma), além de anemia, diabete, deformações físicas, cálculos renais, insuficiência hepática, enfarte, derrame, paralisia, necrose óssea e morte súbita. A idéia de que os novos coquetéis sejam responsáveis pela diminuição dos casos e óbitos de AIDS continua popular, porém ambos já estavam declinando antes das drogas serem liberadas para uso.
Poderia continuar indefinidamente, mas mesmo que tivesse o espaço, não teria tempo. Uma mãe soropositiva acabou de me ligar de Nova York para pedir ajuda. Ela havia admitido para o médico que parou, há um ano, de dar aos dois filhos os medicamentos tóxicos da AIDS. Por esta razão, a polícia lhe havia tirado os filhos esta manhã. Não importa que as crianças estejam com perfeita saúde e que os remédios lhes causassem diarréias constantes, anemia, fortes câimbras nas pernas e fizessem com que parassem de crescer. O importante na AIDS é a obediência!
Apesar da minha raiva e frustração, entendo as pessoas com ponto de vista apaixonado retratando a visão oficial da AIDS. Antes de começar a pensar de maneira independente, era uma educadora para várias organizações de AIDS e membro fundadora da diretoria de Mulheres em Risco. Conheço bem o desafio emocional e social ao questionar a AIDS.
Desde que comecei esse meu novo trabalho a respeito da AIDS, conheci centenas de pessoas soropositivas, de Los Angeles a Zimbábue, que, apesar dos terríveis prognósticos e das pressões, permanecem audaciosamente vivas e naturalmente saudáveis. Ao contrário da crença popular, o que temos em comum não é uma qualidade genética rara ou uma cepa especial do vírus, porém uma decisão bem fundamentada de nos liberarmos do medo através da compreensão e seguir nossa capacidade de viver com saúde. Está na hora de abrir a mente — e o coração — e dar uma chance a nossa visão e nossas experiências.

Fonte - www.aliveandwell.org
Retirado do site http://www.taps.org.br/oaids05.htm

6ºNova metodologia eleva números da aids nos Estados Unidos

Nova metodologia eleva números da aids nos Estados Unidos
Agência Estado
O número de norte-americanos infectados por ano com o vírus da aids é muito maior do que o governo estimava, afirmaram neste sábado (2) autoridades da área da saúde dos Estados Unidos. Com base em uma nova metodologia estatística, autoridades acreditam que as infecções anuais por HIV no país somem aproximadamente 55 mil, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC na sigla em inglês).

Em 2006, o país teve quase 56.300 novas infecções pelo vírus, o que representa um aumento significativo em relação à estimativa de 40.000 infecções anuais que foi utilizada nos últimos doze anos.

A nova metodologia é baseada em exames sanguíneos que, pela primeira vez, mostram quão recente ocorreu uma infecção por HIV, enquanto testes anteriores apenas detectavam a presença do vírus. "A estimativa (baseada na nova metodologia) é a mais confiável que temos desde o início da epidemia de aids", afirmou a Dra. Julie Gerberding, diretora do CDC.

De acordo com projeções recentes, aproximadamente 1,1 milhão de norte-americanos vivem com o vírus da aids. Autoridades planejam atualizar esse número com a nova metodologia estatística.



FONTE,http://www.parana-online.com.br/media/main/logoschedule/logo/20.gif?modified=088-143950

5ºLinha do Tempo da AIDS: Do Primeiro Caso aos Dias Atuais

Linha do Tempo da AIDS: Do Primeiro Caso aos Dias Atuais

- Veja Outros Artigos Relacionados ao Tema

"A aids não é mortal. Mortal somos todos nós."
Herbert de Souza, o Betinho

12 de dezembro de 1977: Morre, aos 47 anos, a médica e pesquisadora dinamarquesa Margrethe P. Rask. Ela havia estado na África, estudando o Ebola, e começara a apresentar diversos sintomas estranhos para a sua idade. A autópsia revelou que seus pulmões estavam cheios de microorganismos que ocasionaram um tipo de pneumonia.

1981 – Descreve-se pela primeira vez a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, contudo, sem nomeá-la cientificamente.

1982 - Pesquisadores do CDC estavam colhendo dados a respeito de nomes de pessoas homossexuais que houvessem mantido relações sexuais entre si, a fim de mapearem aquela doença, até então não compreendida em relação à sua forma de transmissão. Grande parte das pessoas entrevistadas relata haver conhecido um mesmo homem, um comissário de bordo de origem franco-canadense, Gaetan Dugas. Mais tarde este homem passou a ser conhecido como o paciente zero, a partir de quem a doença teria cruzado o oceano atlântico. No Brasil, os primeiros sete casos confirmados ocorreram em São Paulo, todos pacientes de prática homo/bissexual, tendo sido o Hospital Emílio Ribas a atende-los. Os pesquisadores ainda não haviam chegado a um consenso sobre o nome para esta doença, que era tratada pela imprensa como ‘Peste Gay’ ou GRID - Gay-Related Immune Deficiency. Ainda neste ano, casos de AIDS foram relatados em 14 países ao redor do mundo.

1983 – Instalou-se grande pânico ao redor do mundo quando se cogitou que a doença poderia ser transmitida pelo ar e utensílios domésticos, após ter sido relatado casos de infecção em crianças nos Estados Unidos. Ocorre a primeira Conferência sobre AIDS, em Denver, EUA. A doença é relatada em 33 países. Estavam confirmados 3.000 casos da doença nos EUA, com um total de 1.283 óbitos.

1984 – Descobre-se o retrovírus considerado agente etiológico da AIDS. Dois grupos de cientistas reclamaram ter sido o primeiro a descobri-lo: um do Instituto Pasteur de Paris, chefiado pelo Dr. Luc Montangnier e o outro dos Estados Unidos, chefiado pelo Dr. Robert Gallo. Ocorre a morte de Gaetan Dugas, considerado o "paciente zero", a pessoa que trouxe o vírus para a América. Fecham-se as saunas gays na cidade de São Francisco, EUA. A secretária de saúde e serviços humanos dos Estados Unidos declara que em muito pouco tempo, antes do ano de 1990, haveria uma vacina e a cura contra a AIDS. No final deste ano, 7.000 americanos tinham a doença.

1985 – Chega ao mercado um teste sorológico de metodologia imunoenzimática, para diagnóstico da infecção pelo HIV que podia ser utilizado para triagem em bancos de sangue. Após um período de conflitos de interesses político-econômicos, esse teste passou a ser usado mundo afora e diminuiu consideravelmente o risco de transmissão transfusional do HIV. O ator Rock Hudson morre, sendo a primeira figura pública conhecida a ter falecido em função de AIDS. Ryan White, um menino de 13 anos e hemofílico, é expulso da escola. Ocorre a primeira Conferência Internacional de AIDS em Atlanta. Ao final do ano, a AIDS havia sido relatada em 51 países. É relatada no Brasil a primeira ocorrência de transmissão perinatal, em São Paulo.

1986 - Na segunda Conferência Internacional de AIDS, ocorrida em Paris, foi reportada experiências iniciais do uso do AZT. No mesmo ano, o órgão norte-americano de controle sobre produtos farmacêuticos FDA (Food and Drug Administration) aprovou o seu uso. Este revelou um impacto discreto sobre a mortalidade geral de pacientes infectados pelo HIV. A Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou uma estratégia global de combate à AIDS. Em relação aos usuários de droga injetável, a estratégia recomendava aos usuários que esterilizassem seringas e agulhas. No Brasil, Herbert de Souza, o Betinho, conhecido sociólogo e ativista político brasileiro, hemofílico, confirma sua condição de portador do vírus HIV. No mesmo ano ele funda a ABIA – Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS, entidade que vira referência na luta por maior controle dos bancos de sangue e contra a discriminação.

1987 – O governo britânico lançou uma campanha publicitária com a frase "Não morra de Ignorância" e entregou em cada residência um folheto sobre a AIDS. A princesa Diana abriu o primeiro Hospital especializado em tratamento da AIDS na Inglaterra. O fato dela não ter usado luvas quando apertou as mãos de pessoas com AIDS foi amplamente divulgado pela imprensa e ajudou a mudar atitudes preconceituosas. O presidente Kaunda, da Zâmbia, anunciou que seu filho morrera de AIDS. O presidente americano Ronald Reagan fez seu primeiro discurso sobre AIDS quando 36 mil americanos já possuíam diagnóstico e 20.000 já haviam morrido. Ao redor do mundo, no mês de novembro, 62.811 casos já tinham sido oficialmente reportados pela OMS, de 127 países. Desde este ano, o Governo Americano repassa recursos para o desenvolvimento de programas globais de prevenção ao HIV/AIDS.

1988 – A Inglaterra, em função do alto índice de contaminação de usuários de drogas, começou a discutir estratégias específicas focadas em programas de prevenção que foram mandados para 148 países. O programa enfatizava a educação, a troca de informações e experiências e a necessidade de proteção dos direitos e da dignidade humana. Morrem os dois irmãos de Betinho, também hemofílicos, de AIDS: Henfil, proeminente escritor, aos 43 anos e Chico Mário. Betinho afasta-se da ABIA, desesperançado. No mesmo ano, a OMS instituiu o Dia Mundial da AIDS, primeiro de dezembro, sendo esta primeira edição com o tema: "Junte-se ao esforço mundial".

1989 – Um grande número de novas drogas tornou-se disponível no mercado para tratamento das infecções oportunistas. O preço do AZT caiu 20%. Um novo antiretroviral, DDI, foi autorizado pelo FDA para pacientes com intolerância ao AZT. O tema do Dia Mundial da AIDS, 1º de Dezembro, é "Cuidemos uns dos outros".

1990 – Morre Ryan White, aos 19 anos. O programa de troca de agulhas e seringas da cidade de Nova York é fechado por questões políticas. Em dezembro, mais de 307 mil casos de AIDS haviam sido oficialmente reportados pela OMS, porém havia estimativas de números próximos a 1 milhão. No Brasil, morre o cantor de rock Cazuza. No mesmo ano, seus pais fundam a Sociedade Viva Cazuza. O tema do Dia Mundial da AIDS é "Aids e mulheres".

1991 – O jogado de basquete americano, "Magic" Johnson anunciou que era portador do HIV. Morre Freddie Mercury, cantor do grupo de rock Queen. O terceiro antiretroviral DDC foi autorizado pelo FDA para pacientes intolerantes ao AZT. Contudo, nesta época, ficou claro que o AZT e as outras drogas estavam limitadas ao tratamento da AIDS, pois o HIV desenvolvia resistência aos medicamentos que diminuíam sua eficácia. Ao final de 1991, chega a 200 mil o número de casos nos EUA com 133 mil mortes. O tema do Dia Mundial da AIDS é "Compartilhando um desafio".

1992 – A estrela do tênis Arthur Ashe anunciou que estava infectado pelo HIV em função de uma transfusão de sangue em 1983. O FDA aprova o uso do DDC em combinação com o AZT para pacientes adultos com infecção avançada. Esta foi a primeira combinação terapêutica de drogas para o tratamento da AIDS a apresentar
sucesso. O tema do Dia Mundial da AIDS é "Vamos juntos contra a AIDS de mãos dadas com a vida".

1993 – mais de 3,7 milhões de novas infecções ocorreram mundialmente. Mais de 10 mil por dia. Durante este ano, mais de 350 mil crianças nasceram infectadas. O bailarino russo Rudolf Nureyev morre de AIDS em janeiro. Em fevereiro, menos de um ano após ter anunciado a sua infecção, morre Arthur Ashe. "Previna-se da vida, não das pessoas" é o tema do Dia Mundial da AIDS.

1994 – passou a ser estudado um novo grupo de drogas para o tratamento da infecção, os inibidores da protease. Estas drogas demonstraram potente efeito antiviral isoladamente ou em associação com drogas do grupo do AZT (daí a denominação "coquetel"). Houve diminuição da mortalidade imediata, melhora dos indicadores da imunidade e recuperação de infecções oportunistas. Ocorreu um estado de euforia, chegando-se a falar na cura da AIDS. Entretanto, logo se percebeu que o tratamento combinado (coquetel) não eliminava o vírus do organismo dos pacientes. Some-se a isso também aos custos elevados do tratamento, o grande número de comprimidos tomados por dia e os efeitos colaterais dessas drogas. Por outro lado, um estudo comprovou que o uso do AZT reduzia em 2/3 o risco de transmissão de HIV de mães infectadas para os seus bebês. A despeito desses inconvenientes, o coquetel reduziu de forma significativa a mortalidade de pacientes com AIDS. O ator Tom Hanks ganha um Oscar por sua atuação no filme Philadelphia, onde interpreta um gay com AIDS. A AIDS se torna a principal causa de morte entre americanos com idade entre 25 e 44 anos. Desde o início da infecção, 400 mil pessoas nos Estados Unidos haviam desenvolvido a AIDS com 250 mil mortes. É criado o UNAIDS, integrado por cinco agências de cooperação de membros da ONU com o objetivo de defender e garantir uma ação global para a prevenção do HIV/aids. (Unicef; Unesco; UNFPA; OMS; e UNDP), além do Banco Mundial. Betinho é indicado pelo presidente brasileiro, Fernando Henrique Cardoso, para o Prêmio Nobel da Paz, por sua atividade no combate à fome. Estava pesando 45 kg. O tema do Dia Mundial da AIDS é "AIDS e família".

1995 – O FDA aprovou o uso do Saquinavir, a primeira droga de um novo grupo, antiretroviral, de inibidores de Protease. "Compartilhemos direitos e responsabilidades", é o tema do Dia Mundial da AIDS. Mais de 80 mil casos de aids já tinham sido registrados no Brasil pela Coordenação Nacional de DST e Aids da Secretaria de Projetos Especiais de Saúde do Ministério da Saúde. Nasce o Plano de Cooperação Técnica Horizontal entre países da América Latina e Caribe.

1996 – Magic Johnson retorna ao basquete profissional. Durante este ano, um crescente número de drogas foi aprovado pelo FDA nos EUA, para administração em combinação com outras drogas. Acontece a Conferência Internacional em Vancouver, onde se anunciou a combinação de três drogas com efeitos mais efetivos que a terapia dual. Surgiu a dúvida a respeito de quanto tempo estes efeitos poderiam ser mantidos, considerando-se as dificuldades e peculiaridades do tratamento. No final deste ano, a UNAIDS reportou que o número de novos infectados havia declinado em vários países em que práticas de sexo seguro haviam sido disseminadas (Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia, e países do norte da Europa). O tema do Dia Mundial da AIDS neste ano é "Unidos na esperança". Acontece em dezembro, no Brasil, o Iº Congresso Brasileiro de Prevenção das DST e AIDS, em Salvador, BA.

1997 – A UNAIDS reportou que os números mundiais de AIDS estavam piores do que o esperado: sugerindo que havia 30 milhões de pessoas vivendo com HIV/AIDS e 16 mil novas infecções por dia. Em 09 de agosto, morre o Betinho, 11 anos depois de confirmar sua condição de portador, com 61 anos, vítima de Hepatite C, em casa, ao lado da mulher e dos filhos. O Brasil comove-se. A USAID/Brasil propõe estratégia de cinco anos para a prevenção do HIV/AIDS.

1998 - No dia Mundial da AIDS, a temática é a mesma do ano anterior: "Num mundo com AIDS, as crianças e os jovens são responsabilidades de todos nós". Na América Latina e Caribe, estima-se que aproximadamente 65.000 indivíduos entre 15 e 24 anos de idade adquiriram o HIV (UNAIDS, 1999).

1999 – O Dia Mundial da AIDS, celebrado em primeiro de dezembro, leva por tema "Você pode fazer um mundo melhor. Escute, aprenda e viva com a realidade da AIDS. Até este ano, 155.590 casos de AIDS foram registrados no Brasil, dos quais 43,23% na faixa etária entre 25 e 34 anos".

2000 – Acontece, de 06 a 11 de novembro, no Rio de Janeiro o Fórum 2000 – Iº Fórum e IIª Conferência de Cooperação Técnica Horizontal da América Latina e do Caribe em HIV/AIDS e DST.

Referências Bibliográficas

- Secretaria Municipal de Saúde e Higiene de São José do Rio Preto, SP

- Ministério da Saúde – Coordenação de DST/AIDS

- SHILTS, Randy. O prazer com risco de vida. Record. Rio de Janeiro, 1987.

- SODELLI, Marcelo. Escola e AIDS: Um olhar para o sentido do trabalho do professor na prevenção à AIDS. Tese de Mestrado PUC/SP, 1999.

- Instituto de Infectologia Emílio Ribas

Copyright © 2000 eHealth Latin America 26 de Setembro de 2000

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Infecção HIV e AIDS

FONTE,http://boasaude.uol.com.br/lib/images/boasaude_articulos.gif

7ºAIDS EM MOÇAMBIQUE

« Pós-graduados na área da saúde discutem em SP o tratamento como prevenção para o HIVPARCERIA: Ministério da Saúde »
Revista Veja destaca trabalho contra a aids de brasileiros que atuam pela organização Médicos Sem Fronteiras em Moçambique
By hivempauta
Com texto da jornalista Naiara Magalhães, a revista Veja desta semana traz uma grande reportagem sobre brasileiros que trabalham para a organização Médicos Sem Fronteiras em Moçambique. Eles de destacam pela criatividade, disposição e experiência no atendimento aos doentes de AIDS e portadores de outras doenças típicas das regiões pobres. Leia na íntegra:

Eles fazem diferença

Com 20 milhões de habitantes, Moçambique, na costa oriental da África Subsaariana, é um dos mais preocupantes focos do vírus HIV em todo o mundo. Nos grandes centros, como a capital, Maputo, ou a cidade de Tete, a AIDS se faz presente em toda parte. Nas ruas, é raro cruzar com pessoas mais velhas. A expectativa de vida no país é de 47 anos para os homens e de 49 para as mulheres. Ao lado de outras doenças epidêmicas, os outdoors não deixam esquecer: “O que tiveste na tua última relação sexual: amor, sexo ou HIV?”.

Cartazes sobre cuidados com as crianças não reforçam apenas a importância da vacinação contra as afecções típicas da infância. Num deles, na legenda da fotografia de uma garotinha acompanhada pelos pais, lê-se: “Eu já vou fazer o teste do HIV”.

Um em cada sete adultos moçambicanos está contaminado – o equivalente a 15% dessa população. Em algumas regiões, como a de Maputo, o índice é de um em quatro habitantes. Para se ter uma ideia do tamanho da tragédia, no Brasil, a taxa de contaminação pelo HIV é de menos de 1%. Até pouco tempo atrás, muitos moçambicanos nunca haviam ouvido falar emAIDS. Para eles, seus parentes e amigos morriam vítimas de alguma feitiçaria. Ainda hoje é comum que os doentes recorram aos curandeiros na esperança de cura.

Em um país dilacerado pela miséria e por quase trinta anos de guerra encerrada apenas em 1992, a precariedade do acesso aos cuidados básicos de saúde e a falta de informação sobre prevenção e tratamento compõem o cenário ideal para a disseminação do HIV. Metade dos quase 100 000 mortos pela doença todos os anos tem entre 30 e 44 anos – está na plenitude produtiva.

O país padece da falta de profissionais qualificados. O número de médicos em Moçambique não ultrapassa os 500. O de curandeiros, entretanto, supera os 70 000. Por isso, a ajuda estrangeira é crucial na luta contra a AIDS- tanto do ponto de vista financeiro quanto da mão de obra especializada.

A primeira e maior organização humanitária a desenvolver projetos de combate ao HIV em Moçambique foi a Médicos Sem Fronteiras (MSF), em 2001. Prêmio Nobel da Paz de 1999, a MSF foi fundada em 1971, por médicos e jornalistas franceses, e hoje conta com 27 000 profissionais, entre médicos, enfermeiros, psicólogos, arquitetos, administradores, economistas e engenheiros. Ela atua em 65 países conflagrados ou em situação de emergência sanitária.

Atualmente, a equipe da MSF em Moçambique é composta de 31 profissionais – sete dos quais brasileiros. Esses médicos e enfermeiras têm um perfil ideal para o trabalho desenvolvido pela instituição, porque ainda lidam por aqui com doenças típicas de países pobres, como tuberculose, malária e leishmaniose visceral.

“No Brasil, muitos médicos não apenas estudaram tais moléstias como tiveram a experiência de tratá-las”, diz Simone Rocha, diretora executiva da MSF-Brasil. Soma-se a isso o traquejo dos brasileiros para atender as populações mais carentes, de baixo nível educacional. “Eles sabem como transmitir uma mensagem de jeito simples para que o paciente consiga seguir o tratamento”, diz o coordenador de um dos projetos da MSF em Moçambique, o enfermeiro inglês Christopher Peskett.

Moçambique não é apenas o país com o maior número de brasileiros atuando na MSF, mas é também onde o Brasil faz escola.

Um dos projetos mais bem-sucedidos é o da médica paulista Raquel Yokoda, de 29 anos. O programa desenvolvido pela jovem vem ajudando a mudar um dos cenários mais cruéis da AIDSem Moçambique – o das crianças portadoras do HIV. Atualmente, 147 000 meninos e meninas de até 14 anos estão contaminados. As crianças entre zero e 4 anos mortas pela AIDSchegam a inacreditáveis 19% de todos os óbitos registrados pela doença. Com uma ideia extremamente simples, em seis meses Raquel conseguiu reduzir a taxa de mortalidade infantil em 80% no Hospital Dia de Moatize, nos arredores da cidade de Tete, no centro do país.

Ela transformou a sala de espera num lugar acolhedor para as crianças – uma espécie de brinquedoteca, decorada com motivos infantis. Com isso, ir ao médico passou a ser uma diversão para meninos e meninas que vivem em estado de miséria. Ajudada por moradores locais, Raquel adaptou histórias e jogos infantis à cultura moçambicana para explicar às crianças que elas são portadoras de uma doença que requer cuidados para toda a vida. Como o idioma oficial, o português, é falado por apenas 40% da população, as cartilhas de Raquel tiveram de ser traduzidas para o dialeto nhungue, característico da região.

Numa das histórias para as crianças de 5 anos, a AIDS é simbolizada pela mudança da cor do pelo dos leões. Doente, uma leoa vai atrás dos conselhos de um velho hipopótamo. O tratamento prescrito: a água de um mar vermelho, as folhas verdes das árvores e os raios de sol, todos os dias, para sempre. Ela morre, mas recomenda a seu filhote, o simpático leãozinho Bekhi, que siga à risca as orientações do sábio hipopótamo. Ele obedece e consegue crescer forte e feliz.

“Os pais têm muita dificuldade para contar a seus filhos que eles são portadores do HIV, e que terão de seguir um tratamento até o fim da vida”, diz Alain Kassa, coordenador-geral da missão da MSF em Moçambique. “O projeto de Raquel mudou esse processo, aumentando a participação das crianças no tratamento.” As cartilhas da jovem médica servem hoje de referência em todos os países de atuação da MSF.

“Nós só conseguimos fazer um bom trabalho quando entendemos e usamos a cultura local para nos aproximar dos pacientes”, explica Raquel. Ela voltou para o Brasil no fim de 2007, e agora cabe à historiadora goiana Wânia Correia, de 33 anos, dar continuidade ao projeto.

Uma das grandes inspirações para Raquel foi Laura Lichade, enfermeira moçambicana de 56 anos, com quem trabalhou ao longo de sua estada na África. Durante a guerra civil, enquanto fugia de um tiroteio, Laura pisou no estilhaço de uma mina. Por causa das complicações do ferimento, em 1994, teve o pé esquerdo amputado. Apesar de todas as adversidades, ela se dedica a cuidar de 56 bebês, crianças e adolescentes órfãos. Seis deles vivem na casa de Laura, com paredes de barro e chão de terra batida. Os demais, em um orfanato próximo. Laura fez com que todos fossem testados para o HIV e recebessem o tratamento adequado.

Em Moçambique, 1 milhão de crianças não têm mãe. Delas, 400 000 ficaram órfãs por causa da AIDS. “Costumo dizer às crianças com HIV que os remédios são como as minhas muletas, que me mantêm de pé”, conta ela. “Se elas acharem que podem parar o tratamento porque estão se sentindo bem, cairão, como eu caio sem as minhas muletas.”

Cerca de 70% dos moçambicanos estão nas áreas rurais. Vivem da agricultura de subsistência nas machambas, como são chamadas as pequenas propriedades agrárias. Os centros de saúde e os hospitais ficam longe e a condução de ida e volta é cara – 200 meticais, o equivalente a 12 reais.

Curandeiros, por sua vez, há por toda parte. Um dos rituais mais comuns no caso de doentes graves é a tatuagem. São feitos cortes de meio centímetro de comprimento nos braços e pernas dos pacientes, e uma mistura de raízes trituradas é aplicada sobre os ferimentos. As lâminas são reutilizadas e os potes de ervas compartilhados entre várias pessoas. Ou seja, a tatuagem é fonte de disseminação do HIV.

Somente quando se dão conta de que as ervas e os banhos dos curandeiros não funcionam, os moçambicanos recorrem aos médicos. Algumas pessoas chegam a caminhar 15 quilômetrosaté o hospital mais próximo, muitas vezes descalças, sob temperaturas impiedosas.

Ao circular pela área rural de Tete, no início de uma tarde de verão, tem-se a sensação de que há alguma queimada por perto. Mas não há vegetação em incêndio, apenas o sol que arde sobre a terra batida. Até resolver ir ao hospital, o militar aposentado Kaneti Chavunda, de 67 anos, sofreu durante quase um ano com uma tosse persistente e uma lesão dolorida nos pés e nas pernas – quadro característico do sarcoma de Kaposi, o câncer mais comum entre os soropositivos.

De sua casa ao Hospital Provincial de Tete, ele viajou duas horas na boleia de um caminhão. Em 25 minutos, Chavunda recebeu o diagnóstico positivo para o HIV. Não demonstrou angústia nem desespero. Olhar parado, em voz baixa, ele comentou: “Vou fazer o que os médicos mandam”. Essa é uma reação comum. Como a maioria das pessoas da zona rural, ele parecia não ter a dimensão da gravidade da notícia que acabara de receber.

Os testes rápidos de HIV e as orientações sobre prevenção e tratamento são conduzidos pelos chamados conselheiros – moradores locais treinados pela equipe da MSF. Dessa forma, os poucos enfermeiros e médicos disponíveis podem se dedicar a atividades de maior exigência técnica.

Uma das enfermeiras responsáveis pela formação dos conselheiros é a paulista Eliana Arantes, de 33 anos, há nove meses em Moçambique. Um de seus parceiros de trabalho mais experientes é o local Felisberto Dindas, de 36 anos. Ele lembra com precisão a data em que entrou para a MSF, a fim de trabalhar como segurança: 23 de outubro de 2001.

Naquele dia, sua vida mudaria em vários aspectos. A princípio, representava a conquista de um bom emprego. Um ano depois, Dindas foi convidado a se tornar conselheiro. “Eu tenho facilidade para me comunicar e conheço muita gente”, diz, com orgulho. Foi também graças ao trabalho na MSF que ele foi diagnosticado como SOROPOSITIVO. Conselheiros com o perfil de Dindas são sempre bem-vindos. Só quem tem o vírus sabe como é receber a notícia do HIV. Só quem vive em Moçambique conhece as dificuldades de seguir o tratamento. Só quem consegue conviver com a infecção, sem cair doente, é capaz de passar a importância da prevenção e do tratamento.

A precariedade do sistema de saúde em Moçambique é aterradora. Acompanhar um dia de trabalho da enfermeira paranaense Janaína Carmello é recuar meio século na história da medicina.

Aos 28 anos, ela é responsável pelo atendimento a grávidas no Centro de Saúde de Domué, na zona rural do distrito de Angónia, no noroeste do país. Sua principal missão é diminuir os riscos da transmissão vertical: a contaminação do bebê por sua mãe. Em suas consultas, não há aparelho de ultrassom ou sonar.

A enfermeira tem de trabalhar com a fita métrica e o estetoscópio de Pinard. A fita serve para medir a barriga da mãe e calcular a idade gestacional do feto, já que a maioria das gestantes não tem ideia de quando engravidou. Em geral, elas só procuram assistência médica no sexto mês de gravidez.

O estetoscópio, desenvolvido no início do século XIX, que Janaína só conhecia dos livros de história da medicina, é usado para medir os batimentos cardíacos do feto. Janaína encosta a boca do instrumento na barriga da gestante, aproxima o ouvido na outra ponta do estetoscópio e ouve o coraçãozinho na barriga da mãe.

Enquanto nos países desenvolvidos uma mãe SOROPOSITIVO é desaconselhada de amamentar seu bebê, de modo a reduzir o risco de infecção da criança, em Moçambique Janaínarecomenda que o aleitamento materno seja feito até os 6 meses. “Aqui, as mães não têm condições mínimas de higiene para preparar o leite artificial, ainda que você o forneça. As crianças ficam com diarreia, perdem peso, adoecem e podem até morrer”, diz ela. Ainda assim, quando as mulheres soropositivas seguem o tratamento à risca, a transmissão vertical do HIV é reduzida.

É dessa forma, com pequenas vitórias, que se trava o combate contra a AIDS em Moçambique. Desde a chegada da MSF, o número diário de novas contaminações caiu de 500 para 440. Pode parecer pouco, mas é uma grande conquista em se tratando de um país da África Subsaariana. E os brasileiros, como Raquel, Wânia, Eliana e Janaína, fazem a diferença em um universo tão esquálido.

Resposta imediata

“Resolvi entrar para os Médicos Sem Fronteiras porque me realizo no atendimento em situações de emergência. A resposta dos pacientes, nessas ocasiões, é muito rápida.

Para um enfermeiro, que é quem cuida dos doentes mais de perto, isso é muito gratificante. Em minha primeira missão na organização, ajudei a conter um surto de cólera no Zimbábue. Agora, em Moçambique, me dedico às gestantes soropositivas, na tentativa de evitar que elas contaminem seus bebês. É um trabalho difícil, disponho de poucos recursos. Para calcular a idade gestacional do feto, por exemplo, tenho de medir a barriga da paciente com uma fita métrica. Num cenário como esse, cada pequena conquista é motivo de orgulho.”

Apoio emocional

“Uma das minhas tarefas é dar continuidade ao trabalho iniciado pela médica Raquel Yokoda. Nossa intenção é estender o projeto de atendimento às crianças soropositivas a todos os centros de saúde e hospitais da capital Maputo. É importante trabalhar a questão da AIDS com as crianças, porque ainda hoje é muito difícil fazer com que os adultos mudem de hábitos por causa da doença. Muitos moçambicanos só agora começam a tomar conhecimento da existência do HIV.”

Wânia Correia, historiadora

Profissão: mãe

“Há 25 anos, fui gravemente ferida ao pisar no estilhaço de uma mina terrestre e fiz um voto de ajudar todas as pessoas que chegassem a mim pedindo auxílio. A vida me mandou crianças órfãs. Cheguei a ter cinquenta delas em casa. Hoje consegui que um orfanato fosse construído para abrigá-las. Muitas delas perderam mãe e pai por causa da AIDS. Por isso, além de cuidar para que elas se alimentem bem e estudem, eu faço questão de que todas passem pelo teste de HIV e, se necessário, recebam o tratamento adequado.

Fonte: Agência de Notícias da AIDS

4º25 anos de luta contra Aids

25 anos de luta contra Aids

O alerta continua: descuidar da proteção? Jamais!

Há alguns anos, receber o diagnóstico de Aids era quase uma sentença de morte. Hoje, com o avanço das terapias, ela pode ser controlada e o soro-positivo tem uma vida normal. Mas, o alerta permanece: Aids não tem cura. Por isso, descuidar da proteção, jamais! A camisinha ainda é a única maneira de evitar a contaminação pelo vírus.

No dia 12 de dezembro de 1977, morria aos 47 anos, a médica e pesquisadora dinamarquesa, Margarethe P. Rask. Ela havia estado na África, estudando sobre o vírus ebola e começou a apresentar diversos sintomas estranhos para a sua idade.

A autópsia revelou que os pulmões estavam repletos de microrganismos, responsáveis por um tipo de pneumonia fulminante que a levaria à morte por insuficiência respiratória. Assim foi detectada a primeira possível morte em razão de uma infecção associada ao vírus da imunodeficiência humana, ou HIV.

Do primeiro caso para os dias atuais já se passaram 26 anos. Durante todo este tempo a sociedade teve de aprender a lidar com uma das maiores epidemias de toda a raça humana, a Aids – ou SIDA – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.

Felizmente, hoje, programas de prevenção e de informação têm sido cada vez mais divulgados para evitar a propagação do vírus. No Brasil, o Ministério da Saúde faz campanhas para a divulgação maciça das maneiras de prevenção da Aids como o uso da camisinha (preservativo masculino) durante o ato sexual e o não compartilhamento de seringas e agulhas entre dependentes de drogas.

As medidas de prevenção contra a disseminação do vírus HIV entre os brasileiros também incluem as gestantes. Um programa especialmente criado para elas permite que todas recebam orientação para realizar o teste (gratuito) para detecção do vírus. Em caso de resultado positivo, a gestante é orientada sobre seus direitos e os de seu bebê, e sobre a importância de começar a receber, imediatamente, os cuidados recomendados pelo Ministério da Saúde, antes, durante e após o parto. O coquetel de medicamentos (ou terapia anti-retroviral) que a gestante recebe é capaz de controlar a evolução dadoença e prevenir a transmissão da Aids para o bebê.

As estatísticas da Unaids, programa conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids, mostram que, na América Latina, a epidemia atinge aproximadamente 1,7 milhões de pessoas e o número de novos casos está chegando a 140 mil por ano. No Brasil, já foram identificados cerca de 433 mil casos de Aids desde o primeiro diagnóstivo, em 1980, até junho de 2006.

Esper Kallas, médico infectologista há mais de 10 anos, afirma que situação da Aids do Brasil pode ser considerada como privilegiada em comparação a outros países, embora seja preciso encará-la com muita cautela, já que cerca de 11 mil pessoas morrem por complicações da doença todos os anos.

Segundo Kallas, “os pacientes brasileiros têm acesso aos melhores medicamentos disponíveis. O governo tem sido um exemplo mundial nas estratégias e na implementação de medidas de prevenção e tratamento, embora, é claro, tenha que se ter em mente que nenhum programa é 100% perfeito. Seguramente existem pontos que devem ser melhorados, mas acredito que o Brasil está no caminho certo nesses 25 anos de epidemia.”

Questionado especialmente para esta matéria, sobre o crescente numero de casos de HIV em mulheres, o especialista explica: “este quadro confirma a idéia de que hoje em dia não existe mais o chamado grupo de risco, ou seja, qualquer pessoa está sujeita à contaminação”. Kallas faz um sério alerta: “não devemos dar a impressão para a população de que ela não faz parte do chamado grupo de risco, dando a certeza de que está livre de se infectar. O aumento expressivo de casos entre as mulheres é um reflexo de que a doença vem se transmitindo entre os heterossexuais com mais facilidade.”

De acordo com o médico, quando um indivíduo é contaminado pelo HIV, o vírus demora em média de 5 a 7 anos para se multiplicar no organismo; assim, conseqüentemente esse aumento no número de mulheres infectadas pelo HIV, na verdade, reflete uma transmissão que aconteceu anos atrás.”

Por fim, Kallas conclui que o mais importante é sempre manter a Aids sob discussão. É preciso que as pessoas conheçam exatamente o problema, que tenham consciência que a doença não tem cura, que os vírus tornam-se mais resistentes aos tratamentos (mesmo os mais atuais) quando prescritos a longo prazo, e que não existem mais grupos de risco.

Na verdade, todas as informações sobre a doença precisam caminhar para um dado vital: a prevenção ainda é maneira mais eficiente e correta para prevenir a contaminação com o vírus. Não importa a idade, não importa o gênero, não importam as preferências sexuais, não importa raça ou cor: vida sexual ativa exige o uso da camisinha. Até o momento a única maneira eficaz de evitar a Aids, doença hoje crônica, mas fatal, infelizmente.



FONTE,Veículo: Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo

3ºEstatísticas brasileiras

A AIDS NO BRASIL:

situação atual e tendências

Por Carmem Dhalia, Draurio Barreira e Euclides Ayres de Castilho
CN–DST/AIDS, SPS–MS.

A aids foi identificada pela primeira vez no Brasil, em 1980. Na primeira metade da década de 80, a epidemia manteve-se restrita a São Paulo e Rio de Janeiro, as maiores regiões metropolitanas do País. A partir do final daquela década, observou-se a disseminação da doença para suas diversas regiões. Apesar do registro de casos em todos os estados, a epidemia da aids não se distribui de forma homogênea, observando-se a maior concentração de casos nas regiões Sudeste e Sul, as mais desenvolvidas do Brasil. As taxas de incidência nos últimos anos evoluíram de 8,0 por 100.000 habitantes, em 1991, para 13,7 por 100.000 habitantes, em 1998, (Gráfico 1) e apresentam uma grande variação ao longo do território brasileiro (é oportuno salientar que a cifra referente ao período de 1999 a maio de 2000 representa, certamente, muito mais um retardo de notificação do que um verdadeiro declínio acentuado). "Hoje, o que denominamos de epidemia de aids no Brasil é, de fato, o somatório de subepidemias microrregionais em interação permanente, devido aos movimentos migratórios, aos fluxos comerciais e de transporte, aos deslocamentos de mão-de-obra, ao turismo, ou seja, de maneira mais geral, à mobilidade da população" (Szwarcwald et al., 1997).








A análise das figuras 1 e 2 permite perceber a nítida expansão da doença do litoral sudeste para as regiões Nordeste, Centro-oeste e Norte. Atualmente, 59% dos 5.507 municípios brasileiros já registraram pelo menos 1 caso de aids.

A velocidade de crescimento da epidemia no País foi de, aproximadamente, 36% ao ano, no período de 1987/89 a 1990/92, decrescendo para 12%, no período de 1990/92 a 1993/96. Apesar de apresentar as maiores taxas de incidência, a região Sudeste é a que apresenta, atualmente, o menor ritmo de crescimento e a maior tendência à estabilidade. A análise da expansão da epidemia, segundo as categorias populacionais dos tamanhos dos municípios, mostra que a epidemia teve início nos grandes centros urbanos, mas que esses mesmos centros detêm o menor aumento relativo do crescimento. Observa-se que os maiores ritmos de crescimento ocorrem entre municípios pequenos, com menos de 50.000 habitantes, identificando-se que nesses municípios a epidemia está ainda na fase inicial de expansão (Szwarcwald et al., 1999).

Tabela 1 - Taxas médias de incidência de aids (100.000 hab.) por categoria populacional
(município segundo número de habitantes e período de tempo. Brasil, 1987-1996

Categoria populacional
(Nº hab) Período de tempo
1987-1989 1990-1992 1993-1996
0 - 50.000
50.001 - 200.000

200.001 - 500.000

500.001 e mais

0,56
2,31

6,45

10,93

1,87
7,73

17,17

24,70

4,03
13,92

27,30

32,40

Total 4,68 11,74 17,56
Desde 1980, até 03/06/2000, 190.949 casos foram registrados na Coordenação Nacional de DST e Aids. Desses, 6.750 são crianças, 139.502 são adultos do sexo masculino e 44.697 do sexo feminino (Ministério da Saúde, 2000).

A partir de estudos de prevalência do HIV em gestantes, nos três cortes realizados nos anos de 1997 e 1998, estimou-se, para o ano de 1998, que cerca de 530 mil indivíduos, na faixa etária de 15 a 49 anos, estavam infectados pelo HIV. O grupo-sentinela das gestantes foi selecionado para estimação das prevalências da infecção pelo HIV por ser considerado, preferencialmente, apesar das restrições, o grupo cujas taxas mais se aproximam daquelas apresentadas pelas mulheres na população geral; sendo o número de infectados do sexo masculino calculado com base nas razões de sexo entre taxas de incidência acumuladas preditas para o ano 2003, próximas a 2 homens : 1 mulher (Szwarcwald e Castilho, 1999).

Essas estimativas, discriminadas por sexo e macrorregião, estão dispostas na figura 4.


Nos últimos anos, a epidemia da infecção pelo HIV/aids no Brasil vem apresentando mudanças também nos níveis de agregação demográfica.

No ano de 1984, 71% dos casos notificados no Brasil eram referentes a homo/bissexuais masculinos. Progressivamente, observou-se a redução da participação dessa subcategoria de exposição que, em 1999/2000, é de 22%.. Essa tendência pode ser observada em todas as regiões do Brasil (Ministério da Saúde, 2000).


O aumento de casos por via heterossexual fez-se acompanhar de uma expressiva participação das mulheres no perfil epidemiológico da doença, constatada na progressiva redução da razão de sexo entre todas as categorias de exposição, de 24 homens : 1 mulher, em 1985, para 2 homens : 1 mulher, em 1999/2000.


Enquanto os maiores aumentos relativos dos casos em mulheres são observados em todas as regiões do Brasil, já vem sendo observada uma desaceleração do crescimento da epidemia entre os homens na região Sudeste (Szwarcwald et al., 1999).

Uma das conseqüências diretas dessa maior participação feminina é o progressivo aumento da transmissão vertical. A primeira ocorrência de transmissão perinatal, registrada no Brasil, foi em 1985. Daí, até 03/06/2000, foram notificados 5.409 casos a partir dessa forma de transmissão (Ministério da Saúde, 2000).

Estima-se que 12.898 gestantes estão infectadas pelo vírus da imunodeficiência humana, com base nos estudos-sentinela da infecção pelo HIV realizados no Brasil. Esse número corresponde a 0,4% do total das gestantes. Dessas, apenas 2.512 receberam zidovudina injetável no momento do parto, o que corresponde, apenas, a 19,5% do número estimado de gestantes infectadas. Considerando a disponibilidade contínua da zidovudina injetável nos serviços públicos de saúde, o qual as gestantes, na sua maioria, aceitam se submeter ao diagnóstico sorológico da infecção pelo HIV, se oferecido e, quando infectadas, é rara a recusa em receber a zidovudina, não seria de se esperar tão pequeno percentual recebendo o medicamento injetável durante o parto (Veloso et al. 1999). Diante dessa situação, encontra-se, no Brasil, em fase de implantação, a Vigilância de Gestantes HIV+ e Crianças Expostas que possibilitará, desde o rastreamento da infecção no pré-natal, condição inicial para o desencadeamento das ações profiláticas, até a mensuração da prevalência da infecção infantil, produto final e indicador de impacto das ações profiláticas desenvolvidas. Além disso, o acompanhamento contínuo da prevalência da infecção entre as gestantes fornece um indicador mais representativo da infecção entre as mulheres, uma vez que tem base populacional, possibilitando a detecção precoce de flutuações da prevalência e/ou alterações do perfil epidemiológico da infecção (Ministério da Saúde, 2000).


A predominância da transmissão perinatal nos casos pediátricos tem modificado o perfil etário das ocorrências dos mesmos. No período de 84 a 87, 21 das crianças notificadas tinham de 0 a 4 anos, enquanto que em 1999/2000, 84% dos casos pediátricos estavam nesse grupo etário.

Desde o início da epidemia, o grupo etário mais atingido, em ambos os sexos, tem sido o de 20 a 39 anos, perfazendo 70% do total de casos de aids notificados até 03/06/2000 (Ministério da Saúde, 2000).

A escolaridade tem sido utilizada como uma variável auxiliar (proxi), na tentativa de se traçar o perfil socieconômico dos casos notificados, embora ainda seja elevado o percentual de casos com escolaridade ignorada. Até 1982, a totalidade dos casos com escolaridade conhecida era de nível superior ou com até 11 anos de estudo. Nos anos subseqüentes, observou-se a tendência de aumento no registro de casos com menor grau de escolaridade. Em 1999/2000, entre os casos com escolaridade reconhecida, observou-se que 74% dos casos eram analfabetos ou tinham até 8 anos de escolaridade, e apenas 26% tinham mais de 11 anos de escolaridade ou curso superior (Ministério da Saúde, 2000).


Ainda em relação à escolaridade, observa-se que a incidência de casos vem aumentando tanto em homens quanto em mulheres com até 8 anos de escolaridade. Entre os indivíduos com mais de 8 anos de escolaridade, observa-se que os casos diminuem no sexo masculino, o mesmo não acontecendo no sexo feminino (Tabela 2).


A transmissão sangüínea do HIV em hemofílicos e em indivíduos que receberam transfusão de sangue, segmento populacional intensamente atingido no início da epidemia, vem apresentando um importante declínio ao longo do tempo. Essa queda é conseqüência do rigoroso controle do sangue e hemoderivados, adotado principalmente a partir da disponibilidade dos testes laboratoriais para detecção de anticorpos anti-HIV. Essas subcategorias representavam 62% da categoria de exposição sangüínea, em 1984, e 0,9 %, em 1999/2000. Por outro lado, observa-se uma rápida e extensa difusão dos casos de usuários de drogas injetáveis em determinadas áreas geográficas. Em 1984, 37% dos casos de aids por transmissão sangüínea eram atribuídos, pelo compartilhamento de agulhas e seringas, ao uso de drogas injetáveis. Essa subcategoria, em 1999/2000, já representava 99% das ocorrências por transmissão sangüínea (Ministério da Saúde, 2000).


A predominância da transmissão perinatal nos casos pediátricos tem modificado o perfil etário das ocorrências dos mesmos. No período de 84 a 87, 21% das crianças notificadas tinham de 0 a 4 anos, enquanto que em 1999/2000, 86% dos casos pediátricos estavam nesse grupo etário.

Desde o início da epidemia, o grupo etário mais atingido, em ambos os sexos, tem sido o de 20 a 39 anos, perfazendo 70% do total de casos de aids notificados até 03/06/2000 (Ministério da Saúde, 2000).

A escolaridade tem sido utilizada como uma variável auxiliar (proxi), na tentativa de se traçar o perfil socieconômico dos casos notificados, embora ainda seja elevado o percentual de casos com escolaridade ignorada. Até 1982, a totalidade dos casos com escolaridade conhecida era de nível superior ou com até 11 anos de estudo. Nos anos subseqüentes, observou-se a tendência de aumento no registro de casos com menor grau de escolaridade. Em 1999/2000, entre os casos com escolaridade reconhecida, observou-se que 74% dos casos eram analfabetos ou tinham até 8 anos de escolaridade, e apenas 26% tinham mais de 11 anos de escolaridade ou curso superior (Ministério da Saúde, 2000).





Em que pese os progressos alcançados na redução da mortalidade, o impacto da aids ainda é muito grande na mortalidade em adultos em idade produtiva, sendo a 4ª causa de óbito no grupo de 20 a 49 anos, no ano de 1996. Esse impacto nessa faixa etária tem, ainda, como conseqüência, um grande número de órfãos, estimado em 29.929 (Tabela 3), e todos os problemas acarretados por essa situação.

Tabela 3 - Estimativas e projeções do número acumulado de órfãos decorrentes
da aids materna por grande região. Brasil, 1978 - 1999.

Região Nº acumulado de órfãos
Norte
Nordeste

Sudeste

Sul

Centro-Oeste

1.180
3.987

19.722

3.148

1.892

Total 29.929
Os avanços da terapia anti-retroviral obrigam a vigilância epidemiológica a repensar sua prática, uma vez que a simples consolidação dos dados de aids não mais espelha a realidade da epidemia, antes reflete o modo como a transmissão do HIV ocorria há alguns anos. A tendência, com as profilaxias e tratamentos atuais, é de que as pessoas com o HIV permaneçam indefinidamente nesta condição, sem preencherem os critérios de definição de caso de aids, e sem serem notificados, acarreta distorções na interpretação da evolução da epidemia e dificulta as atividades de planejamento das ações de prevenção e assistência. Em decorrência destes avanços, a vigilância epidemiológica vem ampliando suas atividades no campo do monitoramento da infecção pelo HIV.

Na busca de se identificar fatores que possam estar contribuindo com essa situação, a Pesquisa sobre o Comportamento Sexual da População Brasileira e Percepção do Risco para o HIV/Aids (Berquó et al. 1999) foi conduzida em 183 microrregiões urbanas do País, no ano de 1998, em uma amostra de 3.600 indivíduos de 16 a 65 anos. Essa pesquisa mostrou que 80% das pessoas, dos 16 aos 65 anos, são sexualmente ativas, sendo os homens mais ativos sexualmente (87%) do que as mulheres (72%). Na faixa etária dos 26 aos 40 anos, estão 89% da população sexualmente ativa. Do total de pessoas sexualmente ativas, 81% tinham relações estáveis nos últimos 12 meses anteriores à pesquisa, 6% tinham relações eventuais e 13% mantinham os dois tipos de relação. No referido período, 71% das mulheres tiveram relações sexuais com um único parceiro, contra 46% dos homens. Cerca de 35% das pessoas mantiveram relações sexuais com dois ou mais parceiros e 6% tiveram mais de cinco parceiros no período.

Essa mesma pesquisa demonstrou que grande parte da população já se "sentiu" exposta à infecção, e 20% fizeram exame sorológico para a infecção pelo HIV, em serviços públicos ou privados. A faixa etária que mais procurou os testes foi a de 26 a 40 anos.

Em relação ao uso de preservativos, 64% da população sexualmente ativa disseram ter usado ou estar usando o preservativo, nos últimos 12 meses. Sendo que, entre os jovens, esse percentual chega a 87%. Um dado que chama atenção é que 48% dos que disseram estar usando ou ter usado o preservativo o fizeram pela primeira vez nos últimos 5 anos, demonstrando uma adesão crescente na utilização desse método de prevenção. Dados da indústria dos

preservativos demonstram que, em 1992, eram comercializados, no Brasil, 50 milhões de unidades/ano, chegando esse número a 300 milhões em 1998.

A Pesquisa Comportamental de Conscritos de Exército Brasileiro, realizada por ocasião da apresentação dos mesmos, no ano de 1998, em três extratos compostos por: a) municípios de 5 estados do Norte e Centro-oeste; b) municípios dos estados da região Sul; e c) municípios do Rio de Janeiro e São Paulo), coletou informações sobre condições socioeconômicas, práticas sexuais, uso de drogas injetáveis e problemas relacionados às infecções sexualmente transmissíveis, permitindo associá-las, pela primeira vez, aos resultados de exames sorológicos para infecção pelo HIV.

Entre os resultados dessa pesquisa, pode-se verificar que os conscritos residentes no Norte e Centro-oeste possuíam menor renda familiar, mais baixo nível de instrução, maior taxa de atividade sexual, idade mais precoce de início do relacionamento sexual, maior número de parceiros no último ano, menor taxa de uso de preservativo, maior percentual de uso de drogas injetáveis e maiores taxas de infecções sexualmente transmitidas. Foi também nesse estrato que se encontrou a maior proporção de infectados pelo HIV (0,2%).

A pesquisa apontou, ainda, que uma alta proporção de conscritos usaram preservativo na última relação sexual. Analisando-se o uso do preservativo nos últimos 12 meses, observou-se que o utilização diminui quando o parceiro é fixo, aumentando progressivamente se o parceiro é casual, pagante ou pago. Ainda, o uso do preservativo aumenta, ainda, de acordo com o grau de escolaridade.

Quanto ao uso de drogas injetáveis, observou-se que essa prática diminui quando cresce o grau de escolaridade.

Essa pesquisa identificou a escolaridade como a variável com maior poder explicativo das diferenças relativas às práticas sociais de risco (Szwarcwald CL., et al. 1999). Os seus resultados corroboram os estudos realizados em outros países que mostraram que jovens adolescentes de baixo nível de instrução e baixo nível socioeconômico são os mais suscetíveis às doenças sexualmente transmissíveis. A análise apontou, assim, para a importância da implementação de programas para adolescentes voltados para prevenção de comportamentos sexuais de risco.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Boletim Epidemiológico – Aids XII: 9 – 15 Semana Epidemiológica – 35-47, setembro/novembro. Brasília, 1999.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Implantação da Vigilância de Gestantes HIV+ e Crianças Expostas (mimeo). Brasília, 2000.

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BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. SZWARCWALD CL. Comportamento de Risco dos Conscritos do Exército Brasileiro, 1998: Uma apreciação da infecção pelo HIV segundo diferenciais socieconômicos. Sobre a epidemia da aids no Brasil: distintas abordagens, p. 121-140. Brasília, 1998.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. SZWARCWALD CL., e CASTILHO E A., (1999) Estimativa do número de pessoas de 15 a 49 anos infectadas pelo HIV, Brasil, 1998: uma nota técnica. In: Boletim Epidemiológico – Aids XII: 7-10 Semana Epidemiológica – 09-21, março/maio, Brasília, 1998.


FONTE.Por Carmem Dhalia, Draurio Barreira e Euclides Ayres de Castilho
CN–DST/AIDS, SPS–MS.

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